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Stédile: Ou Temer renuncia, ou será cassado pelo TSE

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) João Pedro Stédile afirma que o governo de Michel Temer está perto do fim. Ou o presidente renuncia, ou será cassado no julgamento que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fará a partir do dia 6 de junho.
“É um governo que já não tem moral nenhuma para representar a sociedade brasileira”, analisou, em entrevista ao jornal Brasil de Fato, transmitida pelo Facebook.
Ele argumenta que o golpe ficou escancarado após a divulgação da conversa entre Joesley Batista, da JBS, e Temer. O áudio mostrou uma aliança entre políticos e empresários: “um acordo explícito entre o Joesley e a turma do Temer”.
Stédile falou também de três episódios violentos que aconteceram no Brasil nos últimos 30 dias. Um deles foi o de Brasília, quando a Polícia Militar e as Forças Armadas reprimiram manifestantes que pediam o fim do governo Temer e eleição direta. “Fizeram uma operação de guerra”, disse.
O outro foi o assassinato de 10 trabalhadores rurais no sul do Pará pelas policias civil e militar, nesta quarta-feira (24/5) e também um massacre de trabalhadores rurais no Mato Grosso no dia 21 de abril.
Para Stédile, a crise política que coloca em xeque a governabilidade de Temer pode diminuir os conflitos no campo e reverter o cenário de golpe terá efeito positivo no campo.
Isto porque o governo Temer garante a impunidade daqueles dos responsáveis por chacinas como esta do Pará. “Com o golpe, que foi dado contra a democracia, que vocês estão acompanhando, isso alterou a correlação de forças e a bancada ruralista, a fazendeirada atrasada, se acham todos poderosos. Porque o Temer dá carta branca para eles”.
Reforçando que o golpe foi também contra a classe trabalhadora, e não só contra a presidente Dilma Rousseff, Stédile acredita que, de agora em diante, as manifestações populares vão aumentar. “O governo Temer só tem uma saída: renunciar o quanto antes”.
“Eu espero que agora, com esses novos ventos que estão alterando a conjuntura a favor do povo, de colocar o Temer na berlinda, que esse clima chegue logo no interior e que a fazendeirada se dê conta. Eles não podem continuar querendo avançar sobre a terra dos outros à mão armada”.
Mobilização por diretas já

Stédile torce para que aconteça uma cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE e afirma que a população não deve aceitar eleições indiretas.
Uma saída constitucional é a aprovação da PEC 227/16, de autoria do deputado Miro Teixeira (REDE-RJ), que prevê eleição direta para presidência em 2017.
“A única solução para a crise são eleições diretas (…) temos o direito constitucional de escolher o substituto da Dilma, que já não é mais o Temer”, afirmou.
Assista à entrevista completa:

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  1. Avatar
    Bitencourt Carvalho says:

    Amigo João Pedro Stédile. Estamos vivendo um período negro em nossa história. Acredito que a culpa cabe um pouco à esquerda, que não preparou devidamente a população.
    O presidente golpista, quase diariamente, em cadeia nacional, tentar enganar a população, depois que foi pilhado em colóquio com um dos empresários que ajudavam a alimentar a máquina da corrupção.
    A Presidente deposta, uma mulher honesta, que já viveu os horrores da ditadura, ao contrário, muito mal assessorada, afastou-se do povo e dos movimentos sociais, preferindo governar ao lado dos maiores corruptos que estão no Congresso.
    Quando vi Roberto Kassab, Edson Lobão, Moreira Franco e outros, fiquei assustado.
    Deixou florescer uma conspiração liderada por Temer e seu grupo, formando seu quadro de ministros, todos envolvidos em corrupção, bem antes do julgamento na Câmara dos Deputados.
    Essa era hora de ir às rádios, emissoras de tv e dar o grito para acordar o povo.
    Nomeando Lula, logo apareceu uma misteriosa liminar concedida por um juiz em 28 segundos, plenamente por ela acatada, quando deveria ignorá-la, pois era sua prerrogativa nomear até um animal para ministro. Erradamente interpuseram um Mandado de Segurança no STF, por acaso, distribuída ao Min. Gilmar Mendes.
    Que caísse, mas caísse de pé. O resultado final, é que as reformas que extinguirão os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, exigidas por quem patrocinou Temer, poderão ser aprovadas. O povo elegeu a maioria governista, que não arreda um milímetro de suas tenebrosas intenções. Queira Deus que tseja aprovada a PEC das eleições diretas, mas que tenhamos um governo voltado para o bem-estar da população, senão correremos o risco de colocar no poder um exibicionista, a exemplo de Dória, eleito em 1º turno pelos votos da periferia.

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