Brasil

Feliz 2017


Pois é, 2016 está chegando ao fim. E aqui no Brasil, além desse panorama desolador, desanimador, deprimente, de retrocesso em conquistas tão duramente alcançadas, o que a gente vê é uma nova versão daquele velho ditado que diz: “quando o navio vai afundar, os ratos abandonam o barco”. O que a gente está vendo nesse fim de um ano que nem começou, o que a gente está vendo são os ratos abandonando o rato. Temer está ficando cada vez mais isolado.
Agora, não é só isso que fez de 2016 um ano inquietante, um ano marcante, não, não. As instituições brasileiras estão sendo degradadas, o processo de destituição da presidenta Dilma Rousseff aconteceu diante da passividade bovina das instâncias superiores de Justiça.
A perseguição obsessiva contra o ex-presidente Lula da Silva ocorre diante da inércia de uma corte suprema de comportamento absolutamente poltrão, diante das arbitrariedades escandalosas de um messiânico juiz de província, um “juizéco” de primeira instância. A opinião pública desinformada pelos meios de informação, aplaude.
Claro que o combate à corrupção tem que ser profundo, radical, intransigente e urgente, mas deve ser feito dentro das normas legais, sem arbitrariedade.
O governo do ilegítimo chega ao fim do ano dando mostras da sua, como dizer, bizarrice. Um dos mais bizarros integrantes do sindicato de mediocridades que Temer chama de Ministério, Alexandre de Morais, uma figura de história em quadrinho, uma figura de filme trágico de horror, resolveu erradicar a plantação da maconha, não no Brasil, no Paraguai! E erradicar os laboratórios fabricantes de cocaína, não no Brasil, na Bolívia! Só não da pra rir, porque esse camarada, este bucaneiro, este troglodita, continua ocupando o Ministério do que? Da Justiça! Tem mais, tem muito mais, por exemplo: o camada encarregado de dizimar com a Previdência Social no Brasil, teve mais de vinte reuniões, mais de vinte. Com quem? Com representantes da Previdência Privada, leia-se bancos, fundos, leia-se os homens do capital, e com as centrais sindicais, ele teve uma reunião que durou duas horas.
Este é o governo que governa através de emendas constitucionais, como se fosse uma Assembleia Constituinte.
Esse é o ano que não começou e já está indo embora. Eu acho de uma profunda ironia, de uma amarga ironia, desejar feliz 2017. Porque do jeito que as coisas estão aparecendo no horizonte para o ano que vem, esse será um outro ano de infelicidade para o país. Mas ainda assim, feliz 2017 para todos nós.

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