Brasil

Políticas sociais seriam extintas sem governadores progressistas

Lula envia carta a jornalista mineira e diz que queria estar “pedindo votos para reeleger o Pimentel governador e dar a Dilma uma votação histórica para o Senado, porque nós queremos colocar o Brasil outra vez nos trilhos do crescimento econômico com justiça social”.

Gonzaga Cordeiro (*)

O presidente Lula enviou uma carta à jornalista Edilene Lopes, da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, pedindo aos mineiros para reelegerem o governador Fernando Pimentel. Na sua via dolorosa, em Curitiba, o ex-presidente tem plena consciência da importância da vitória do campo democrático em Minas Gerais. O estado é o de maior economia e peso eleitoral, entre os governados pelo PT e o PCdoB.

Liderando com grande vantagem todas as pesquisas eleitorais feitas no país, para o comando da República, Lula considera as eleições de 2018 as mais importantes da história brasileira. Na carta, divulgada neste dia 21 de agosto, ele diz que a vitória das chapas que defendem o crescimento com justiça social, para a presidência da república e os governos dos estados, vai “recolocar o Brasil nos trilhos do crescimento econômico com justiça social”.

Uma das maiores preocupações do presidente Lula é com a justiça social e ele sabe que uma derrota de qualquer um dos governadores progressistas representa um retrocesso ainda maior. Depois de mais de uma década de avanço em todos os indicadores sociais, que levaram o povo brasileiro a uma era de tranquilidade, prosperidade e confiança, o golpe está destruindo rapidamente todas as conquistas de eliminação da miséria e da fome, que impressionaram o mundo.

Flagelos que pareciam afastados do país voltam com força total, como o desemprego, o empobrecimento, a miséria e a fome. A violência alcança níveis alarmantes, doenças erradicadas estão de volta ameaçando milhões de brasileiros, a mortalidade infantil retorna à curva de crescimento e a expectativa de vida dos brasileiros diminui novamente.

Estados que resistem ao golpe combatem a miséria e a fome

Somente nos estados onde os governadores resistiram ao golpe é que o cenário de violento retrocesso social está sendo minimizado. Nesses locais o combate à miséria e a fome prossegue sendo política de governo, o desenvolvimento social é mantido como prioridade apesar das dificuldades, e os movimentos sociais conseguem ter suas reivindicações acatadas e atendidas. Ou seja, os pobres continuam sendo parte das políticas desses governos, ao contrário do que ocorre no Brasil e nos estados onde os governantes apoiaram o golpe.
Lula sabe a importância de manter essas trincheiras contra o desmonte do Brasil.

Políticas sociais são prioridade em Minas

Uma um exemplo da importância de manter os governos comprometidos com o crescimento com justiça social é Minas Gerais.

O governador Fernando Pimentel sempre considerou o desenvolvimento social uma de suas prioridades. Quando foi prefeito de Belo Horizonte seus programas sociais foram premiados internacionalmente. Alguns exemplos são: a reurbanização de favelas, no Programa Vila Viva; o transporte suplementar para comunidades carentes; a reorganização do comercio ambulante, de forma humanizada, o que levou à criação dos inovadores shoppings populares; a política de segurança alimentar, que oferecia comida saudável e barata a populações carentes e escolas municipais, além de muitas outras iniciativas criativas e bem sucedidas.

Coerente com a sua trajetória política, desde os primeiros dias no governo do estado Pimentel abriu as portas para os movimentos sociais. Nos 12 anos anteriores, esses movimentos tinham sido desprezados pelos governos aecistas, que sempre trataram reivindicações sociais como caso de polícia.

Mesmo com as imensas dificuldades provocadas pela crise e a sabotagem contra Minas Gerais, articulada pelo aecismo aliado a Temer, o governo mineiro continuou mantendo políticas sociais importantes e estreita parceria com os movimentos sociais.

Em meio ao caos econômico provocado pelo golpe, a aliança com os movimentos sociais foi fundamental para governo mineiro continuar as suas políticas publicas para o desenvolvimento social.
A ação do governo mineiro se voltou para os segmentos mais vulneráveis da população, como trabalhadores rurais sem terra, populações urbanas marginalizadas, quilombolas, indígenas, atingidos por barragens e grupos socialmente vulneráveis, como LGBT, negros, mulheres, portadores de necessidades especiais e outros.

Depois de quase quatro anos de intenso trabalho, junto com os movimentos sociais, diversas conquistas podem ser comemoradas, entre elas a regularização de terras para a reforma agrária, atendimento de saúde, educação, reconhecimento e amparo aos modos de vida das comunidades tradicionais, assistência técnica, a pacificação de conflitos. Há também a proteção de ativistas sociais perseguidos por sua militância em defesa das suas comunidades. A política mineira de proteção desses ativistas é considerada pela ONU a mais avançada do Brasil.

Eleições são decisivas para recuperar a justiça social

O exemplo mineiro é uma comprovação da importância de manter as trincheiras estaduais que resistem ao golpe.

Como diz o governador Fernando Pimentel, de Minas Gerais, “é fundamental eleger Lula, ou quem o presidente indicar, para recolocar o Brasil nos trilhos”.

Eleger Lula ou quem ele indicar é decisivo para o Brasil. Muitas outras batalhas, entretanto, também são fundamentais nas próximas eleições. As mais importantes serão levar para o Congresso Nacional, em Brasília, a maior bancada comprometida com a democracia e o crescimento com justiça social; garantir a reeleição dos governos estaduais progressistas; e conquistar outros estados para o campo democrático.

(*) Gonzaga Cordeiro é assistente social e sociólogo.

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