Super-Revolucionários

Alexandra Kollontai: revolução, socialismo e feminismo

“O início do movimento das trabalhadoras na Rússia coincide com os vislumbres do despertar da consciência de classe proletária russa, com sua primeira tentativa de alcançar condições de existência mais toleráveis, menos humilhantes e deploráveis”.

Alexandra Mikhaylovna Kollontai (1872-1952) foi uma das lideranças da Revolução Russa de 1917. Filha de uma família da nobreza latifundiária, Alexandra pôde estudar regularmente apenas só concluir o seu bacharelato, aos 16 anos.

Prosseguiu seus estudos de maneira autodidata. Aos 20 anos, casou-se pela primeira vez, com um primo mais pobre, jovem oficial do exército.

Em 1896, começa a estudar economia e aproxima-se do marxismo e dos trabalhadores do setor têxtil de Petrogrado. Dois anos depois, separa-se do primo.

Esse é só o começo de uma vida dedicada ao socialismo e às questões da mulher. Kollontai é mais uma das integrantes do baralho Super-Revolucionários, que Opera Mundi e Nocaute publicam. Os cards já publicados trazem os nomes de Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

Tão logo alcancemos um número suficiente de cartas, teremos um jogo inspirado no conhecido Super-Trunfo. A ideia do projeto é publicar um livro com os cards e informações essenciais sobre esses super-revolucionários.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 8

Alexandra Kollontai começou sua vida política revolucionária questionando uma situação confortável que a família lhe garantia. Postou-se ao lado de operários e rebeldes finlandeses desde cedo, e em 1917 foi a primeira mulher eleita para o soviete de Petrogrado, após a Revolução de Fevereiro, participando ativamente da Revolução de Outubro.

DISCIPLINA 7

A entrada de Kollontai no Partido Social-Democrata Russo, em 1900, foi precedida por uma simpatia pelo socialismo agrário. Em 1903, não aderiu nem a mencheviques nem a bolcheviques, oscilando entre as duas tendências até 1915, quando volta a aderir aos bolcheviques.

TEORIA 10

A grande contribuição teórica de Kollontai foi a de argumentar em prol de direitos e liberdades específicas para as mulheres. Em 1918, Kollontai organiza o Primeiro Congresso de Mulheres Trabalhadoras de toda a Rússia. Suas posições abriram caminho para que a Revolução Russa desse direito de voto às mulheres, criasse condições de igualdade salarial, liberalizasse relações familiares e sexuais e aprovasse o divórcio e o aborto, além de criar benefícios sociais para a maternidade e creches públicas.

POLÍTICA 8

Depois das oscilações entre mencheviques e bolcheviques, fez oposição à burocratização do partido no início dos anos 1920, aderindo à Oposição Operária. Embaixadora na Noruega de 1927 a 1930, ficou do lado de Stálin na disputa contra Trotsky.

COMBATIVIDADE 8

A mais destacada mulher entre os líderes bolcheviques, Kollontai viveu décadas na linha de frente dos socialistas russos e soviéticos.

INFLUÊNCIA 9

As ideias e posições de Kollontai fazem parte da história da Revolução Russa e foram fundamentais para a consolidação do feminismo no século XX, unindo reflexões sobre gênero e classe, na teoria e na prática.

Notícias relacionadas