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Venezuela: drones no ar, povo nas ruas

Enquanto a grande mídia noticiava o atentado como mais um fato qualquer, ou mesmo tentando culpar o próprio governo, ignorando completamente as evidências, o povo venezuelano respondia enchendo as ruas de Caracas em uma imensa manifestação de apoio à Maduro e à Revolução Bolivariana.

No último sábado, uma notícia abalou a Venezuela: as forças de segurança haviam derrubado dois drones carregados com explosivos C4. O alvo? O palco onde o presidente Nicolás Maduro discursava acompanhado de uma parte importante do Estado-maior venezuelano. No mesmo dia, seis pessoas foram detidas. E o próprio Maduro discursou em cadeia nacional, informando que os autores intelectuais do atentando se encontravam tanto em Bogotá quanto em Miami – os quais, para não deixar dúvidas, já prometem que novas tentativas de assassinatos virão.

Enquanto a grande mídia noticiava o atentado como mais um fato qualquer, ou mesmo tentando culpar o próprio governo, ignorando completamente as evidências, o povo venezuelano respondia enchendo as ruas de Caracas em uma imensa manifestação de apoio à Maduro e à Revolução Bolivariana.

A tentativa frustrada de assassinato contra Maduro se soma à uma longa lista de ações que buscam desestabilizar o governo e enfraquecer as bases sociais e políticas que sustentam a Revolução Bolivariana – processo que poderia ser potencialmente freado caso o plano de recuperação econômica que deve ser colocado em prática no próximo dia 20 tenha sucesso.

Apesar dos efeitos das sanções, da inflação induzida, do bloqueio econômico e diplomático que dificulta a importação de alimentos e medicamentos, o apoio ao processo revolucionário parece aumentar. Enquanto os setores mais reacionários da oposição seguem perdendo espaço.

E talvez seja justamente isso que tenha levado a um ato tão desesperado: exauridas as vias “legais”, entre muitas aspas, para asfixiar a Venezuela diplomática e economicamente, resta ou a intervenção militar direta — opção que talvez ainda não conte com as condições objetivas para sua execução — ou a desaparição física do comandante-em-chefe do processo. Ou seja: se não podemos manipular o povo, só nos resta a desaparição daquele que representa, simbolicamente, a liderança do processo.

Vivemos um momento-chave na história recente da América Latina. Já não se trata mais somente da Venezuela ou da Revolução Bolivariana. Se trata de decidirmos se seguimos o caminho da soberania ou se voltamos aos tempos coloniais, agora com o vizinho do Norte como metrópole.

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  1. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    A articulista cumpre o seu papel de porta-voz de Maduro e tenta dar algum verniz de legalidade às prisões (não mencionadas aqui, por óbvio) de Julio Borges (acusado pela Suprema Corte puxadinho de Maduro de “homicídio intencional qualificado em grau de frustração”) e Juan Requenses, que mora na Colômbia e capturado pela polícia política chavista, o Serviço Bolivariano de Inteligência.
    Isto porque o alegado atentado cheira fortemente a parte da encenação que Maduro monta para se fazer de perseguido e vítima e levanta suspeitas junto à comunidade internacional, já que:
    1. A TV estatal que transmitiu as cenas do suposto “atentado” não apresentou uma única cena de Drones, sejam em vôo sejam explodindo. Só mostrou aduro e os demais governistas no palanque e, depois de conveniente intervalo, uma cena bizarra das tropas debandando em correria, como se sob um comando específico.
    2. Os Bombeiros que acudiram a uma explosão de gás em prédio vizinho ocorrida ao mesmo tempo do suposto atentado declararam à BBC não terem encontrado estilhaços ou fragmentos de quaisquer “artefactos voadores”, e o mesmo foi dito à France Press por populares que assistiam ao evento.
    3. Não foram apresentados quaisquer estilhaços ou pedaços dos drones até hoje.
    Para quem brada – justamente, diga-se – por provas que sustentem a condenação e prisão de Lula, seria de esperar que apresentasse, em nome da coerência legal e do governo Maduro que tanto defende, provas do atentado. Ou, na falta delas até agora, que as exigisse para mostrar que o atentado foi real e não uma encenação. Mas, como de costume, nenhuma prova foi apresentada ou exigida e a narrativa oficial teve mais importância do que os fatos…

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    Mas então vamos ficar assim coxinha: você mostra as provas contra o Lula e nós vamos “convidar ” o Maduro a dar-lhe maiores explicações, sobre dizer que os States querem um golpe na Venezuela. e que o drone que explodiu não foi uma explosão, foi um peido do Trump, ora pois, imagine, os States, logo os States, democráticos como são, se iriam atentar contra a vida de alguém, vade retro !!!!! E aqueles bolivarianos falando asneiras nas manifestações, que absurdo!!!!

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    José Eduardo Garcia de Souza says:

    Ao pedir que eu “mostre as provas contra o Lula” você mostra que ou não leu o que eu escrevi ou então leu e não entendeu patavinas ou, ainda, ler o que quer que seja é de tal forma um tormento que você sai babando besteiras. Quanto ao resto, honestamente nem vale a pena comentar. Passar bem.

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