Sugerimos uma lupa para poder enxergar, nas primeiras páginas dos principais jornais do país, a derrocada do presidente argentino Mauricio Macri.
Os três principais jornais do país procuraram esconder, como puderam, a vitória da oposição na Paso (Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias). A chapa Alberto Fernándes e Cristina Kirchner venceu com folga o presidente Macri e são os favoritos para as eleições presidenciais de outubro.
Não resta a menor dúvida que se Macri tivesse saído o vencedor, ele estaria nas manchetes principais dos nossos jornalões, em letras garrafais. Alguém duvida?
Por aqui, ficamos com a seguintes manchetes:
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostra que em 111 ações contra ministros, desde 1988, nenhuma foi a plenário. Cada um defendendo a sua.
No final de semana, o lado Collor de Bolsonaro se aflorou. Andou de jet-ski, de moto e tomou caldo de cana.
Se irritou com as perguntas dos repórteres, mandou perguntar pro Guedes sobre a piora dos dados do Brasil, mandou perguntar pra Michele Bolsonaro sobre a avó dela que passou noites no corredor de um hospital na Ceilândia e chamou um repórter da Folha de S.Paulo de mané.
Pra não dizer que está tudo perdido, vale lembrar que o Brasil bateu recorde de medalhas no Pan do Peru, ficando em segundo lugar. Destaque nas primeiras páginas.
Pra não dizer que o mar não está pra peixe, a Folha destaca uma foto, onde um pescador exibe uma bela tilápia, pescada no Rio São Francisco. Os peixes voltaram, depois da seca.
Todos os jornais argentinos chegaram às bancas saudando a vitória da oposição. Até o Clarin, inimigo de Cristina, manchetou o “contundente triunfo”. O conservador La Nacion falou em “arrasador triunfo “e o Página 12 conclamou: “Quem quiser ver, que veja”.
O site da Le Point, semanal francesa de informação, abre manchete para mais uma cagada de Bolsonaro. Em francês, soou mais doce: “Bolsonaro sugere de “faire caca um jour sur deux” pour sauver la planète. Foi a notícia mais lida do site, para nossa vergonha.
Vale registrar a charge de Duke, no jornal mineiro O Tempo.
E a beleza da capa da revista de fim de semana do jornal alemão Süddeustsche Zeitung, bem no estilo New Yorker.
