Comportamento

Alfabetização em massa III


 
 
Continuamos com nosso estudo para alfabetização em massa com nosso pequeno alfabeto. Paramos na letra M. Na letra M a gente vai ter que fazer um parênteses: porque o M é vasto.
M de meritocracia. Aquele conceito criado na Revolução Francesa para tirar dos nobres o direito adquirido só por ser nobre. Para igualar todos os homens e que, agora, acaba sendo tão opressor quanto a nobreza era.
Por que: você é dono de terra? Você tem uma grande herança? Você começou do zero? Todas essas coisas pesam em um discurso meritocrático que não leva em conta as desigualdades.
M, de minoria. A gente vai explicar o que é minoria para quem não sabe. Minoria é um nome que não tem a ver com o número de pessoas. Em geral, as minorias – pelo menos aqui no Brasil – são maiorias numéricas. Mas, minoria se refere a um grupo que foi sistematicamente oprimido pela chamada maioria, que não é uma maioria numérica.
A maioria, no caso desses últimos dez mil anos, talvez, de cultura ocidental, é o homem branco hétero. O que nos leva a outro M, que é machismo e misoginia.
Machismo não é o contrário de feminismo. Machismo é o sistema de pensamento no qual o patriarcado se apoia para sistematicamente oprimir, escravizar, explorar e diminuir mulheres. Que nem o Temer.
Misoginia, essa palavra quer dizer ódio às mulheres. Significa que você odeia a sua mãe? Não. Significa que você foi criado em uma cultura em que odiar uma mulher é mais fácil do que odiar um homem.
Com isso vamos para a letra N.
Neoliberalismo é este sistema econômico e ideológico em que todos nós estamos inseridos neste momento da sociedade, e que é tão poderoso que ele faz inclusive a gente achar que ele não é um sistema econômico e ideológico. Que ele é a ordem natural das coisas.
O que nos leva também à letra O, de oligarquia. Oligarquias são as únicas que ficam felizes com as atitudes dos governos porque elas estão no poder desde 1500.
Oligarquia é quando um grupo social específico ou uma família específica, algumas poucas pessoas, em geral, detentores dos meios de produção dominam o governo e governam defendendo apenas os próprios interesses.
Qualquer semelhança com o que está acontecendo no Brasil agora não é mera coincidência. É de propósito.
A última letra que a gente vai ver hoje é a letra P, de patrão, que não é seu amigo. Seu patrão não é seu amigo. Ele é seu pa-trão. Em geral, aqui no Brasil, a gente tem patrões que são tão oprimidos quanto os empregados deles. São pobres de direta. São coitados? São coitados. Mas isso não quer dizer que a gente não tenha que combater essa ideologia.
Eu prometo que no vídeo que vem eu acabo essas letrinhas.
Eu tinha que discorrer sobre o M porque no M tinha muita coisa.
E que nesses quatro vídeos sirvam de incentivo para que a gente conseguir estudar e se apropriar destas coisas que eu estou falando rapidamente, mas que tem muito mais profundidade.

Notícias relacionadas

  1. Avatar

    MA-RA-VI-LHA! Não se esqueça, Ana, de deixar claro que aquilo que hoje é chamado de “reformas” não são “coisas do Temer”. São exigências das Oligarquias (exigências do Pato Amarelo) e que são elas que derrubam e elegem – conforme seus interesses – seu funcionário-mor chamado “Presidente da República”, do qual é exigido que se cumpra a retirada de direitos da população e a legalização do trabalho escravo. Não deixe de dizer, também, Ana, que o “Postiço” ainda está no cargo porque as Oligarquias ainda não definiram qual será o método pelo qual se dará a queda do “coisa ruim” e nem o nome do próximo “funcionário dos oligarcas” que continuará as ações de espoliação de TODA a população, tanto daqueles que se dizem de direita, como daqueles que se dizem de esquerda.
    Parece óbvio mas, acredite: 99% das pessoas – independente do grau de escolaridade – não conseguem fazer a ligação entre as “reformas” e a “oligarquia”. Abraço, Clá

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *