Super-Revolucionários – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Wed, 14 Aug 2019 18:43:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.2.2 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png Super-Revolucionários – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br 32 32 Fidel Castro: o socialismo para além da ilha https://nocaute.blog.br/2019/08/14/fidel-castro-o-socialismo-para-alem-da-ilha/ Wed, 14 Aug 2019 18:43:40 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=52619 "Os revolucionários hão de proclamar suas ideias valentemente, definir seus princípios e expressar suas intenções para que ninguém se engane, nem amigos, nem inimigos."

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“Os revolucionários hão de proclamar suas ideias valentemente, definir seus princípios e expressar suas intenções para que ninguém se engane, nem amigos, nem inimigos.”

Nascido num 13 de agosto, em 1926, Fidel Alejandro Castro Ruz (1926-2016) é mais um dos Super-Revolucionários que passam a integrar o projeto dos sites Opera Mundi Nocaute, o blog do escritor e jornalista Fernando Morais.

Principal líder da Revolução Cubana, Fidel tornou-se uma referência mundial para a esquerda após a chegada ao poder, 1º de janeiro em 1959. Era a vitória improvável dos rebeldes que desembarcaram no país, então governado pelo sanguinário e subserviente aos Estados Unidos ditador Fulgêncio Batista. Eles conquistaram os corações e mentes dos cubanos a partir da guerrilha estabelecida na hoje lendária Sierra Maestra.

Tal feito seria suficiente para que Fidel entrasse na história da América Latina, mas é a longa permanência do regime socialista, seu sucesso absoluto nas áreas de educação e saúde, seu engajamento em diversas guerras de libertação nacional na África e na América Latina, sua luta contra os regimes adeptos do apartheid e apoio a projetos progressistas em todo o planeta que tornaram Fidel uma figura que transcende os limites continentais.

A presença de Fidel, que foi primeiro-ministro de Cuba de 1959 a 1976 e presidente de 1976 a 2008, complementa nosso baralho, já trouxe as cartas de Luís Carlos Prestes, Frida Kahlo, Alexandra Kollontai, Bela Kun, Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

A ideia é, tão logo alcancemos um número suficiente de cartas, lançarmos um jogo inspirado no conhecido Super-Trunfo, junto com um livro com informações essenciais sobre esses super-revolucionários.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 9

Ainda na universidade, Fidel Castro envolveu-se, em 1947, na luta pela democracia na República Dominicana, em oposição ao ditador Rafael Trujillo. Em 9 de abril de 1948, participava da Conferência Interamericana de Estudantes quando irrompeu o Bogotazo, após a morte do candidato liberal à presidência da Colômbia Jorge Eliezer Gaitán. Em 26 de julho de 1953, lidera, junto com o irmão Raúl Castro e Abel Santamaría, a fracassada tentativa de assalto ao quartel La Moncada, com o objetivo de derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista. 

DISCIPLINA 8

Fidel foi condenado a 15 anos de prisão, e acabou anistiado após 22 meses de cumprimento da sentença. Ainda que desde muito jovem influenciado pelo marxismo, mas também por diversos movimentos nacionalistas latino-americanos, Fidel não ingressou nas fileiras do comunismo em Cuba. Fundou um movimento próprio, o Movimento 26 de Junho, que, em 2 de dezembro de 1956 desembarca na ilha, reunindo os guerrilheiros que conquistariam o poder em Cuba em 1º de janeiro de 1959. 

TEORIA 8

Mais que os textos de Fidel, foi a prática da Revolução Cubana que influenciou partidos políticos ao redor do mundo. As lutas de Fidel, Raúl, Che Guevara e Camilo Cienfuegos permitiram a diversos movimentos de libertação nacional encontrar uma nova forma de luta, que acabou batizada de “foquismo”, ou seja, a tentativa de criação de um foco revolucionário no campo que acabasse influenciando os setores progressistas nas cidades. 

POLÍTICA 10

Fidel foi, antes de tudo, um gênio da política. A forma como conduziu a política interna e as relações internacionais de Cuba permitiram que a Revolução Cubana resistisse a décadas de ataques militares, políticos e econômicos dos Estados Unidos, com a ameaça, inclusive, de uma guerra nuclear de proporções mundiais, na crise dos mísseis de 1961.

COMBATIVIDADE 9

Fidel e seus companheiros chegaram ao poder em Cuba com pouquíssimo apoio internacional. O grupo de guerrilheiros, no entanto, conseguiu estabilizar o país e impor uma agenda de igualdade social em que se destacaram os resultados na saúde e na educação, os quais perduram por décadas. Houve o período de dependência da União Soviética, mas Cuba conseguiu manter o regime socialista e suas conquistas mesmo diante das enormes dificuldades econômicas, após o fim do bloco socialista.

INFLUÊNCIA 10

Além da influência militar entre os grupos de esquerda, Fidel e Cuba representaram a possibilidade de existência de regimes progressistas e de solidariedade internacional entre os países pobres. A trajetória e a influência de Cuba se fizeram notar na luta contra o apartheid na África, nas revoluções de Angola e Moçambique, no bolivarianismo venezuelano de Hugo Chávez e em muitas outras iniciativas políticas.


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Liudmila Pavlichenko: a matadora de nazistas https://nocaute.blog.br/2019/08/07/liudmila-pavlichenko-a-matadora-de-nazistas/ Wed, 07 Aug 2019 17:30:33 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=52246 "Um dia eu tive de dizer [a crianças da cidade de Sebastopol] honestamente que atirei contra os inimigos por muitos dias. 'Isso é ruim', disseram elas, em coro. Uma, a mais esperta, acrescentou: 'É muito ruim. Nazistas devem ser mortos todos os dias".

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“Um dia eu tive de dizer [a crianças da cidade de Sebastopol] honestamente que atirei contra os inimigos por muitos dias. ‘Isso é ruim’, disseram elas, em coro. Uma, a mais esperta, acrescentou: ‘É muito ruim. Nazistas devem ser mortos todos os dias”.

HAROLDO CERAVOLO SEREZA
FERNANDO CARVALL

Em junho de 1941, a jovem Liudmila Pavlichenko fazia o curso de história na Universidade de Kiev quando a Alemanha invadiu a União Soviética. Ela, que trabalhara numa fábrica de munições, correu a se alistar e pediu para juntar-se à infantaria e empunhar um rifle. 

Nascia uma das principais heroínas da resistência ao nazismo na frente soviética. Ao fim dos combates, a franco-atiradora Liudmila Pavlichenko contabilizava 309 nazistas mortos, sendo 36 deles também franco-atiradores. 

Pavlichenko é a mais nova carta do baralho Super-Revolucionários, que Opera Mundi e Nocaute estão publicando em conjunto. 

Com concepção e texto de Haroldo Ceravolo Sereza e ilustrações de Fernando Carvall, este baralho traz, de forma bem humorada e sem perder a ternura jamais, “notas” em diferentes quesitos para homens e mulheres que se engajaram na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Nosso baralho já trouxe as cartas de Luís Carlos Prestes, Frida Kahlo, Alexandra Kollontai, Bela Kun, Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

A ideia é, tão logo alcancemos um número suficiente de cartas, lançarmos um jogo inspirado no conhecido Super-Trunfo, junto com um livro com informações essenciais sobre esses super-revolucionários.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 8

Quando foi alistar-se, Liudmila Pavlichenko recebeu o convite para ser enfermeira. Recusou. Integrou o primeiro grupo de mulheres alistadas para o combate ao nazismo e tornou-se uma referência para as cerca de 2.000 franco-atiradoras do Exército Vermelho.

DISCIPLINA 10

A atuação memorável na guerra levou Pavlichenko a receber, em 1943, a Estrela de Ouro dos Heróis da União Soviética. Também recebeu a Ordem de Lênin e atuou ativamente no Comitê Soviético de Veteranos de Guerra.

TEORIA 6

Finda o conflito, Pavlichenko retomou os estudos e concluiu o curso de história. Tornou-se pesquisadora do Quartel General da Marinha Soviética, participando de conferências e congressos.

POLÍTICA 8

Em junho de 1942, Pavlichenko foi ferida por estilhaços de um morteiro, sendo retirada da frente de batalha. Tornou-se um exemplo de combatente do Exército Vermelho e foi aos Estados Unidos, a convite do presidente Franklin Roosevelt. Foi a primeira cidadã soviética a visitar a Casa Branca e, convidada por Eleanor Roosevelt, proferiu uma série de conferências nos Estados Unidos e Canadá.

COMBATIVIDADE 10

Um dos nazistas mortos por Lyudmila Pavlichenko era famoso na frente alemã por ter assassinato mais de 200 soldados soviéticos. Ainda que haja algumas contestações a seus feitos, Pavlichenko abateu mais nazistas.

INFLUÊNCIA 6

A história de Pavlichenko tornou-se um símbolo de resistência soviética à invasão alemã e também fez dela um ícone da atuação das mulheres na luta contra o regime nazista.

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Bela Kun, o líder da revolução húngara https://nocaute.blog.br/2019/08/05/bela-kun/ Mon, 05 Aug 2019 15:22:38 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=52102 'As revoluções são as locomotivas da história, não apenas no sentido objetivo, mas também no rápido desenvolvimento da mentalidade dos trabalhadores, em que ocorre o reexame deliberado de antigos valores'.

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‘As revoluções são as locomotivas da história, não apenas no sentido objetivo, mas também no rápido desenvolvimento da mentalidade dos trabalhadores, em que ocorre o reexame deliberado de antigos valores’.

FERNANDO CARVALL
HAROLDO CERAVOLO SEREZA

Bela Kun (1886-1938) foi o principal dirigente da efêmera República de Conselhos da Hungria, o primeiro regime de inspiração comunista a se constituir na Europa após a Revolução Russa.

Inspirado por Lenin e Trotsky, filho de pai judeu e de uma mãe calvinista, ambos não praticantes de sua religião, Kun comandou a primeira tentativa de internacionalizar a revolução de 1917.

Aproveitando-se da falência que a Primeira Guerra Mundial representou para o império Austro-Húngaro, e apoiado por Lênin e Trotsky, Kun foi um dos fundadores do Partido Comunista Húngaro e, aliado aos sociais-democratas, proclama a República de Conselhos da Hungria, que tem vida breve, de março a outubro de 1919.

Para o Brasil, Kun acabou sendo uma referência para a grande farsa do Plano Cohen, um falso projeto comunista de derrubar Getúlio Vargas, em 1937. O “plano” foi, na verdade, elaborado pelo então capitão Olímpio Mourão Filho, na época chefe do estado-maior da milícia da Ação Integralista Brasileira e chefe de seu serviço secreto. Em 1964, Mourão Filho seria o responsável por deflagar o golpe militar que derrubou João Goulart. O “Cohen” do plano era uma referência a Kun, uma referência escolhida pela cúpula militar para dar credibilidade à mentira, segundo revelou o general Góes Monteiro, em 1945, quando acaba a ditadura Vargas.

Kun é a nova carta do baralho Super-Revolucionários, que os sites Opera Mundi e Nocaute vêm publicando ao longo de 2019. Com concepção e texto de Haroldo Ceravolo Sereza e ilustrações de Fernando Carvall, este baralho traz, de forma bem humorada e sem perder a ternura jamais, “notas” em diferentes quesitos para homens e mulheres que se engajaram na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Nosso baralho já trouxe as cartas de Luís Carlos Prestes, Frida Kahlo, Alexandra Kollontai, Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

A ideia é, tão logo alcancemos um número suficiente de cartas, lançarmos um jogo inspirado no conhecido Super-Trunfo, junto com um livro com informações essenciais sobre esses super-revolucionários.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 8

Escrevendo sobre Kun, Lênin avaliou que ele era inteligente, enérgico e carismático, mas demasiadamente impulsivo. A impulsividade de Kun certamente foi importante para que ele se tornasse rapidamente o principal líder do governo dos conselhos, mas também o fez perder o apoio necessários para o novo regime ao forçar um processo de coletivização de terras em empresas com excessiva violência. O “terror branco” que sucedeu o “terror vermelho” de Kun foi, no entanto, ainda mais violento.

DISCIPLINA 6

O comunista húngaro foi um fiel aliado da revolução. Depois da derrota na Hungria, foi comissário político do Exército Vermelho e enviado para apoiar o Partido Comunista Alemão numa tentativa de sublevação contra a República de Weimer. O caráter excessivamente “esquerdista” da estratégia adotada foi duramente criticado por Lênin, segundo Victor Serge, em “Memórias de um Revolucionário”.

TEORIA 5

Kun se notabilizou pelo otimismo da vontade e pelo engajamento na revolução, nunca foi considerado um grande teórico.

POLÍTICA 6

Ainda que tenha tido o feito notável de liderar a revolução húngara, Kun cometeu diversos erros. Durante os expurgos stalinistas, foi acusado de trotskismo e morto pelo regime soviético, vindo a ser reabilitado nos anos 1950.

COMBATIVIDADE 6

Kun pode ter cometido, como dizia Lênin, uma série de besteiras, gerando até mesmo o trocadilho “kuneries” (brincadeira com “connerie”, idiotice em francês), mas nunca de deixou de ser um combatente socialista.

INFLUÊNCIA 5

Pouco depois de uma década após liderar a revolução húngara e de participar da organização malograda do Partido Comunista Alemão, Kun já era uma liderança pouco influente.

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Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança https://nocaute.blog.br/2019/07/29/luis-carlos-prestes-o-cavaleiro-da-esperanca/ Mon, 29 Jul 2019 17:36:08 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=51759 "Um partido comunista não pode, em nome de uma suposta democracia abstrata e acima das classes, abdicar do seu papel revolucionário e assumir a posição de freio dos movimentos populares".

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“Um partido comunista não pode, em nome de uma suposta democracia abstrata e acima das classes, abdicar do seu papel revolucionário e assumir a posição de freio dos movimentos populares”.

Luís Carlos Prestes (1898-1990) é uma das figuras de esquerda mais influentes na história do Brasil no século XX. Nascido em Porto Alegre (RS), formado em Engenharia Militar no Rio de Janeiro (1919), participou do movimento que ficou conhecido como Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, o primeiro levante do movimento tenentista, que tentava pôr fim ao governo autoritário e oligárquico da República Velha.

Nessa época, Prestes era apenas um militar progressista. Punido e enviado a Santo Ângelo, interior gaúcho, o já capitão liderou um novo levante, em outubro de 1924. Os militares que aderiram ao grupo se juntariam ao grupo paulista, comandado por Miguel Costa, dando início à chamada Coluna Miguel Costa-Prestes, ou simplesmente Coluna Prestes, que percorreu mais de 25 mil quilômetros dentro do território brasileiro, com a bandeiras do voto secreto, da defesa do ensino público e da obrigatoriedade do ensino secundário para toda a população. O grupo se dispersou apenas em 1927.

Prestes e grande parte do seu grupo se refugia na Bolívia, onde o capitão inicia sua aproximação com o marxismo. Prestes se tornaria o principal líder dos comunistas brasileiros, que, apesar da ilegalidade na maior parte de sua existência, teriam papel central no combate ao autoritarismo getulista, na organização sindical do país, na luta pela reforma agrária e pela organização sindical. 

O PCB foi, até o surgimento do PT, em 1981, o mais importante partido político dos trabalhadores brasileiros. Prestes tornou-se conhecido como “O Cavaleiro da Esperança”, nome dado a um livro de Jorge Amado em sua homenagem.

Prestes é a mais nova carta do baralho Super-Revolucionários, projeto de Opera Mundi e do Nocaute, o blog do escritor e jornalista Fernando Morais. Regularmente, os sites publicam cartas de grandes nomes da luta social e do pensamento revolucionários.

Nosso baralho já trouxe as cartas de Frida Kahlo, Alexandra Kollontai, Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

Tão logo alcancemos um número suficiente de cartas, lançaremos um jogo inspirado no conhecido Super-Trunfo, junto com um livro com informações essenciais sobre esses super-revolucionários.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 8

Prestes era um rebelde antes de aderir ao socialismo. Participou de revoltas tenentistas e liderou a Coluna Miguel Costa-Prestes, feito militar que o tornou uma lenda viva ainda jovem, referência para militares e militantes progressistas durante todo o século XX.

DISCIPLINA 10

Durante quase toda a sua trajetória no Partido Comunista, Prestes foi um representante denodado da linha política da Terceira Internacional, o que lhe rendeu não poucas críticas e também significou cisões que levaram à formação do PC do B, em 1962 (fração do partido que aderiu à liderança chinesa), e da ALN (Ação Libertadora Nacional) de Carlos Marighella, em 1967. Deixou o partido em 1980, após fazer críticas à linha adotada pelo partido durante os anos em que viveu no exílio. Na “Carta aos Comunistas”, escreveu: “Um partido comunista não pode, em nome de uma suposta democracia abstrata e acima das classes, abdicar do seu papel revolucionário e assumir a posição de freio dos movimentos populares

TEORIA 7

Mais que um teórico, Prestes foi um líder de partido, capaz de organizar os comunistas em momentos difíceis: após o fracassado levante da Aliança Nacional Libertadora, em 1935; no curto período de legalidade (entre 1946 e 1948), quando elege-se senador constituinte; na dura perseguição sofrida já nos primeiros dias do regime militar, em 1964. Mesmo na clandestinidade, manteve o partido combativo, rejeitando, no entanto, a luta armada por razões pragmáticas.  

POLÍTICA 8

Prestes foi um grande estrategista político, muitas vezes criticado pelo voluntarismo, outras por excesso de cautela. Fiel aos ideais do partido, defende Getúlio Vargas após o fim da Segunda Guerra, mesmo tendo sua esposa, Olga Benario Prestes, sido enviada por Vargas ao regime nazista, onde foi morta, num campo de concentração. O otimismo com a proximidade entre Estados Unidos e União Soviética após o fim do conflito com o fascismo acaba em 1948, quando se consolida a Guerra Fria, e Prestes e o PCB adotam uma linha mais radical.   

COMBATIVIDADE 8

A atuação do PCB e de Prestes sob a clandestinidade entre 1945 e 1964 força o PTB, partido de Getúlio Vargas e João Goulart, a adotar políticas nacionalistas e progressistas. Havia expectativa de que Prestes e Goulart, juntos, pudessem unir as forças antigolpe, mas nenhum dos dois consegue ou mesmo tenta acionar o chamado “dispositivo militar”. A não preparação do PCB para resistir a um eventual golpe fragiliza a posição da direção do partido com a base mais aguerrida.

INFLUÊNCIA 9

Por sua persistência, pela capacidade organização e liderança, mas também pela popularidade alcançada em sua longa trajetória, Prestes permanece como uma referência para lutadores de diferentes partidos políticos progressistas brasileiros, inclusive os de matriz nacionalista, como o PDT de Leonel Brizola, que foi apoiado por Prestes em suas disputas eleitorais para governador (1982) e presidente (1989).

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Frida Kahlo e suas obras: ícones de latinidade, feminismo e socialismo https://nocaute.blog.br/2019/07/07/frida-kahlo-e-suas-obras-icones-de-latinidade-feminismo-e-socialismo/ Sun, 07 Jul 2019 16:45:02 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=50795 'A revolução é a harmonia da forma e da cor e tudo está e se move sob uma única lei: a vida. Ninguém se aparta de ninguém. Ninguém luta por si mesmo. Tudo é tudo e um'.

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‘A revolução é a harmonia da forma e da cor e tudo está e se move sob uma única lei: a vida. Ninguém se aparta de ninguém. Ninguém luta por si mesmo. Tudo é tudo e um’.

No México, a história do país e da esquerda está diretamente associada às artes plásticas. Diego Rivera, José Orozco e, também, Frida Kahlo (1907-1954), a mais nova carta do baralho Super-Revolucionários.

Frida é filha de Matilde Gonzalez y Calderón, uma mulher de origem indígena e espanhola, e de Guillermo Kahlo, um imigrante alemão. A poliomelite, contraída aos seis anos, deixou fortes sequelas em seu corpo, bem como um atropelamento quase fatal, sofrido aos 18 anos.

O engajamento social e artístico de Frida fizeram dela um ícone do feminismo. Suas obras, inspiradas na cultura popular, exploram questões de identidade, pós-colonialismo, gênero, classe e raça.

O baralho Super-Revolucionários é um projeto de Opera Mundi e Nocaute, o blog do escritor e jornalista Fernando Morais. Regularmente, os sites publicam cartas de grandes nomes da luta social e do pensamento revolucionários.

Nosso baralho já trouxe as cartas de Alexandra Kollontai, Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

A ideia é, tão logo alcancemos um número suficiente de cartas, lançarmos um jogo inspirado no conhecido Super-Trunfo, junto com um livro com informações essenciais sobre esses super-revolucionários.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 8

A rebeldia de Frida expressou-se de diversas formas: o casamento com Diego Rivera contra a vontade da família foi a mais “tradicional”, mas Frida, sobretudo, rompeu em suas obras e sua postura, inclusive no modo como se vestia, com a representação da mulher.

DISCIPLINA 6

Frida ingressou aos 13 anos de idade na Juventude Comunista, ainda tocada pela memória da revolução de 1910, quando tinha apenas três anos. Foi uma ativista por toda a vida, sem, contudo, abraçar a vida partidária.

TEORIA 8

A simbologia marxista está presente em sua obra, bem como o apego à cultura indígena e popular mexicana. Mas a combinação destes aspectos com um, digamos, “feminismo pictórico”, é que tornaram sua pintura um ícone do feminismo. Uma de suas obras, por exemplo, Henry Ford Hospital ou a cama voando, de 1932, é um autorretrato nua, ensanguentada numa cama industrial, após um aborto, rompendo os limites do que se podia pintar.

POLÍTICA 8

Como também foi o caso de Rivera, a militância cotidiana de Frida Kahlo tornou-se menor diante da obra artística que produziram. Mas a proximidade de ambos com o líder revolucionário soviético Leon Trotsky, em seu exílio no México, de quem Frida chegou a ser amante, mostra o quão envolvidos eles estavam na política socialista internacional. E o quão ambígua foi, também, essa militância: uma das últimas pinturas de Frida, de 1954, foi Auto-Retrato com Stalin, que morrera em 1953.

COMBATIVIDADE 6

Militante desde a juventude, Frida foi uma entusiasta da Revolução Mexicana, apoiou vítimas da guerra civil espanhola e, dias antes de morrer, já com pneumonia, participou de um ato contra o golpe patrocinado pela CIA na Guatemala.

INFLUÊNCIA 9

A visibilidade das obras de Frida foi crescente segunda onda feminista (entre os anos de 60 e 70) e hoje ela e suas obras são ícones da luta por igualdade de gênero, representatividade e resistência (coletiva e individual) aos padrões hegemônicos de beleza.

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Alexandra Kollontai: revolução, socialismo e feminismo https://nocaute.blog.br/2019/07/01/alexandra-kollontai-revolucao-socialismo-feminismo/ Mon, 01 Jul 2019 14:43:05 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=50495 "O início do movimento das trabalhadoras na Rússia coincide com os vislumbres do despertar da consciência de classe proletária russa, com sua primeira tentativa de alcançar condições de existência mais toleráveis, menos humilhantes e deploráveis".

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“O início do movimento das trabalhadoras na Rússia coincide com os vislumbres do despertar da consciência de classe proletária russa, com sua primeira tentativa de alcançar condições de existência mais toleráveis, menos humilhantes e deploráveis”.

Alexandra Mikhaylovna Kollontai (1872-1952) foi uma das lideranças da Revolução Russa de 1917. Filha de uma família da nobreza latifundiária, Alexandra pôde estudar regularmente apenas só concluir o seu bacharelato, aos 16 anos.

Prosseguiu seus estudos de maneira autodidata. Aos 20 anos, casou-se pela primeira vez, com um primo mais pobre, jovem oficial do exército.

Em 1896, começa a estudar economia e aproxima-se do marxismo e dos trabalhadores do setor têxtil de Petrogrado. Dois anos depois, separa-se do primo.

Esse é só o começo de uma vida dedicada ao socialismo e às questões da mulher. Kollontai é mais uma das integrantes do baralho Super-Revolucionários, que Opera Mundi e Nocaute publicam. Os cards já publicados trazem os nomes de Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

Tão logo alcancemos um número suficiente de cartas, teremos um jogo inspirado no conhecido Super-Trunfo. A ideia do projeto é publicar um livro com os cards e informações essenciais sobre esses super-revolucionários.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 8

Alexandra Kollontai começou sua vida política revolucionária questionando uma situação confortável que a família lhe garantia. Postou-se ao lado de operários e rebeldes finlandeses desde cedo, e em 1917 foi a primeira mulher eleita para o soviete de Petrogrado, após a Revolução de Fevereiro, participando ativamente da Revolução de Outubro.

DISCIPLINA 7

A entrada de Kollontai no Partido Social-Democrata Russo, em 1900, foi precedida por uma simpatia pelo socialismo agrário. Em 1903, não aderiu nem a mencheviques nem a bolcheviques, oscilando entre as duas tendências até 1915, quando volta a aderir aos bolcheviques.

TEORIA 10

A grande contribuição teórica de Kollontai foi a de argumentar em prol de direitos e liberdades específicas para as mulheres. Em 1918, Kollontai organiza o Primeiro Congresso de Mulheres Trabalhadoras de toda a Rússia. Suas posições abriram caminho para que a Revolução Russa desse direito de voto às mulheres, criasse condições de igualdade salarial, liberalizasse relações familiares e sexuais e aprovasse o divórcio e o aborto, além de criar benefícios sociais para a maternidade e creches públicas.

POLÍTICA 8

Depois das oscilações entre mencheviques e bolcheviques, fez oposição à burocratização do partido no início dos anos 1920, aderindo à Oposição Operária. Embaixadora na Noruega de 1927 a 1930, ficou do lado de Stálin na disputa contra Trotsky.

COMBATIVIDADE 8

A mais destacada mulher entre os líderes bolcheviques, Kollontai viveu décadas na linha de frente dos socialistas russos e soviéticos.

INFLUÊNCIA 9

As ideias e posições de Kollontai fazem parte da história da Revolução Russa e foram fundamentais para a consolidação do feminismo no século XX, unindo reflexões sobre gênero e classe, na teoria e na prática.

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Mao Zedong: a longa marcha do comunismo chinês https://nocaute.blog.br/2019/06/18/mao-zedong-super-revolucionarios/ Tue, 18 Jun 2019 14:40:02 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=49852 "O inimigo avança, retiramos. O inimigo acampa, provocamos. O inimigo cansa, atacamos. O inimigo se retira, perseguimos"

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“O inimigo avança, retiramos. O inimigo acampa, provocamos. O inimigo cansa, atacamos. O inimigo se retira, perseguimos”.

HAROLDO CERAVOLO SEREZA
FERNANDO CARVALL

Mao Zedong (1893-1976) não apenas foi a liderança da revolução socialista no país mais populoso do mundo – também foi o nome que embalou muitos dos sonhos da juventude em 1968.

A Longa Marcha de Mao, entre 1934 e 1935, quando o exército revolucionário comunista liderado por ele rompe um cerco militar imposto pelo regime do Kuomintang, partido nacionalista comandado por Chiang Kai Shek, já seria suficiente para incluir Mao Zedong entre os Super-Revolucionários.

Mas, considerando sua longa vida política, esse pode ser visto com “apenas” um momento de sua trajetória, capaz de fazer do PC chinês o modelo de muitos partidos comunistas pelo mundo (como foi o caso do PCdoB, no Brasil), em oposição ao socialismo soviético.

Mao é décima carta do baralho Super-Revolucionários, publicado por pelos sites Opera Mundi e Nocaute. O líder chinês sucede à carta da pensadora feminista Simone de Beauvoir. Além deles, já publicamos as cartas de Ho Chi MinhLeon TrotskyOlga BenarioKarl MarxSalvador AllendeTina ModottiCarlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

A ideia é, depois de alcançarmos um número suficiente de cartas, montar um jogo inspirado no conhecido Super Trunfo e publicar um livro com os cards e informações sobre esses super-revolucionários.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

Selo mostra Josef Stalin, da União Soviética, e Mao Zedong (Foto: Wikimedia Commons)

Selo mostra Josef Stalin, da União Soviética, e Mao Zedong (Foto: Wikimedia Commons)

REBELDIA 10

Mao começou sua vida revolucionária alistando-se como soldado no exército libertador do líder nacionalista Sun Yat Sen, que funda a República Chinesa em 1912. Em 1921, participa da fundação do Partido Comunista Chinês, do qual se tornaria o maior líder após a Grande Marcha até Yanan (1934-1935).  

DISCIPLINA 7

Durante os primeiros anos no PC chinês, Mao apostou, contra a vontade dos líderes iniciais do partido, no potencial revolucionário do campesinato. Não se submeteu à linha pró-soviética. Entre 1966-1969, por meio da Revolução Cultural, resistiu às tendências que defendiam posições mais liberais na economia.

TEORIA 7

Mao produziu reflexões fundamentais sobre a guerra de guerrilhas e a importância dos camponeses no processo revolucionário em países com grande população rural e poemas. A política do Grande Salto à Frente, que tentou conciliar a industrialização com a coletivização agrária, entre 1957 e 1958, aliada à forte repressão política, levou ao fracasso da iniciativa, resultando em um período de fome generalizada no país.

POLÍTICA 8

A capacidade analítica e militar de Mao levou os comunistas ao poder após o fim da Segunda Guerra Mundial, expulsando, finalmente, os nacionalistas para Taiwan em 1949. Foi violento no afastamento dos adversários na Revolução Cultural e hábil na reaproximação com os Estados Unidos do direitista Richard Nixon, no início dos anos 1970, recolocando a China nos principais foros internacionais e isolando definitivamente Taiwan.

COMBATIVIDADE 10

Mao nunca deixou de ser um combatente. Mesmo doente, encontrou na sua última esposa, Jiang Qing, uma escudeira implacável, junto com outros três líderes radicais, Zhang Chunqiao, Wang Hongwen e Yao Wenyuan – eles formaram a “Camarilha dos Quatro”. Mao, contudo, manteve durante toda a sua liderança um nome mais moderado, Zhou Enlai (primeiro-ministro de 1949 a 1976) no comando do Estado e da economia. Zhou Enlai abriria o caminho para as reformas econômicas que fizeram a China crescer, se liberalizar e se integrar na economia mundial.

INFLUÊNCIA 9

O “Livro de Citações do Camarada Mao” é uma das obras mais difundidas do pensamento socialista. Ele acabou por se tornar, contudo, uma arma verdadeira “arma de guerra” de grupos maoístas, que a utilizaram fartamente para perseguir opositores dentro da própria esquerda.

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Simone de Beauvoir: filosofia e feminismo radicais. https://nocaute.blog.br/2019/06/10/simone-de-beauvoir-filosofia-e-feminismo-radicais/ Mon, 10 Jun 2019 21:16:57 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=49434 "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade".

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“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade”.

Simone de Beauvoir (1908-1986) foi professora, romancista e ativista política. Mas foi como teórica feminista que se consagrou como uma super-revolucionária.

Filha de uma família da aristocracia em decadência econômica e social, Beauvoir teve uma educação de elite. Progressivamente, emancipou-se da família, criando um caminho próprio, marcado também pelo relacionamento com o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre.

Em 2015, um trecho da obra mais conhecida de Beauvoir, O Segundo Sexo, provocou a ira dos conservadores brasileiros ao ser citada numa questão do Enem: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.”

Com Beauvoir, o baralho Super-Revolucionários chega a sua nona carta. O projeto, publicado por Opera Mundi e pelo site Nocaute, já trouxe as cartas de Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

A ideia é, depois de alcançarmos um número suficiente de cartas, montar um jogo inspirado no conhecido Super Trunfo e publicar um livro com os cards e informações sobre esses super-revolucionários.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 8

Simone de Beauvoir nasceu numa família tradicional e foi se libertando aos poucos da educação elitista que recebeu. Teve uma vida afetiva e sexual bastante livre, com diversos e diversas amantes. Sua atuação política, porém, torna-se relevante apenas após o fim da Segunda Guerra Mundial.

DISCIPLINA 6

Beauvoir foi uma intelectual engajada na defesa de diversas frentes, mas nunca se enquadrou na militância partidária.

TEORIA 10

Simone de Beauvoir escreveu algumas das obras mais importantes do pensamento político do século 20. Ao colocar a teoria feminista no centro do debate sobre a sociedade ocidental, sobretudo com o livro O Segundo Sexo, Beauvoir escancarou um dos mecanismos mais permanentes e perversos de opressão da sociedade de classes, mas que existia mesmo antes dela, o patriarcado.

POLÍTICA 9

Beauvoir e Sartre, com todo o prestígio acumulado por suas obras e pela articulação de intelectuais na revista Les Temps Modernes, puseram-se ao lado de movimentos de libertação nacionais em diversas colônias e de países socialistas, como Cuba e China.

COMBATIVIDADE 8

Além do apoio a agrupamentos e intelectuais de esquerda pelo mundo, Beauvoir manteve-se como uma intelectual radical e engajada em diversas frentes, com destaque para as causas de igualdade de gênero. Considerava-se uma feminista materialista.

INFLUÊNCIA 10

A autora de “O Segundo Sexo” marcou o pensamento político de gerações de feministas e de ativistas das chamadas “minorias”, por romper a lógica machista que imperava inclusive na esquerda mais combativa.

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Ho Chi Minh: uma vida de lutas e vitórias https://nocaute.blog.br/2019/06/06/ho-chi-minh-super-revolucionarios/ Thu, 06 Jun 2019 15:35:37 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=49259 "Triunfamos no presente e triunfaremos no futuro, porque nosso caminho é iluminado pela grande doutrina marxista-leninista".

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“Triunfamos no presente e triunfaremos no futuro, porque nosso caminho é iluminado pela grande doutrina marxista-leninista”.

Ho Chi Minh (1890-1969) foi a principal liderança vietnamita na revolução que libertou o país da Indochina da dominação colonial. Sua trajetória de lutas é longa e atravessa situações absolutamente diversas.

O vietnamita, em 1911, começa a trabalhar como cozinheiro num navio francês. Também na França, foi jardineiro e garçom.

Participou da fundação do Partido Comunista Francês. Com a Revolução Russa, parte em 1923 para Moscou, onde estuda táticas de guerrilha. Em 1925, é enviado à China, de onde é expulso, em 1927. Em 1930, está em Hong Kong, dirigindo o movimento anti-imperialista na Indochina, quando é preso pelos ingleses.

Em 1941, fundou a Viet Minh, uma liga pela independência que combaterá os japoneses durante a Segunda Guerra Mundial e que o leva a fundar, com o fim da guerra, um estado independente no norte do hoje Vietnã. A libertação dessa região se consolida em 1954, quando Ho Chi Minh, já presidente do Vietnã do Norte, treina e aparelha a guerrilha da Frente de Libertação Nacional do Vietnã do Sul. Essa guerrilha enfrentaria o exército do Vietnã do Sul e as forças armadas norte-americanas, numa guerra que acabaria apenas em 1975, alguns anos após a morte de Ho Chi Minh.

Ho Chi Minh passa a integrar o projeto Super-Revolucionários, série de cards publicados por Opera Mundi e pelo Nocaute com informações básicas sobre a atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

Nossos cards já incluem Leon TrotskyOlga BenarioKarl MarxSalvador AllendeTina ModottiCarlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação dessas personagens históricas.

A ideia é, depois de alcançarmos um número suficiente de cartas, montar um jogo inspirado no conhecido Super Trunfo e publicar um livro com os cards e informações sobre esses super-revolucionários.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA: 10

Ho Chi Minh (1890-1969) lutou em nome do socialismo em diferentes continentes: na França, ajudou a fundar o Partido Comunista Francês; na União Soviética, aprendeu a arte da guerrilha; na Ásia, foi um ator da luta pela libertação da China e do Vietnã.

DISCIPLINA: 10

A principal obra revolucionária de Ho Chi Minh, a unificação do Vietnã sob um regime socialista, só ocorreu em 1975, quando a guerrilha do Vietnã do Sul e as forças do Vietnã do Norte liberam todo o país. Ho Chi Minh não apenas foi disciplinado: montou uma frente de luta armada que não se dobrava aos ataques mais mortíferos dos Estados Unidos.

TEORIA: 8

A experiência e as ideias de Ho Chi Minh sobre a guerra de guerrilhas e sobre o imperialismo, seja o francês, seja o norte-americano, influenciaram teóricos e líderes de todo o planeta.

POLÍTICA: 8

Numa região de dupla influência socialista, com um histórico de séculos de conflitos com a China e uma relação privilegiada com a União Soviética, Ho Chi Minh foi capaz de unificar forças e manter a unidade.

COMBATIVIDADE: 10

Ho Chi Minh soube adotar as mais diferentes táticas e estratégias de luta. Junto com criativo general Võ Nguyên Giáp, comandou duas vitórias memoráveis em grandes batalhas, em Diên Biên Phu (em 1954, contra a França) e na chamada ofensiva Tet (em 1968, contra os Estados Unidos).

INFLUÊNCIA: 8

A experiência vietnamita inspirou revoluções e movimentos anticoloniais ao redor do mundo. As ideias de Ho Chi Minh sobre a relação do exército revolucionário com a população em geral revelam desprendimento e humildade.

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Tina Modotti: uma vida de fotos e aventuras https://nocaute.blog.br/2019/06/03/tina-modotti-uma-vida-de-fotos-e-aventuras/ Mon, 03 Jun 2019 18:10:04 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=49118 Tina Modotti, a carta do baralho Super-Revolucionários de hoje, é atualmente reconhecida por sua fotografia e por sua militância comunista.

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Tina Modotti, a carta do baralho Super-Revolucionários de hoje, é atualmente reconhecida por sua fotografia e por sua militância comunista.

Nascida na Itália, operária da indústria têxtil aos 12 anos, TinaModotti (1896-1942) migrou com a família primeiro para os Estados Unidos, onde foi atriz, e depois para o México.

No México, aproximou-se de artistas como Frida Kahlo, José Clemente Orozco e Diego Rivera, cuja produção de murais ela documentou. Depois de se juntar à Cruz Vermelha Internacional, em 1925, Modotti aproximou-se do Partido Comunista, iniciando uma vida de aventuras e militância internacional.

Sua vida de mulher independente, tanto política quanto sentimental, muitas vezes escandalizou a sociedade mexicana.

Em 1928, envolveu-se num episódio obscuro, o assassinato de seu então companheiro cubano Julio Antonio Mella, uma trama mal explicada. Mella era próximo das frações trotskistas quando foi morto (Modotti estava com ele e, segundo algumas versões, também com o comunista italiano Vittorio Vidali, um notório agente stalinista). Mas a morte de Mella interessava também à ditadura cubana, não tendo sido provado o envolvimento de Modotti.

Depois disso, Modotti envolveu-se em diversas ações antifascistas na Europa (em especial na Guerra Civil espanhola) e no México, morrendo aos 45 anos, depois de um jantar com o poeta chileno Pablo Neruda. Houve novas especulações sobre sua morte (Rivera acreditava que ela “saberia demais” sobre as atividades de Vidalli), mas a autopsia indicou uma insuficiência cardíaca.

Modotti é mais uma carta do projeto Super-Revolucionários, publicado por Opera Mundi e pelo blog Nocaute. Nossos cards já incluem Leon TrotskyOlga BenarioKarl MarxSalvador AllendeCarlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação desses grandes nomes da contestação.

A ideia é, depois de alcançarmos um número suficiente de cartas, montar um jogo inspirado no conhecido Super Trunfo e publicar um livro com os cards e informações sobre esses super-revolucionários.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA: 7

Tina Modotti (1896-1942), italiana de nascimento, filiou-se ao Partido Comunista quando vivia no México, no final dos anos 1920. Escandalizou a sociedade mexicana com sua independência e morreu, em 1942, vítima de um ataque cardíaco. 

DISCIPLINA: 9

Em diferentes países, Tina cumpriu tarefas ligadas ao Partido Comunista, num período de luta contra diferentes forças reacionárias e fascistas. 

TEORIA: 4

Engajada em diferentes batalhas, Tina foi mais militante que pensadora. Mulher livre, enfrentou o machismo e deu exemplos em vida que influenciaram homens e mulheres de seu tempo.

POLÍTICA: 5

As ligações internacionais de Modotti fizeram dela uma personagem da luta antifascista em diferentes países da América e da Europa. Mas envolveu-se, igualmente, na perseguição aos comunistas ligados a Trotsky, sendo acusada (mas não condenada) pelo assassinato de seu companheiro Julio Antonio Mella, em associação com o comunista-stalinista italiano Vittorio Vidali.

COMBATIVIDADE: 7

Como fotógrafa, Tina denunciou a exploração das mulheres e crianças mexicanas. Também apoiou a luta sandinista nicaraguense, atuou na Guerra Civil Espanhola e na resistência antifascista italiana. 

INFLUÊNCIA: 6

Modotti foi uma fotógrafa que, com as imagens que produziu, deixou um relevante legado estético, de recorte social.

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