Super-Revolucionários

Simone de Beauvoir: filosofia e feminismo radicais.

“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade”.

Simone de Beauvoir (1908-1986) foi professora, romancista e ativista política. Mas foi como teórica feminista que se consagrou como uma super-revolucionária.

Filha de uma família da aristocracia em decadência econômica e social, Beauvoir teve uma educação de elite. Progressivamente, emancipou-se da família, criando um caminho próprio, marcado também pelo relacionamento com o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre.

Em 2015, um trecho da obra mais conhecida de Beauvoir, O Segundo Sexo, provocou a ira dos conservadores brasileiros ao ser citada numa questão do Enem: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.”

Com Beauvoir, o baralho Super-Revolucionários chega a sua nona carta. O projeto, publicado por Opera Mundi e pelo site Nocaute, já trouxe as cartas de Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

A ideia é, depois de alcançarmos um número suficiente de cartas, montar um jogo inspirado no conhecido Super Trunfo e publicar um livro com os cards e informações sobre esses super-revolucionários.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 8

Simone de Beauvoir nasceu numa família tradicional e foi se libertando aos poucos da educação elitista que recebeu. Teve uma vida afetiva e sexual bastante livre, com diversos e diversas amantes. Sua atuação política, porém, torna-se relevante apenas após o fim da Segunda Guerra Mundial.

DISCIPLINA 6

Beauvoir foi uma intelectual engajada na defesa de diversas frentes, mas nunca se enquadrou na militância partidária.

TEORIA 10

Simone de Beauvoir escreveu algumas das obras mais importantes do pensamento político do século 20. Ao colocar a teoria feminista no centro do debate sobre a sociedade ocidental, sobretudo com o livro O Segundo Sexo, Beauvoir escancarou um dos mecanismos mais permanentes e perversos de opressão da sociedade de classes, mas que existia mesmo antes dela, o patriarcado.

POLÍTICA 9

Beauvoir e Sartre, com todo o prestígio acumulado por suas obras e pela articulação de intelectuais na revista Les Temps Modernes, puseram-se ao lado de movimentos de libertação nacionais em diversas colônias e de países socialistas, como Cuba e China.

COMBATIVIDADE 8

Além do apoio a agrupamentos e intelectuais de esquerda pelo mundo, Beauvoir manteve-se como uma intelectual radical e engajada em diversas frentes, com destaque para as causas de igualdade de gênero. Considerava-se uma feminista materialista.

INFLUÊNCIA 10

A autora de “O Segundo Sexo” marcou o pensamento político de gerações de feministas e de ativistas das chamadas “minorias”, por romper a lógica machista que imperava inclusive na esquerda mais combativa.

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