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Cunha vai falar. No pau-de-arara do Moro, até o bom cabrito berra.

O ditado popular “o bom cabrito não berra” desta vez não funcionou. A expectativa dos amigos era de que o ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba desde outubro último, permaneceria calado, sem entregar ninguém à polícia. Faria isso não por razões morais ou éticas, naturalmente, mas por esperteza: a poeira acabaria baixando e daqui a um par de anos ele estaria livre para gastar com sua jovem mulher a dinheirama que acumulou.
O silêncio estoico de Cunha (co-patrocinado pela JBS, conforme delação de seu dono) perdurou por oito meses. Ao perceber que eram reais os riscos de permanecer décadas na cadeia (ele já foi condenado a 15 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas), Cunha entregou os pontos. E, segundo Monica Bergamo, entregará muito mais.
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A reportagem da jornalista revela que o ex-deputado está finalizando os textos com as informações para firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.  São mais de cem anexos, mas ainda não se sabe quantos serão aproveitados no acordo. A expectativa é de que os documentos sejam entregues na próxima semana.
Preso em Curitiba, Cunha deve envolver o presidente Michel Temer, os ministros Moreira Franco (Secretaria Geral), Eliseu Padilha (Casa Civil) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
“Cunha teria participado não apenas das grandes negociações políticas mas também de esquemas de arrecadação de recursos para campanhas eleitorais do grupo e do recebimento de propinas. Ele teria provas sólidas das acusações que fará”, escreveu Mônica.
Embora os advogados de Cunha tenham negado a negociação do acordo de delação premiada, segundo a reportagem, a negociação tem sido considerada satisfatória para os procuradores.
Clique aqui para acessar a reportagem completa.

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  1. Avatar
    Maria Regina Saraiva Teixeira CPF says:

    Belissima matéria
    Ainda existem jornalistas neste pais. Pela midia predomimante está extinta. Muitos cabrestos atrelados e submissos a uma
    linha editorial imposta pelo PATRAO (os 5 que mandam)E porisso que a gente acha q esta profissão acabou.

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