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"Pacto de silêncio" entre Funaro e Joesley custava 600 mil por mês, diz Janot

A denúncia apresentada na quinta-feira (15) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer e seus aliados descreve um “pacto de silêncio” firmado entre o doleiro Lúcio Funaro e o empresário Joesley Batista.
O acordo previa o pagamento mensal de R$ 600 mil reais feitos por Batista e que não poderiam ser suspensos nem se Funaro fosse preso. O objetivo era evitar que o doleiro, aliado do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, revelasse informações comprometedoras sobre Temer ou sobre o PMDB.
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“Em razão de tal acordo entabulado entre Lúcio Funero e Joesley Batista, com o objetivo de manter o silêncio de Lúcio Funaro, a J&F, por determinação de Joesley Batista, criou uma espécie de pagamento mensal no valor de R$ 600.000 e, em outras oportunidades, R$ 400.000, a serem pagos diretamente a Lúcio Funero ou, se preso, a pessoas ligadas a eles”, consta na denúncia.
O documento elaborado por Janot considera delações de Funaro e dos próprios executivos da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud. Também cita conversas que estavam nos telefones celulares dos investigados.
Depois da prisão de Funaro, Joesley cumpriu o combinado e continuou com os pagamentos para evitar que o doleiro colaborasse com as investigações.
Quem recebeu o dinheiro teria sido Dante Funaro, irmão de Lúcio, em duas parcelas de R$ 600.000. Depois, a irmã de Lúcio Roberta Funaro teria recebido R$ 400.000.
De acordo com o documento, “o ânimo de Lúcio Funaro em cumprir o “pacto de silêncio” era constantemente monitorado não só por Joesley Batista, mas também por integrantes do governo de Michel Temer, um dos líderes da organização criminosa com atuação na Câmara dos Deputados, como Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha, por meio de contatos com sua esposa, bem como de membros de sua família, como por exemplo, sua irmã Roberto [sic] Funaro”.
“Um desses recados foi enviado a Joesley Batista, por meio de Roberta Funaro, dentro de uma caneta bic, no intuito de tranquilizá-lo quanto ao cumprimento do compromisso firmado”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu aguardar a decisão da Corte sobre a suspensão da denúncia contra o presidente Michel Temer e integrantes do PMDB para enviar o caso para a Câmara dos Deputados, conforme determina a Constituição.
Assim como na primeira denúncia, caberá à Câmara dos Deputados decidir se a denúncia deve ter continuidade.
A Câmara dos Deputados decidirá se o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá ou não investigar o presidente Michel Temer pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça, a partir da nova denúncia apresentada.
A Constituição determina que, para ser autorizada a abertura de investigação contra um presidente da República, são necessários os votos de 342 deputados, ou seja, dois terços dos membros da Casa. Caso contrário, o Supremo não pode dar continuidade ao processo.
Segunda denúncia
Dois dias antes de deixar seu posto na procuradoria, Janot fez a denúncia ao STF. O material se refere aos integrantes do “PMDB da Câmara”. São acusados de organização criminosa Michel Temer; Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures, Eliseu Padilha e Moreira Franco.
Segundo a denúncia, eles praticaram ações ilícitas em troca de propina por meio da utilização de diversos órgãos públicos, como Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados. Michel Temer é acusado de ter atuado como líder da organização criminosa desde maio de 2016.
“Ao denunciado Michel Temer imputa-se também o crime de embaraço às investigações relativas ao crime de organização criminosa, em concurso com Joesley Batista e Ricardo Saud”, consta no documento.
Além das informações fornecidas nos acordos de delação, Janot cita conversas que estavam no telefone celular de Eduardo Cunha em que o então presidente da Câmara combinava encontros com Temer. Os dois usavam a palavra “convite” para se referir ao pagamento de propina.
A denúncia afirma ainda que Temer, ao assumir a presidência, garantiu “espaços relevantes aos líderes do PP e do PMDB que já pertenciam à organização criminosa, com destaque ao papel atribuído a Romero Jucá”.
Descreve que, com o envolvimento de Geddel e Eliseu Padilha nas investigações sobre crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Rodrigo Rocha Loures passou a ser a pessoa de confiança de Temer para tratar de seus interesses escusos.

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    MEIRELLES, O homem forte do BANDIDO CORRUPTOR JOESLEY, que de repente virou o homem forte do BANDIDO CORRUPTO GOLPISTA TEMER, é um caso a ser estudado pela polícia científica internacional, pois ninguém fala absolutamente nada de sua participação em nas maracutaias que seus chefes fizeram e continuam fazendo com a grana que ele tomava e toma conta. É REALMENTE UM CASO MUITO ESPECIAL.
    – TODOS DELATORES QUE MARACUTAIVAM COM O DINHEIRO QUE ELE TOMAVA CONTA NÃO CITARAM SEU NOME.
    – NENHUM INVESTIGADOR DA PF E DE OUTROS ÓRGÃOS INVESTIGATIVOS, CITARAM SEU NOME OU PERGUNTARAM POR ELE.
    – A MÍDIA CORRUPTA GOLPISTA NACIONAL, EM NENHUM MOMENTO CITOU SEU NOME , MESMO SABENDO QUE ELE ERA E É O HOMEM QUE CUIDA DA GRANA DOS DOIS LADOS DA CORRUPÇÃO, (CORRUPTOR E CORRUPTO)
    PARECE UM CASO DE DIVINDADE OU DE ESPIRITUAL REALEZA DIVINA.

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