Na próxima sexta-feira (5), o Centro de Formação e Pesquisa do Sesc exibirá o longa de Felipe Nepomuceno*. A partir de uma entrevista feita por Eric Nepomuceno com o escritor uruguaio Eduardo Galeano, Felipe mergulha no universo do autor em um documentário de 72 minutos. “A intenção inicial era diminuir a saudade do Galeano e, de alguma forma, seguir conversando com ele”, conta Felipe.
Eduardo Galeano Vagamundo, documentário dirigido por Felipe Nepomuceno, conta a história do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Hughes Galeano (1940-2015), por meio de entrevistas e lembranças de amigos e profissionais do mundo artístico ligados ao poeta.
A trajetória de Galeano, autor dos livros “As Veias Abertas da América Latina” e “Livro dos Abraços” foi marcada por seu desejo de explorar o mundo através da realidade latino-americana. O filme nasceu a partir de uma entrevista feita por Eric Nepomuceno e dirigida por Felipe em 2009, realizada para a primeira temporada da série “Sangue Latino” no Canal Brasil, exibida em 2010. O documentário é uma realização da Nepomuceno Filmes e do Canal Brasil.
Felipe conta que o filme foi feito em 4 meses – entre dezembro de 2016 e março de 2017. Foram feitas mais de 50 leituras da obra de Galeano, das quais 14 entraram na edição final. As gravações foram realizadas no Brasil, Argentina, Uruguai, México e Portugal.
O filme contou com nomes como do ator argentino Ricardo Darín, o ator brasileiro Paulo José, o escritor moçambicano Mia Couto, o poeta carioca Armando Freitas Filho, o fotógrafo Walter Carvalho (que também trabalhou no longa), Helena Villagra (viúva do escritor), entre outros.
O ator argentino Ricardo Darín lê Galeano em gravação do filme Vagamundo.
“O filme e as suas exibições acabaram se tornando um lugar de encontro de seus leitores e suas histórias, e uma maneira de descobrir, para aqueles que não conhecem sua literatura”, afirma o cineasta.
Em seu filme, o diretor procura mostrar toda a diversidade presente na obra de Galeano, que embora tivesse uma forte conexão com a América Latina, tratava de temas universais em seus trabalhos.
“Acredito que a visão de Galeano como um intelectual latinoamericano de esquerda limita sua grandeza. Sua literatura é de todos, de quem sente amor, tem amigos, teve perdas e renova esperanças, aliás, a melhor definição de sua obra vem do título de uma trilogia que escreveu: Memórias do Fogo. E o fogo não tem fronteira”, completa Felipe.
O filme entrou em cartaz em Montevideo no final de 2018 e permaneceu quatro semanas em cartaz.
O ator Paulo José em cena do documentário Vagamundo.
“Estamos buscando distribuição aqui no Brasil, enquanto o filme está fazendo seu percurso em festivais. Todas as suas projeções têm sido carregadas de muita emoção, como um ponto de encontro e descoberta. A exibição no Sesc-SP, com um debate na sequência, vai ser uma ótima oportunidade de conversa, prática cada vez mais rara nos dias atuais”, diz Felipe.
Assista ao trailer:
Exibição: das 19h às 20h15
Conversa com o diretor: das 20h20 às 21h30
Data: 05/04/2019
Local: Centro de Pesquisa e Formação – Sesc.
R. Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar – Bela Vista, São Paulo.
Felipe Nepomuceno* estudou na New York School of Visual Arts. Escreveu diversos livros de poesia, incluindo a antologia “Mapoteca”. Dirigiu e produziu mais de 30 curtas-metragens e vários DVDs de música. Criou séries para TV, como “Sangue Latino” “Janelas Abertas” e “A Arte do Encontro” (Canal Brasil). Em 2018, finalizou seu primeiro longa-metragem “Eduardo Galeano Vagamundo”.
