covid-19 – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Tue, 05 May 2020 23:46:03 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.4.1 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png covid-19 – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br 32 32 Haroldo Lima: as mortes anunciadas https://nocaute.blog.br/2020/05/05/haroldo-lima-as-mortes-anunciadas/ Tue, 05 May 2020 19:28:37 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65114 Os Estados Unidos perdem mais uma guerra para o Vietnã: 60 mil americanos mortos e nenhum vietnamita morto. E o Brasil? Com um presidente incapaz e irresponsável, o país vai anunciando as suas mortes. Já são mais de 7 mil.

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Os Estados Unidos perdem mais uma guerra para o Vietnã: 60 mil americanos mortos e nenhum vietnamita morto. E o Brasil? Com um presidente incapaz e irresponsável, o país vai anunciando as suas mortes. Já são mais de 7 mil.

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O que se sabe do coronavírus https://nocaute.blog.br/2020/05/04/o-que-se-sabe-do-coronavirus/ Mon, 04 May 2020 14:51:04 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65023 Especialmente com vistas ao atendimento dos atuais 3 milhões de atingidos pela covid-19.

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Especialmente com vistas ao atendimento dos atuais 3 milhões de atingidos pela covid-19.

Falta saber muita coisa sobre o coronavírus, responsável pela doença chamada de covid-19, disse a médica Patrícia Rocco, professora titular e chefe do Laboratório de Investigação Pulmonar, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em artigo recentemente publicado no diário O Globo. Nas iniciais em letras maiúsculas de seu nome de batismo, SARS-CoV-2, está dito em inglês severe acute respiratory sindrome, em português, síndrome respiratória aguda grave. Ou seja, se diz que o alvo principal do vírus são as vias respiratórias, especialmente o pulmão, daí o fato de um dos equipamentos hospitalares básicos para o atendimento dos pacientes serem os ventiladores mecânicos, que auxiliam na respiração. Mas, diz Patrícia, o piloto no uso dos equipamentos é sempre o médico e, do que já se sabe, eles precisam ficar atentos não só para o pulmão mas também para o cérebro, os rins e o coração. Ela resume:

  • Tudo indica que o vírus se espalha do epitélio olfativo do pulmão, pelo sistema nervoso central, até o cérebro, causando, logo no início da doença, a perda do olfato, a anosmia, e a perda do paladar, a ageusia.
  • A partir do ataque aos pulmões, a qualidade do sangue produzido pelo paciente fica alterada e podem se formar coágulos com eventuais AVCs, acidentes vasculares cerebrais, que paralisam partes do cérebro e causam hemorragias.
  • O rim é outro dos alvos principais do vírus, diz ela: “Cerca de 20% dos pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva evoluem para o estado de ‘insuficiência renal aguda’, sendo que 10% deles precisam da diálise, a limpeza extracorpórea do sangue, já que os rins, responsáveis normalmente por esse papel, funcionam mal”.
  • O ataque do vírus ao músculo cardíaco pode ser independente da insuficiência respiratória e o pior é que esse ataque ocorre “na proporção de 1 a cada 5 pacientes, levando a insuficiência cardíaca e morte”.

O que se sabe do coronavírus também não é pouco. Um dos conhecimentos essenciais: ele é um vírus de RNA, da sigla em inglês, para ribonucleic acid, ácido ribonucleico, uma das duas peças básicas no processo de reprodução e manutenção da vida. A outra peça é a mais famosa: o DNA, desoxirribonucleic acid. Desde os estudos do monge Gregor Mendel com ervilhas de cores diferentes, há mais de um século e meio, se desconfiava que características básicas dos seres vivos, como plantas e animais, são herdadas.

De início, estudos da hereditariedade foram prejudicados pelos preconceitos religiosos, raciais e de classe social, que consideravam certas raças e estamentos sociais como superiores por sua origem geográfica ou racial, pela cor da pele ou determinação dos deuses. Não se pode esquecer que doutrinas políticas como o nazismo levaram, nos anos de 1939 a 1945, às câmaras de gás e à guerra mundial que fizeram dezenas de milhões de mortos, algo estimado ao equivalente a 3% da população global da época (na data de fechamento deste artigo, 28 de abril, o SARS-CoV-2 tinha infectado 3 milhões de pessoas, das quais 207 mil tinham morrido).

Na II Guerra Mundial o papel da ciência na vida social aumentou enormemente. A primeira grande demonstração disso foram as explosões das bombas atômicas, descritas como possíveis em uma carta de Albert Einstein ao presidente dos EUA, na qual o criador da Teoria da Relatividade pedia um esforço para que os nazistas não fossem os primeiros a domesticar as energias brutais contidas nos núcleos dos átomos. Criadas nos EUA por um esforço internacional de cientistas e técnicos, duas bombas atômicas foram produzidas e jogadas pelos americanos sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Pouco antes, o exército soviético havia entrado em Berlim e Hitler se suicidara. E os dois eventos, as bombas e a morte de Hitler, decretaram a rendição de Alemanha e Japão e o fim da II Guerra.

Do ponto de vista ideológico, a hipótese de as instruções para a formação dos seres humanos estarem armazenadas em genes, que seriam transmitidos de geração em geração, em geral não era bem-vista por aqueles que, de boa fé, imaginavam que a cultura e a política adequadas, rapidamente poderiam produzir um homem novo, melhor.

Mas, foi o fato de as características materiais das espécies serem herdadas o que se comprovou na prática. Duas novas ciências se desenvolveram nesse período: a bioquímica e a biologia molecular. Em 1956, se descobriu que as instruções genéticas para nossa formação estavam armazenadas em 22 blocos de cromossomas, corpos microscópicos encontrados no núcleo das células. E, em 1962, o Prêmio Nobel de Medicina foi dado aos descobridores da hoje famosa estrutura física da cadeia em dupla hélice do DNA. Ela armazena e transmite as instruções herdadas com as características do ser.

Além disso, o DNA serve de molde para comandar, dentro das células, a síntese das inúmeras proteínas de que o corpo desse ser precisa. A dupla hélice do DNA abre um de seus trechos de instruções, o RNA o copia e leva a cópia às células para a produção desses nutrientes do corpo. A montagem da proteína se dá na estrutura da célula chamada de ribossomo, cuja existência, prevista desde o início dos anos 1950, foi confirmada nos anos seguintes e recebeu um Nobel de Medicina em 2009.

O corpo humano é formado por cerca de 37,2 trilhões de células. Existem aproximadamente 1,7 milhão de tipos de seres vivos; muitos deles unicelulares. As células de todos têm um núcleo com as instruções genéticas da espécie. E este núcleo é protegido, delimitado por uma membrana.

Os vírus, que, como já se disse, não são considerados seres vivos, não tem esse núcleo protegido e não tem as estruturas completas para se reproduzirem e, ao mesmo tempo, para produzirem proteínas que os alimentem. Mas têm instruções genéticas: são pedaços de RNA ou de DNA ou de ambos e são protegidos por capsídeos, envólucros formados por proteínas e também por lipídeos, substâncias que não se dissolvem em água, como óleos e gorduras. Essas cápsulas têm mecanismos de aproximação e infiltração em células de seres vivos para poderem usar, em seu próprio benefício, o aparato de reprodução e alimentação desses seres.

Como utilizar o conhecimento acumulado sobre o vírus e os seus mecanismos de reprodução e montagem de proteínas usando o nosso corpo, mas em nosso benefício e contra os vírus, os atuais e os das prováveis novas pandemias? Esse é o tema de nosso próximo artigo.

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Vox Populi: 64% da população não confia no que Bolsonaro diz sobre a pandemia https://nocaute.blog.br/2020/04/30/vox-populi-64-da-populacao-nao-confia-no-que-bolsonaro-diz-sobre-a-pandemia/ Thu, 30 Apr 2020 20:53:14 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64930 O levantamento foi realizado em todo o território nacional entre os dias 18 e 26 de abril, com 1.500 pessoas. A pesquisa também mostrou que 52% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro não tem capacidade para governar nesta crise que estamos passando.

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O levantamento foi realizado em todo o território nacional entre os dias 18 e 26 de abril, com 1.500 pessoas. A pesquisa também mostrou que 52% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro não tem capacidade para governar nesta crise que estamos passando. 

Veja abaixo:

Vox Populi: 64% da população não confia no que Bolsonaro diz sobre a pandemia

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Consórcio Nordeste contrata médicos para combater Covid-19 https://nocaute.blog.br/2020/04/30/consorcio-nordeste-contrata-medicos-para-combater-covid-19/ Thu, 30 Apr 2020 16:59:19 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64917 Medida histórica tomada pelos governadores nordestinos abre espaço para estudantes, médicos formados no exterior e voluntários atuarem no combate à pandemia.

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Medida histórica tomada pelos governadores nordestinos abre espaço para estudantes, médicos formados no exterior e voluntários atuarem no combate à pandemia. “Para 15 mil médicos brasileiros e estrangeiros que estão no Brasil sem poder praticar a medicina, nós estamos oferecendo, em cada estado do Nordeste, a possibilidade de eles fazerem um processo rigoroso de revalidação do seu diploma em seis meses”, diz Nicolélis.

O Consórcio Nordeste, grupo formado pelos nove governadores da região, criou a Brigada Especial de Saúde, uma iniciativa para reforçar as equipes de saúde no combate ao novo coronavírus. O objetivo é multiplicar o contingente de profissionais em campo com a contratação temporária, por seis meses, de estudantes, médicos formados no exterior e voluntários para atuarem na prevenção e assistência à população.

Segundo o coordenador da Comissão Científica do Consórcio, o neurocientista Miguel Nicolelis, a estratégia de atuação dos profissionais contratados será feita com base em informações fornecidas pela própria população, por meio do aplicativo “Monitora Covid-19”, desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ele afirma que a implantação da medida será imediata.

“Como as pessoas vão poder fornecer seus dados clínicos pelo aplicativo, a gente vai ter uma noção de onde estão os novos focos e onde estão os pacientes que precisam de ajuda imediata”, explica. “A brigada vai ser o braço efetuador dessa estratégia”. Ele diz que a partir das localizações onde estão os focos, a equipe de profissionais de saúde vai agir nos municípios, tratando das pessoas e, se caso confime a infecção pelo coronavírus, vai isolaar isolando as pessoas para que não a contaminação.

Para o neurocientista, a brigada também é uma oportunidade de profissionais que não podem exercer a medicina por não conseguirem revalidar diplomas estrangeiros – atualmente, são cerca de 15 mil no país – cumprirem a “missão de salvar dezenas e até centenas de milhares de vidas no Nordeste”.

“Para 15 mil médicos brasileiros e estrangeiros que estão no Brasil sem poder praticar a medicina, nós estamos oferecendo, em cada estado do Nordeste, a possibilidade de eles fazerem um processo rigoroso de revalidação do seu diploma em seis meses”, aponta. “Eles vão ter esse componente de ensino-serviço, onde vão estar juntos com as equipes para ir na linha de frente do combate do coronavírus”, diz Nicolelis.

Solução histórica

Nicolelis comemora a agilidade dos governadores em aprovar a medida. “Essa é uma resolução histórica. Eu não me lembro, na história do Brasil recente, de uma decisão tão audaciosa, dos governadores, do consórcio. Em duas semanas a ideia foi da cabeça da gente para uma resolução aprovada. Tempo recorde. É algo muito importante”, aponta.

O médico sanitarista Hêider Pinto, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e membro do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, ressalta que os médicos contratados atuarão de forma móvel, identificando e se deslocando para os principais centros de atenção à pandemia.

“Você pode ter intercâmbio entre os profissionais. A gente pode imaginar que algumas regiões do interior do Piauí vão começar a ter um pico da pandemia depois que Fortaleza. Então você poderia ter uma situação de profissionais de Fortaleza atuando no interior do Piauí, para dar um exemplo”, explica.

Hêider explica que, antes de ir a campo, os novos profissionais passarão por avaliações e treinamentos para a atuação com a população. “Nós não vamos cobrar dele nada mais e nada menos do que se cobra dos médicos brasileiros. Muitas vezes, nas avaliações para médicos formados fora do Brasil, se cobra deles um padrão muito mais alto que para os médicos brasileiros”, admite.

Equipes territorializadas

O médico sanitarista afirma que uma das principais correções que se busca corrigir com a instituição da Brigada de Saúde é a atenção primária – ou seja, a prevenção e contenção da doença logo nos primeiros sintomas. “Já que não se faz intervenção clínica no início e a unidade básica de saúde é um lugar onde as pessoas podem contaminar outras, tirou-se a atenção primária de qualquer papel no enfrentamento da pandemia”, afirma.

Ele diz que as medidas coletivas, tipo o isolamento social, são importantes, mas que é possível avançar. “Eu posso mobilizar os profissionais da atenção primária para que possam ir até as pessoas que estão no domicílio, com suspeita, para poder fazer o reforço, para poder tomar medidas”, propõe.

Professor da UFRB, ele garante que as equipes da Brigada atuação perto da população, e não só quando os quadros clínicos se agravarem. “A brigada vai atuar onde precisa no território, fazendo intervenções da equipe de atenção primária”.

Erick Gimenes, do Brasil de Fato

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Sem plano B https://nocaute.blog.br/2020/04/29/sem-plano-b/ Wed, 29 Apr 2020 19:20:35 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64850 Não está comprovada a ideia de que os infectados pelo vírus SARS-CoV-2 que geraram anticorpos estejam imunes a nova contaminação e não o transmitirão a outras pessoas. Por enquanto, o que resta é o isolamento social

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Não está comprovada a ideia de que os infectados pelo vírus SARS-CoV-2 que geraram anticorpos estejam imunes a nova contaminação e não o transmitirão a outras pessoas. Por enquanto, o que resta é o isolamento social

O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse no último dia 22 que o governo prepara diretrizes para que estados e municípios superem a fase do isolamento social como arma para combater a pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2. E, para isso, deve colocar em andamento uma operação que prevê a aplicação de testes, que seriam realizados em residentes em todas as unidades da Federação (https://nocaute.blog.br/2020/04/23/teich-quer-o-obvio-mais-e-melhores-informacoes/). Os testes serão os do tipo rápido (sorológicos), que detectam a presença de anticorpos do vírus no sangue poucos minutos após a coleta de uma amostra.

“A gente tem que entender mais da doença. Quanto mais a gente entender, maior vai ser a nossa capacidade de administrar o momento, planejar o futuro e sair desta política do isolamento e do distanciamento. Para conhecer a doença, a gente vai ter que fazer um programa de testes”, explicou Teich.

Aplicar testes para conhecer melhor o desenvolvimento da pandemia no Brasil é algo necessário, obviamente. O problema é se os resultados desses testes forem utilizados para definir a condição de imunização de pessoas que apresentarem anticorpos, o que poderia levar à emissão de uma espécie de “passaporte de imunidade”. Algo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) condena claramente. “Atualmente não há evidência de que pessoas que se recuperaram do covid-19 e têm anticorpos são protegidos de uma segunda infecção”, informou o órgão em nota emitida no último dia 24 (https://www.who.int/news-room/commentaries/detail/immunity-passports-in-the-context-of-covid-19).

De acordo com a OMS, para o desenvolvimento da imunidade a partir da infecção é necessário um período de tempo de uma a duas semanas. Isso porque o corpo humano responde a uma infecção viral em etapas. Primeiro, gera uma resposta não específica ao patógeno (o agente causador da doença, no caso, o vírus) que pode até impedir a manifestação de sintomas. Depois, vem a “resposta adaptativa”, quando “o corpo produz anticorpos ligados especificamente ao vírus”. Os anticorpos são proteínas chamadas imunoglobulinas. Além deles, são produzidas células-T, capazes de eliminar outras células infectadas com o vírus, processo conhecido como imunidade celular.

A resposta adaptativa, de acordo com a OMS, pode “eliminar o vírus do corpo e, se for forte o suficiente, pode impedir progressão para doença grave ou reinfecção pelo mesmo vírus”. A presença de anticorpos no sangue permite avaliar esse processo.

A OMS informa que a maioria dos estudos referentes ao SARS-CoV-2 “mostra que pessoas que se recuperaram da infecção têm anticorpos para o vírus”. Mas, continua a nota, até o momento, “nenhum estudo avaliou que a presença de anticorpos para SARS-CoV-2 confere imunidade à infecção subsequente por esse vírus em humanos”.

Os testes que captam os anticorpos são justamente os testes rápidos que o Ministério da Saúde (MS) pretende aplicar. “A presença de anticorpos diz que uma pessoa […] não significa que ficou imune, pois a resposta pode não ser forte ou duradoura o suficiente, e tampouco que a pessoa deixou de ser portadora do vírus”, explica Eurico Arruda, professor titular de virologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, em entrevista publicada por O Globo na edição do último dia 28.

De acordo com Arruda, a capacidade de persistência – que permite que o vírus continue “escondido” no organismo – não está definida no caso do SARS-CoV-2. Nessa fase, o vírus “para de se replicar desenfreadamente e de causar doença, mas continua no corpo da pessoa”. Se as defesas do infectado, por qualquer motivo, enfraquecem, o vírus pode voltar a se replicar, provocar sintomas e ser transmitido. Uma hipótese, afirma o infectologista, “é que isso aconteça por que o sistema imunológico esteja ainda aprendendo a atacar o vírus e se adaptando a um novo patógeno”.

Grandes empresas brasileiras parecem estar se preparando para também aplicar testes rápidos em seus funcionários, com o objetivo de tentar captar os que já estariam imunizados e, assim, programar o retorno às atividades. De acordo com estimativa da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), aproximadamente 30 milhões de kits foram encomendados pelo setor privado, com entrega prevista entre maio e julho.

Se a testagem a ser aplicada pelo MS e por empresas tiver realmente como objetivo identificar os supostos imunizados, há o risco de isso incentivar muito precocemente um amplo relaxamento na política de isolamento social. David Uip, médico infectologista e coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus do estado de São Paulo, avalia que, “é difícil prever” a volta à normalidade. “Em outros países, tem durado de quatro a cinco meses”, declarou em entrevista publicado por Valor Econômico. “Há duas variáveis que podem mudar isso. Uma é surgir um medicamento eficaz. A outra é a vacina”. Mas, diante do fato de que não há ainda vacina para o SARS-CoV-2 e nem medicamento com efeito comprovado para a covid-19, “o que podemos fazer é o distanciamento social”. “Não temos um plano B neste momento. O plano B é o A”.

Para a OMS, pessoas que assumem estar imunes a uma segunda infecção porque foram encontrados anticorpos em seu organismo “podem ignorar os conselhos de saúde pública”. E o eventual uso de qualquer tipo de “passaporte de imunidade” pode, assim, “aumentar os riscos de transmissão continuada”.

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Os vírus, os Bolsonaros e a China https://nocaute.blog.br/2020/04/28/os-virus-os-bolsonaros-e-a-china/ Tue, 28 Apr 2020 21:30:11 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64771 A propósito do último balanço da pandemia do coronavírus e das ações da gangue dos quatro.

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A propósito do último balanço da pandemia do coronavírus e das ações da gangue dos quatro.

Até 28 de abril, a pandemia da covid-19, segundo os registros da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, tinha infectado 3 milhões de pessoas e causado 207 mil mortes. O país mais afetado eram os americanos, com 979,1 mil infectados, 55,6 mil mortes, seguido por países como Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino Unido e Turquia. A China era o oitavo país da lista, com 88,4 mil infectados e 4,6 mil mortos.

Cerca de quatro meses atrás, a 31 de dezembro, o governo de Wuhan, cidade de 11 milhões de habitantes no centro da China, tinha divulgado que 27 pessoas estavam internadas com uma pneumonia de origem desconhecida. E, alertado, o governo central, em Pequim, informou a OMS. Segundo o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, seu governo informou os EUA em 3 de janeiro; e o governo americano informou a seus cidadãos que estavam em Wuhan doze dias depois, em 15 de janeiro.

Já em 7 de janeiro, a China identificou o genoma do vírus, o código genético com as instruções de sua replicação, e o distribuiu a laboratórios em todo mundo. Tratava-se de um vírus com as características da família coronavírus, já conhecida dos chineses em função de um surto ocorrido no país em 2003. O vírus da época foi batizado de SARS-CoV. Sars, do inglês severe acute respiratory sindrome, síndrome respiratória aguda grave, que indica a doença; Cov, de coronavírus. No caso da pandemia atual, o vírus é o SARS-CoV-2; a doença, é a covid-19, do inglês coronavirus disease.

A família dos coronavírus é conhecida há tempos, desde os anos 1960. Cerca de 30 espécies da família já teriam sido identificadas, diz um trabalho especial do semanário britânico The Economist, na edição de 12 de março último. Duas delas, diz a revista, são responsáveis por 15% a 30% dos resfriados comuns. O Sars-Cov2, que provoca uma doença bem mais grave do que resfriados, se espalhou de sua origem, também na China, para 12 países em 2002, onde infectou cerca de 8 mil pessoas, causando 800 mortes.

O SARS-CoV-2 se mostrou muito mais violento. Até 20 de janeiro havia apenas 3 mortes em Wuhan. Nos 10 dias seguintes, já eram 170 óbitos, espalhadas pela China. E a reação do governo chinês foi igualmente rápida e impressionante: no dia 23 de janeiro, com transmissão pelo Youtube, foi iniciada a construção de dois grandes hospitais na cidade, para mil e 1,6 mil leitos, por uma força tarefa de 4 mil operários, 95 escavadeiras, 160 caminhões basculantes. Em 3 de fevereiro, os primeiros pacientes deram entrada no primeiro hospital. O segundo ficou pronto dez dias depois.

As ações no campo social também foram dramáticas. A cidade de Wuhan entrou em quarentena total e ficou isolada. No resto do país, segundo o The New York Times, as medidas para conter as interações sociais foram aplicadas de modo mais brando do que em Wuhan, mas quase a metade da população, cerca de 760 milhões do 1,4 bilhão de chineses, ficou confinada, com remédios e comida entregues em suas casas.

Ao mesmo tempo, os médicos e cientistas chineses abriram seus estudos e pesquisas sobre a doença e seu tratamento para o mundo inteiro. Como disse o canadense Bruce Aylward, líder da equipe da OMS que foi a Wuhan nessa época: “Foi absolutamente crucial na parte inicial dessa epidemia ter acesso total a tudo que fosse possível, ir até lá e trabalhar com os chineses para entender isso.” 

Depois de tudo isso, é impressionante ver o que dizem sobre a China e a pandemia os bolsonaristas do seu núcleo duro e seus inspiradores, dirigentes do governo do presidente americano, Donald Trump.

No dia 20 de março, em entrevista à Fox News, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, declarou que os chineses tinham perdido “dias valiosos” depois de identificar a nova doença, a Covid-19, permitindo que milhares de pessoas deixassem a cidade de Wuhan, onde ela primeiro se manifestou, e viajassem para o exterior.

No final de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, e uma caravana de cerca de 40 pessoas foram a um encontro com Donald Trump em Mar-a-Lago, uma grande propriedade do presidente americano, situada perto de Miami. Àquela altura, o coronavírus já era amplamente conhecido e o papel central da China na história da origem do vírus, também.

Na volta, no dia 18 de março, foi a vez de Eduardo, em nome do bloco bolsonarista seguir o modelo americano e atacar a China. Eduardo é o filho “02” da gangue dos quatro: Jair, o pai, presidente; Flávio, o filho “01”, senador; Eduardo, filho “02”, deputado federal; e Carlos, o filho “03”, vereador na cidade do Rio de Janeiro. Eduardo tinha discursado em Mar-a-Lago dizendo que votaria em Trump se fosse americano e que apoiava a construção do muro na fronteira com o México, porque não iria para os EUA de forma ilegal. Na época, o chefe de sua turma ainda mantinha aberta a sua indicação para embaixador do Brasil nos EUA.

Talvez entusiasmado com a perspectiva, depois de sua volta ao Brasil, Eduardo declarou no dia 18 de março sobre a pandemia, pelo Twitter:  “Quem assistiu Chernobyl vai entender o q ocorreu. Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. Mais uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas q salva é a liberdade.”

O coronavírus, que não é um ser humano, como se sabe, não está nem aí. E continua agindo – no Brasil, não na China, um país comunista, é claro – com ampla liberdade. Dias depois da volta do presidente e sua caravana, se soube que cerca de metade da turma que foi ver Trump para a lambança em Mar-a-Lago tinha contraído a covid-19.

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Nova brigada de médicos cubanos embarca para o exterior. Eles já estão na Europa, América Latina, África e Oriente Médio. https://nocaute.blog.br/2020/04/28/nova-brigada-de-medicos-cubanos-embarca-para-o-exterior-eles-ja-estao-na-europa-america-latina-africa-e-oriente-medio/ Tue, 28 Apr 2020 17:49:42 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64701 Uma brigada de 217 profissionais de saúde cubanos partiu rumo à África do Sul para apoiar o combate à Covid-19 nesse país. Com ela já são 22 as equipes médicas da Ilha que viajaram ao exterior para ajudar a salvar vidas. Ao todo já são 1.500 os homens e mulheres pertencentes aos “Contingentes Henry Reeve”, que em meio à pandemia se deslocaram para 22 nações da Europa, América Latina, Caribe, África e Oriente Médio.

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Uma brigada de 217 profissionais de saúde cubanos partiu rumo à África do Sul para apoiar o combate à Covid-19 nesse país. Com ela já são 22 as equipes médicas da Ilha que viajaram ao exterior para ajudar a salvar vidas. Ao todo já são 1.500 os homens e mulheres pertencentes aos “Contingentes Henry Reeve”, que em meio à pandemia se deslocaram para 22 nações da Europa, América Latina, Caribe, África e Oriente Médio.

Em sua conta no Twitter, o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, afirmou que “sem descuidar da responsabilidade de proteger nosso próprio povo, apesar das limitações impostas pelo bloqueio econômico dos Estados Unidos, Cuba oferece sua modesta cooperação a outros povos”, e acrescentou que “diante da Covid-19, a prioridade de todos tem que ser salvar vidas”. O chanceler assinalou que “esta é uma crise de múltiplos e demolidores efeitos, não só no âmbito da saúde, mas também na economia, no comercio internacional e em nossas sociedades em geral” E acrescentou: “Pátria é Humanidade. Sob essa máxima de José Martí, nossos profissionais da saúde defende a atenção médica, o bem-estar dos povos e a vida mais remotos rincões do mundo”. 

O ministro de Saúde Pública de Cuba, José Ángel Portal, ao referir-se ao grupo que partiu rumo à África do Sul, disse que a atitude de seus integrantes tem sido fiel aos princípios solidários de nosso povo e da Revolução.

Apesar da campanha do governo dos Estados Unidos para desacreditar a colaboração médica cubana, a crise da Covid-19 jogou por terra as calúnias de Washington. “Algum dia contaremos a nossos filhos que, após décadas de filmes e propaganda, na hora da verdade, quando a humanidade precisou de ajuda num momento em que as grandes potencias se esconderam, começaram a chegar médicos cubanos, sem pedir nada em troca cambio”, declarou Rafael Correa, ex-presidente do Equador.

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Editora Springer libera mais de 400 livros científicos gratuitamente enquanto durar a pandemia do Covid-19 https://nocaute.blog.br/2020/04/27/editora-springer-libera-mais-de-400-livros-cientificos-gratuitamente-enquanto-durar-a-pandemia-do-covid-19/ Mon, 27 Apr 2020 14:27:41 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64567 A gigante Springer, editora multinacional com filiais em vários países, liberou gratuitamente para download alguns de seus livros mais caros sobre ciência e tecnologia. Essa decisão será mantida enquanto houver nações sob confinamento social. São 408 livros técnicos de valores altos, que estão disponíveis para download gratuito.

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A gigante Springer, editora multinacional com filiais em vários países, liberou gratuitamente para download alguns de seus livros mais caros sobre ciência e tecnologia. Essa decisão será mantida enquanto houver nações sob confinamento social. São 408 livros técnicos de valores altos, que estão disponíveis para download gratuito. Springer-Ebooks.pdf

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Teich quer o óbvio: mais e melhores informações https://nocaute.blog.br/2020/04/23/teich-quer-o-obvio-mais-e-melhores-informacoes/ Thu, 23 Apr 2020 22:02:45 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64445 Enquanto isso, apoiadores de Bolsonaro atacam pesquisadores que concluíram que a cloroquina não deve ser utilizada no tratamento da Covid-19.

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Enquanto isso, apoiadores de Bolsonaro atacam pesquisadores que concluíram que a cloroquina não deve ser utilizada no tratamento da Covid-19.

O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, disse durante seu discurso de posse, pronunciado na sexta-feira passada, que é preciso ter mais informação sobre a pandemia provocado pelo Sars-Cov-2, o novo coronavírus, e a doença que ele desencadeia, a Covid-19. “Ainda há uma pobreza muito grande de informações, o que leva a um nível de ansiedade e medo. Além da Covid-19, temos que trabalhar para administrar o comportamento da sociedade. Vamos trabalhar trazendo confiança por meio da informação de qualidade, planejamento e conhecimento, porque aí sim será possível achar uma solução”, declarou Teich

Obter informação de qualidade sobre a pandemia é algo buscado em todo o mundo. Pesquisas sobre o vírus, sobre remédios que poderiam ser empregados no tratamento da Covid-19 e sobre o desenvolvimento de uma vacina que previna a doença são parte dos esforços globais em andamento, que podem obter resultados de prazo médio e longo. Além disso, em escalas diferentes, países aplicam testes para tentar identificar os contaminados pelo vírus e os que, alcançados por ele, adquiriram imunidade, o que ajuda a planejar as ações de curto prazo.

No Brasil não é diferente, o que torna a manifestação do ministro sem maior efeito. “Teich falou sobre a importância de termos mais informações sobre o coronavírus. Isso é óbvio. Todos querem no mundo inteiro mais informações sobre o vírus e isso só se conseguirá com aposta maior na ciência, coisa que seu antecessor [Luiz Mandetta] defendia. O presidente [Jair Bolsonaro], contudo, é um negacionista da ciência em todas as áreas”, escreveu a jornalista Míriam Leitão em sua coluna, publicada pelo diário O Globo no último sábado.

Por aqui há registro de inúmeros estudos do mesmo tipo dos que se acham em desenvolvimento lá fora. A questão é que, até agora, no Brasil ou no exterior, há dificuldades em obter as tais “informações”, essencialmente devido à situação inédita que o Sars-Cov-2 provocou.

Um exemplo é o que ocorre na China, país onde surgiram os primeiros casos de contaminação pelo novo coronavírus e que parecia ter controlado sua disseminação. No último domingo, a província de Heilongjiang, situada no nordeste chinês e fronteiriça com a Rússia, registrou 61 casos de transmissão local, incluindo assintomáticos, informou o governo chinês. Os casos estão concentrados na cidade de Harbin. Isso, de alguma forma, parece contradizer o anúncio feito pela China no mês passado, segundo o qual a taxa de transmissão local – isto é, sem levar em conta os casos em que a infecção se deu a partir de pessoas vindas do exterior – estava próximo de zero.

Na última sexta-feira, mesmo dia em que o  Teich tomou posse, a Xinhua, agência de notícias oficial do país asiático, informou numa breve nota que o total de casos confirmados de Covid-19 na área continental chinesa até o dia anterior fora atualizado para 82,7 mil. Segundo Mi Feng, funcionário da Agência Nacional de Saúde, o número de mortos cresceu para 4.632. Isso ocorreu essencialmente porque as autoridades da cidade de Wuhan – onde a doença se originou –, na província de Hubei, alteraram os dados locais. O número total de casos confirmados cresceu em 325 para 50,3 mil, enquanto o de mortos aumentou em 1.290, alcançando 3.869, uma alta de 50% em relação ao dado anterior.

A notícia gerou imediatamente a reação do presidente dos EUA, Donald Trump. “A China acaba de anunciar uma duplicação no número de mortes pelo ‘Inimigo Invisível’. É muito maior que isso e muito mais alto que nos EUA, não chega nem mesmo perto!”, postou Trump, em sua conta no Twitter

A diplomacia chinesa respondeu ao dirigente americano. “Nunca houve nenhuma ocultação e não autorizaremos nenhuma”, disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. Segundo ele, houve  “atrasos, omissões e imprecisões” nos registros  de mortes no início da epidemia, em razão da saturação dos hospitais”.

A ideia de que a recontagem do número de casos apresentada pelo governo chinês seria evidência de uma suposta ação deliberada para esconder suas dificuldades no combate ao coronavírus não foi compartilhada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Maria Van Kerkhove, responsável pela gestão da pandemia na entidade internacional, declarou, durante entrevista coletiva realizada no mesmo dia do anúncio chinês que “é algo difícil de perceber durante uma crise, identificar todos os casos e identificar todos os mortos”. Maria explicou que, para gerar o novo balanço, as autoridades chinesas utilizaram dados não computados de funerárias, hospitais, laboratórios, prisões, clínicas e asilos. Segundo ela, é de se esperar que “inúmeros países se encontrem em uma situação similar, na qual terão de revisar seus registros”.

A revisão, aliás, chegou ao país governado por Trump ainda antes de alcançar a China. Isso porque a cidade de Nova York passou a contabilizar, devido a uma decisão adotada no meio da semana passada, mortes não provadas (aquelas cujos resultados dos testes não foi positivo), mas prováveis, o que elevou em 3,7 mil os óbitos ocorrido na cidade por causa da Covid-19. A informação foi divulgada pelo Departamento de Saúde novaiorquino. Com isso, o número de óbitos na cidade superou 10 mil. Em todo o país, são mais de 40 mil, informou a Universidade Johns Hopkins. E o país superou os 740 mil casos confirmados.

As dificuldades enfrentadas pelas autoridades de saúde para definir com precisão o número de infectados pelo Sars-Cov-2 e mesmo os óbitos provocados pela Covid-19 são muito grandes, como se pode avaliar. E no Brasil certamente não é diferente. O número de infectados divulgado pelo Ministério da Saúde (MS) é seguramente subestimado. Segundo uma das estimativas feita por pesquisadores, poderia ser multiplicado por 16. Assim, estaria próximo dos 600 mil. Contribui para a subnotificação o baixo número de testes realizados, decorrente da falta de material: a capacidade nacional de produção dos insumos para a realização dos testes é baixa em relação às necessidades atuais e a importação – da China, que concentra a produção mundial – é dificultada pelo enorme aumento da demanda global.

Leia também: O Sars-Cov-2 e a dependência internacional do Brasil

Para tentar traçar um cenário mais real da situação brasileira, o MS anunciou a realização de duas pesquisas, cujos dados – agregados a informações já coletadas pelo ministério – vão compor um painel que permitiria a tomada de decisões mais fundamentadas sobre as ações relacionadas à pandemia. “Sem esses dados mais claros, como a gente vai voltar atrás na orientação de isolamento? Sem ter um pouco mais de informação precisa para tomar essa decisão? Não dá”. A declaração é de Erno Harzheim, secretário da Atenção Primária à Saúde do MS. “A gente está preparando esses três mecanismos para ter um mapeamento mais completo e conseguir tomar as decisões de forma mais precisa e com mais segurança”, disse Harzheim a O Globo.

Um dos levantamentos é um estudo nacional coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Utilizando pesquisadores do instituto Ibope, serão realizadas entrevistas e testes rápidos para detecção de anticorpos da Covid-19 em aproximadamente 100 mil pessoas residentes em todas as unidades da Federação.

A iniciativa, ao que tudo indica, foi planejada ainda sob a gestão de Mandetta. Já Teich, se quiser uma “riqueza” maior de informação, precisará apoiar, como diz Míriam Leitão, os esforços de cientistas e pesquisadores. E esse esforço precisa incluir, por exemplo, alguma forma de enfrentamento de adeptos do presidente Bolsonaro. Como se dá no caso denunciado no último sábado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Academia Nacional de Medicina (ANM), que condenaram em notas emitidas separadamente ataques sofridos por autores de um estudo que revelou o risco de efeitos colaterais graves em pacientes de Covid-19 tratados com cloroquina, a droga que o presidente da República indica como a solução para a crise atual.

O estudo foi feito pelo grupo Cloro Covid-19, composto de mais de 70 profissionais de instituições como Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, do governo do estado do Amazonas, a Fiocruz, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade de São Paulo (USP).

A nota da ANM afirma que, “apesar da repercussão favorável na comunidade médica e científica”, os pesquisadores “foram vítimas de acusações torpes e covardes, totalmente descabidas, inclusive com ameaças de morte”. Para a entidade, “o estudo foi desenhado e conduzido com respeito a todos os requisitos éticos e legais”.

Ficou muito claro desde a divulgação da pesquisa de onde partiu o ataque: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) disse no Twitter que o estudo “causou 11 mortes após pacientes receberem doses muito fora do padrão”.

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O misterioso artista de rua britânico Banksy, sem sair de casa nos tempos de coronavírus, postou nas redes sociais sua mais nova obra feita no banheiro da casa dele. (foto Arquivo Pessoal) https://nocaute.blog.br/2020/04/20/o-misterioso-artista-de-rua-britanico-banksy-sem-sair-de-casa-nos-tempos-de-coronavirus-postou-nas-redes-sociais-sua-mais-nova-obra-feita-no-banheiro-da-casa-dele-foto-arquivo-pessoal/ Mon, 20 Apr 2020 14:58:01 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64202 O post O misterioso artista de rua britânico Banksy, sem sair de casa nos tempos de coronavírus, postou nas redes sociais sua mais nova obra feita no banheiro da casa dele. (foto Arquivo Pessoal) apareceu primeiro em Nocaute.

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