Discurso de ódio mata

 
O discurso de ódio está matando. O discurso de ódio está cometendo chacinas. Embora a misoginia não tenha partido, ela é aqui no Brasil atribuída a essa direita conservadora que alimenta o discurso de ódio. Na carta desse assassino está expresso todo o discurso conservador da direita. Todo o discurso de ódio da direita, está expresso o ódio às minorias, às conquistas sociais, aos direitos humanos, está expresso o ódio à Dilma, até porque ela é mulher. É interessante notar que esse assassino tem defensores, que repetem o discurso as vezes com ápices de delírios fanáticos com raciocínios incompreensíveis de tão dementes que são. E os ‘não sou preconceituoso mas…’, como na carta tem ‘não sou machista, mas vou matar essas vadias’. A gente tem que parar de achar que esses comentários de rede social, que esse discurso de ódio expressos em comentários de blog, de facebook, de youtube são inócuos, inofensivos. Porque nem todas as pessoas que comentam vão chegar a esse extremo. Mas todas as pessoas que comentam e todos esses comentários apoiam os poucos, eu espero poucos, que chegam nesse extremo. Essa chacina não é um ataque qualquer. Não é um ataque aleatório, ele não saiu atirando no nada. Essa chacina é um feminicídio. É um ataque expresso contra mulheres. Ataque expresso às mulheres que esse discurso conservador, que esse pensamento retrógrado, conservador e machista não aprova. Mas como o machismo é arraigado na sociedade, uma coisa entranhada, difícil de perceber a gente não encara esse cara com um terrorista. Esse ataque é de um homem que quer culpar o feminismo e as feministas por uma chacina que ele é responsável. Não foi uma feminista que entrou numa sala e assassinou ninguém. Foi um homem que assassinou mulheres. Foi um machista que assassinou mulheres. Foi um cidadão de bem que assassinou mulheres. Foi um homem que matou pela sua honra né? Por que essa lei Maria da Penha… Foi um homem que acha que a mulher é privilegiada porque ela lutou pra ter uma lei que protege elas do espancamento que os homens cometem. É esse tipo de gente que está matando. É esse tipo de discurso que está matando. Não venha me dizer que ele é um louco. Não venha me dizer que ele é doente. Não venha me dizer que ele é um ponto fora da curva. Ele é produto do seu ódio. Ele é produto da sua piadinha. Ele é produto do seu xingamento. Ele é produto do seu discurso.