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Colômbia – os Acordos de Paz vão integrar novos atores na vida política nacional: os movimentos sociais

Texto e foto: Aline Piva
 
Bogotá 30/11 – Manifestantes a favor e contra a ratificação dos acordos de paz firmados entre o presidente Juan Manuel Santos e as FARC-EP se reúnem nesse momento na Plaza Bolívar, no centro de Bogotá. Há registro de violência por parte dos manifestantes que não apoiam o processo de paz em Colômbia. A manifestação é uma resposta à decisão do Senado colombiano de ratificar, por 75 votos a zero, o documento que traz, entre outras coisas, garantias para a participação política de uma grande parte da população colombiana. A decisão final cabe agora à Câmara dos Deputados, que delibera hoje sobre o futuro dos acordos de paz.
O documento foi enviado pelo governo de Santos após a derrota do “Sim” no referendo popular realizado em outubro, e traz importantes concessões em relação aos termos acordados no documento anterior – entre elas, o abrandamento de penas e a anistia a possíveis violações cometidas pelas FARC-ELN e o direito de que membros do grupo possam disputar cargos eletivos.
Ainda assim, o acordo representa um importante passo no processo de integração não somente das FARC-EP, mas também de outros movimentos populares colombianos, na vida política do país. Segundo Adriana Ramírez, repórter do jornal popular Bairro Adentro, “o acordo é um passo importante para começarmos a trabalhar. Não é tudo o que nós queríamos, mas coloca importantes temas em discussão. Até então, se negava esse espaço aos movimentos sociais. O que mais nos interessa é que os atores sejam reconhecidos como atores válidos na luta política”. Adriana destaca, ainda, que essa “é uma negociação entre um grupo de insurgência e o governo”, mas que os movimentos populares reconhecem em algumas das propostas “importantes avanços para que o Estado garanta espaço a todos os atores políticos do país e para que haja uma abertura para que o país trabalhe suas problemáticas sob uma nova perspectiva”.
A manifestação de hoje é também uma resposta a um grande ato convocado na tarde de ontem para a mesma Plaza Bolívar, quando acordo centenas de pessoas se reuniram em uma cantata para pressionar os congressistas a ratificar os acordos de paz.
 
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