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‘A gente não imagina que em um ambiente que prega liberdade exista alguém com esse pensamento’, diz diretor da FEA.

Os estudantes irão responder a uma sindicância interna aberta pela faculdade para apurar a responsabilidade de cada um na fotografia ofensiva.

Fábio Frezatti, diretor da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da Universidade de São Paulo, afirmou nesta quarta-feira (31) ao jornal Folha de S. Paulo que recebeu com preocupação a atitude de estudantes da FEA que divulgaram uma fotografia clicada em uma sala da instituição onde os quatro rapazes seguram armas, cartazes de ódio às mulheres e demonstram simpatia à campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

“A universidade, historicamente, sempre foi um ambiente de uma esquerda mais presente. O que a gente não sabia era que o outro lado [direita] viria a se manifestar assim”, disse o diretor que leciona na USP há 21 anos. “A diversidade de opiniões não é ruim porque é própria do ambiente universitário. O que é ruim é a agressividade e a falta de respeito. Esse tipo de comportamento não era evidenciado até então”, conclui Frezatti.

Os três jovens que aparecem na fotografia com o rosto à mostra foram identificados, mas não tiveram os nomes divulgados oficialmente. Eles são estudantes do curso de administração da FEA. O quarto integrante da foto, que segura uma bandeira nacionalista americana, ainda não é conhecido.

Os rapazes irão responder a uma sindicância interna aberta pela faculdade para apurar a responsabilidade de cada um na fotografia ofensiva.

A comissão de investigação, formada por um professor de cada curso da FEA, terá 60 dias para concluir o caso e emitir uma penalidade, que varia de uma advertência verbal à expulsão.

O Centro Acadêmico Visconde de Cairu, da FEA, disse me nota que apesar de a foto ter um cunho eleitoral, não se trata de uma simples manifestação política. “É um retrato misógino e violento, de caráter fascista, que ameaça os direitos democráticos da coletividade dos estudantes”, segundo trecho de nota.

Nesta quinta-feira (1º de novembro), o centro acadêmico, em parceria com a FEA, vai promover um fórum entre estudantes, funcionários e professores para discutir temas como intolerância e insegurança.

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