Nas minhas primeiras falas sobre o golpe, mencionei que esse movimento da elite brasileira, se é que podemos chamar o que temos de elite, manifestava sua saudade da escravidão.
Lamentavelmente, as últimas medidas deste desgoverno só fazem confirmar a minha suspeita.
O Ministério do Trabalho, além da demissão do antigo chefe da fiscalização do trabalho escravo, acaba de baixar uma portaria de número 1129 de 13/10/2017, que facilita a vida daqueles que praticam serviço análogo à escravidão. A portaria elimina os principais entraves ao livre exercício do trabalho escravo contemporâneo, por mais contraditórias, entre si, que essas palavras possam ser: livre exercício de trabalho escravo.
Para além disso, tem a recente reforma trabalhista que preparou o caminho para a precarização do trabalho em todos os níveis.
E enquanto a tropa de choque, da extrema direita, nos distrai com questões moralistas, o país doa a base de Alcântara para os Estados Unidos, vende nossas reservas de petróleo, dilapida todo o nosso patrimônio, e a escravidão está cada vez mais livre no Brasil. Então, é assim, o que começou como um retrocesso político econômico, avançou para consumar um retrocesso humanitário.
Nosso luto vem do verbo lutar!
