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Museu de História Natural de NY cancela evento em homenagem a Bolsonaro

Desde quando foi anunciado que o museu hospedaria a premiação, o espaço passou a receber várias críticas e solicitações para não sediar o evento. O museu disse ter aceitado a reserva sem saber quem era o homenageado.

O Museu Americano de História Natural cancelou no fim da tarde desta segunda-feira (15) o evento em que o convidado de honra é o presidente Jair Bolsonaro (PSL). O evento, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, está previsto para acontecer no dia 14 de maio, mas agora em lugar ainda não definido. No Twitter, o museu justificou que não é o lugar ideal para receber a premiação. “Com respeito mútuo pelo trabalho e pelos objetivos de nossas organizações individuais, concordamos em conjunto que o Museu não é o local ideal para o Brazilian-Am. Jantar de gala da Câmara de Comércio. Este evento tradicional irá avançar em outro local na data e hora originais”.

No domingo, também no Twitter, o museu agradeceu às pessoas que expressaram sua opinião sobre a realização do evento no espaço. “Entendemos e compartilhamos sua preocupação. Também queremos deixar claro que o Museu não convidou o Presidente Bolsonaro; ele foi convidado como parte de um evento externo. No decorrer do ano, os indicadores relacionados à atual administração brasileira, e os indicadores de desempenho estão relacionados às opções relacionadas a este evento”.

Desde quando foi anunciado que o museu hospedaria a premiação, o espaço passou a receber várias críticas e solicitações para não receber o evento.

Para impulsionar sua linha de fundo, o Museu Americano de História Natural, assim como vários outros na cidade, aluga seus espaços exclusivos para eventos e tuitou, na última semana, sobre o assunto. “Este é um evento externo e privado que não reflete de forma alguma a posição do museu de que há uma necessidade urgente de conservar a floresta amazônica”.

Por aqui não é segredo, nem novidade que Bolsonaro favorece a mineração na floresta amazônica, bem como a extração de madeira e a exploração de combustíveis fósseis. Mas a gota d’água parece ter sido o pedido do próprio prefeito de NYC, Bill De Blasio, durante entrevista à rádio WNYC na última sexta-feira (12). “Se você está falando de uma instituição apoiada publicamente e está falando de alguém que está fazendo algo tangivelmente destrutivo, estou desconfortável com isto”, disse ao ser questionado sobre o museu receber a premiação. De Blasio apontou ainda para os planos de Bolsonaro para “desenvolver” a Amazônia, que ele alertou que poderia colocar em risco o planeta, bem como seu “racismo aberto” e “homofobia”. “Esse cara é um ser humano muito perigoso”.

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