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Como começou a sexta-feira nos jornalões

Nenhum dos três principais jornais do país teve a ousadia de publicar a “foto do dia”, que o Nocaute publicou aqui. Bolsonaro fazendo posição de tiro em plena Marcha para Jesus, vestindo uma camiseta de Cristo estampada.

Na Folha, aparece um Bolsonaro simpático e sorridente, fazendo sinal de coraçãozinho. No Estadão, ele aparece, também sorrindo, fazendo sinal de positivo e, no Globo, saudando a multidão. Apenas o Correio Braziliense publicou a foto em posição de tiro na primeira página, discretíssima, quase uma 3X4.

Folha e Estadão preferiram dar na manchete principal, a primeira indireta do presidente da República no quesito reeleição. Os jornais citam apenas que, durante a campanha, ele chegou a cogitar em derrubar “essa coisa ai de reeleição”, mas nenhum foi crítico, afirmando que, um desgoverno de seis meses de trapalhadas, já está de olho em 2022 com o objetivo de continuar no poder.

O Globo preferiu para manchete principal, “Estados que fizeram ajuste investem 4 vezes mais”. Nenhum jornal colocou na primeira página, o novo vazamento que o site Intercept soltou na noite de ontem: A ausência da procuradora Laura Tessler durante o primeiro depoimento de Lula, depois das criticas feitas a ela por Sergio Moro. Isto é, trocaram a procuradora por uma mais afiada com o projeto de deixar Lula na cadeia.

O rebaixamento do general Floriano Peixoto, da Secretaria-Geral da presidência, para a presidência dos Correios, também ganhou notinha nas primeiras páginas dos jornalões. Trocas e demissões no governo Bolsonaro viraram rotina, apenas registrada pelos jornais. Abrindo, mais uma vez, uma exceção para o Correio Braziliense que estampou na manchete principal: “Troca de generais abre ferida na cúpula militar”.

A revista Carta Capital chegando às bancas com uma foto de Bolsonaro na capa, como se fosse um Hugo Chávez ao avesso. Na Veja, a matéria de capa fala do governo paralelo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, instalou em Brasília. Vale pelo trocadilho na manchete: “O calendário Maia”.

Pelo mundo, uma entrevista de duas páginas com Chico Buarque na edição de fim de semana do jornal francês Le Monde, com direito a chamada – com foto – na primeira página. A frase de Chico que foi pra manchete da reportagem: “Uma cultura de ódio se espalhou pelo Brasil”.

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