Brasil

Esquizofrênica, a mídia chocou o ovo da serpente do fascismo no Brasil.

Jair Bolsonaro não despontou nas pesquisas graças a sua capacidade intelectual, que é uma nulidade, ou a seu programa de governo, que é um amontoado de platitudes. Ele está aí porque foi projetado pela mídia.

Na reta final para o primeiro turno das eleições presidenciais a mídia monopolista parece padecer de uma certa esquizofrenia, ela não sabe como se portar diante do avanço do candidato de extrema direita no Brasil, Jair Bolsonaro, que já foi apelidado de “o coiso”.

E por que isso?

Em certo momento, a mídia chocou o ovo da serpente que resultou no avanço do fascismo no Brasil. Ela ajudou a obrar o Jair Bolsonaro e a sua milícia de fanáticos e oportunistas.

Agora, porém, a mídia nessa esquizofrenia parece que está temendo ser vítima dessa horda de trogloditas. Essa horda que prega o ódio e a violência contra tudo e contra todos.

A mídia está vivendo essa esquizofrenia.

A ascensão do Bolsonaro – no meu entender – não decorre de sua capacidade intelectual, que na verdade é bem limitada, quase uma nulidade. Ela também não deriva das propostas do Bolsonaro para o Brasil, que na prática inexistem, basta ler o programa que é bem enxuto, é um amontoado de platitudes, de besteira e de senso comum, não diz nada com nada.

Na prática o Bolsonaro é um Temer fascistóide. Ele se propõe a manter o mesmo programa econômico de Michel Temer. Não é para menos que o Bolsonaro votou todas as propostas do governo golpista:

Votou pela reforma trabalhista, que faz o trabalhador voltar para a época da escravidão.

Votou pela PEC da morte, que congela os gastos em vinte anos na área de saúde e educação.

Votou na terceirização irrestrita.

Bolsonaro é um Temer piorado, um Michel Temer fascista.

Contudo, as posições ficam diferenciadas no campo dos direitos civis. Aqui ele adota um tom altamente conservador, reacionário, fundamentalista e quase doente em seu programa.

Jair Bolsonaro não despontou nas pesquisas, volto a repetir, graças a sua capacidade intelectual, que é uma nulidade, e graças ao seu programa de governo, que é um amontoado de platitudes. Ele está aí porque foi projetado pela mídia.

O jornalismo de guerra promovido pela chamada grande imprensa nos últimos anos, um jornalismo de guerra antipetista e anti-Lula, ajudou a criar o Bolsonaro e seus seguidores. Esse jornalismo de péssima qualidade que estimula a violência, que trata a segurança na cidade de forma baixa, ajudou a criar o Bolsonaro.

O Bolsonaro foi chocado, foi obrado, pela mídia com esse processo de criminalização da política e de escandalização da violência. Ele é fruto do ceticismo dos brasileiros com a política – coisa típica dos nazistas e dos fascistas, eles também apostavam no ceticismo para poder levar a população para a negação da democracia.

Ele é fruto desse clima de insegurança e medo criado na sociedade e exagerado pela mídia. Sem os péssimos serviços prestados na sociedade por essa mídia Bolsonaro não existiria.

Essa aberração está despertando temor nos próprios barões da mídia, porque essa aberração cresceu, esse monstro pode sair do controle e se sair do controle a mídia teme o pior para ela, ela pode engolir do seu próprio veneno.

É bom não esquecermos do passado. A história nos mostra que a mídia apoiou o golpe militar achando que ia mandar e desmandar nos generais que passaram a comandar o país. Parte da mídia sofreu a censura, sofreu a perseguição política e, então, o veneno se voltou contra a própria imprensa no golpe de 64.

Não precisamos ir tão longe, podemos ver situações semelhantes em outras partes do mundo. Veja o caso dos Estados Unidos, parte da mídia ajudou a eleger o presidente dos Estados Unidos e agora é vítima de Donald Trump que tem destilado veneno contra jornalistas em um tom muito agressivo.

E vale lembrar que o Trump é o herói predileto de Bolsonaro, em seu complexo de vira-lata.

Mas a gente não precisa nem voltar ao passado, nem pegar as experiências recentes de outros países. A gente pode ver aqui, no próprio Brasil. É só vermos as atitudes mais recentes dos seguidores mais fanáticos do Bolsonaro, eles têm feito ameaças abertas a jornalistas e, inclusive, a celebridades midiáticas – atores e atrizes.

Várias atrizes globais, em uma atitude correta, tem convocado para o ato #EleNão, contra o machismo, contra a homofobia, contra o racismo e têm sido ameaçadas escancaradamente nas redes sociais.

Então, esses seguidores do Bolsonaro, se bobear, eles esganam jornalistas na rua. E não são só os seguidores, antes mesmo da facada de Juiz de Fora, o próprio Bolsonaro vinha exibindo agressividade com relação aos meios de comunicação e aos jornalistas.

Depois da entrevista dada ao William Bonner, nas redes sociais, Bolsonaro – no seu jeitão grosseiro de hábito que lhe dá voto – chegou a insinuar que o Bonner era um “corno” – essa foi a expressão dele, forma grosseira e machista que ele sempre tem.

Setores da mídia tem visto esse crescimento como uma coisa perigosa.

É um risco.

A mídia, o tempo inteiro, trabalhou para criar uma candidatura forte do chamado centro, que na minha opinião é a “direita civilizada”, ela trabalhou pelo Alckmin.

O Alckmin não deu certo, ela continuou trabalhando para criar um candidato de centro – essa semana mesmo “deu zebra” a reunião que seria para tentar acertar, esse chamado centro, com uma candidatura única ainda no primeiro turno, não deu certo.

O que vai pintando é um segundo turno entre Haddad, que cresce, e Bolsonaro.

O que a grande mídia vai fazer?

Eu acho que essa esquizofrenia vai aumentar nos próximos dias.

Vamos conferir.

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  1. Avatar

    Menos, Altamiro.
    A mídia grande já prepara para construir um novo FHC.
    Haddad é o novo FHC. Do PT.
    A capa da Veja em edição extra de 29 de outubro já está pautada.
    O rosto de Haddad com o subtítulo: O Novo FHC.
    É isso.

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