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Evangélicos derrubam ministro da Educação de Bolsonaro

Anunciado como futuro ministro da Educação, o professor Mozart Ramos, ex-reitor da UFPE, foi degolado na manhã de hoje por pressão da bancada evangélica. Segundo Bolsonaro, Ramos sequer foi cogitado para o cargo. O novo ministro pode ser o procurador Guilherme Schelb ou o deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), ambos defensores da “Escola sem Partido”.

Diretor de Educação do Instituto Airton Sena, ex-membro do Conselho Nacional de Educação e ex-secretário de Educação do governo de Pernambuco, Ramos foi formalmente vetado pela Frente Parlamentar Evangélica, que manifestou preocupação pelo perfil do educador, considerado como de “viés ideológico da esquerda”. Questionados se tinham alguma indicação para a vaga, eles decidiram fazer uma reunião interna e voltar a conversar com a equipe de transição.

Segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o educador foi convidado e pretendia aceitar o cargo em um reunião marcada para a manhã desta quinta-feira, 22, com o presidente eleito, em Brasília. A notícia foi dada ontem em primeira mão pelo estadão.com.br.

Segundo o jornal, pessoas próximas a Bolsonaro disseram que, em função da reação, ele já estaria pensando em nomes alternativos – entre eles, o do deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), autor de um dos projetos sobre o tema “Escola sem Partido”.

Nascido em Recife em maio de 1955, Mozart Neves Ramos é engenheiro químico formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), doutorou-se em Química pela Unicamp e completou seu pós-doutorado na Universidade Politécnica de Milão, Itália.

Em 2002 foi eleito reitor da UFPE tornando-se, um ano mais tarde, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior). Logo em seguida, foi secretário de Educação de Pernambuco (governo Jarbas Vasconcellos, do MDB) até presidir, em 2006, o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), que reúne as Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal.

Mozart Neves Ramos foi o primeiro diretor executivo do Todos Pela Educação, organização composta por diversos setores da sociedade brasileira com o objetivo de assegurar o direito à Educação Básica de qualidade para todos os cidadãos até 2022.

De 2005 até 2014, Mozart foi membro do Conselho Nacional de Educação e, atualmente, é diretor do Instituto Ayrton Senna.

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