Nas primeiras páginas.
Estadão:

Ainda no Estadão:

O Globo:

Ainda no Globo:

Folha:

Ainda na Folha:

Na capa da Ilustrada, a abertura da Ocupação Alceu Valença, no Itaú Cultura de São Paulo. Boa retrospectiva.

Uma boa matéria de capa da revista Época. Vinte por cento dos brasileiros estão sofrendo de Burnout, o estresse causado pela tensão no trabalho.

Pelo mundo:

O Le Monde faz um perfil ácido da deputada Federal Tábata Amaral O jornal pergunta: “Será que a jovem é o que parece?”

A morte da atriz Anna Karina na noite de sábado, na capa do jornal francês Libération.

Bob Marley na capa da Panenka, a melhor revista de futebol do mundo. Uma ótima matéria sobre a relação música/futebol.

A capa da semana da luxuosa New Yorker é de Edward Steed

Temos dois bons cartuns:

João Montanaro, na Folha

Duke, no jornal mineiro O Tempo

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Raio X da Folha:

Na manchete principal, a discussão em torno das fake news nas eleições do ano que vem.

O jornal diz, no título, ainda na primeira página, que a situação na Bolívia está bem complicada.

O título, copidescado, seria: “Depois do golpe, La Paz fica sem gasolina, diesel, pão, leite e carne”.

Uma chamada discreta chama para a página A10, a matéria sobre a ida de Lula ao Nordeste e seu discurso de domingo à noite, no Recife.

Temos ainda, na primeira página, Doria engavetando R$1bi para combate à pobreza.

O título, copidescado, seria: “Doria tem R$1bi engavetado para combate à pobreza”. Evitaram colocar Doria no título.

Na foto em destaque, os protestos em Hong-Kong, que está em chamas.

O cartum de João Montanaro, na página A2 é o retrato do Brasil.

Na página A10, uma manchete tipo sacanagem: “Com bens bloqueados, Lula paralisa reforma de chácara”. Para quem apenas passa os olhos nos títulos, fica a certeza que trata-se do sítio de Atibaia. Não, o sítio de Atibaia não é dele. A Folha está falando de uma chácara que ele tem às margens da represa de Billings.

Na Ilustrada, com grande destaque, o lançamento do livro “Morra, amor”, onde a autora, a argentina Ariana Harwicz, uma mãe que quer ver mortos filho e marido.

Raio X do Estadão:

Na manchete principal:

O Estadão, jornal pró-Moro, destaca na primeira página a aposta do ministro da Justiça no combate a facções para marcar gestão.

O Estadão ignora a falta de alimentos básicos e encontra o motivo da queda de Evo Morales: os baixos salários!

Na primeira página ainda, o destaque fotográfico é a seleção brasileira de futebol, tetra no Sub-17.

No Caderno 2, grande destaque para a exposição 50 anos do Pasquim, que começa quarta-feira no Sesc Ipiranga, em São Paulo.

Nenhuma linha sobre a viagem de Lula ao Nordeste.

Raio X do Globo:

Manchete principal:

O Globo, sem citar a falta de gasolina, pão, leite, etc, diz:

O jornal não fala em golpe.

No destaque fotográfico, mais um capítulo do embate Globo X Crivella, agora chegou a vez do Parque Olímpico Aquático, na Barra, que ainda não se transformou num legado.

A morte de quatro moradores de rua depois de beber uma cachaça envenenada, em São Paulo, mereceu uma matéria na página 9. Merecia estava na primeira página.

Lembrando que a revista Ela, do Globo de domingo, trouxe uma bela matéria de capa com a atriz e cantora Jane Birkin.

Pelo mundo, vimos a Bolívia em destaque na capa do New York Times.

E vimos uma boa pauta que virou matéria de capa do suplemento L’Époque, do Le Monde: “Vovó sabe fazer”. Uma espécie de ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.

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A noite de ontem foi quente em todas as redações. A GloboNews, aparentemente aborrecida com a notícia, tentou jogar água fria na quentura. A primeira providência do canal de assinatura, foi retirar as palavras “contra” e “a favor” do placar em lettering, deixando apenas um 6X5, sem dizer quem ganhou, quem perdeu. Pra confundir o telespectador.

Agora de manhã, o comentarista Valdo Cruz, da GloboNews, que passa 24 horas por dia (a GloboNews não desliga) falando de política, estava com uma cara jururu, falando do novo secretário de Cultura. A emissora dos Marinho começou a operação “mudar de assunto”.

Chico Buarque, lançando o livro “Aquela Gente”, pela Companhia das Letras, ganhou a capa da Ilustrada, da Folha, uma página inteira no Segundo Caderno, do Globo, e uma matéria menor no Caderno 2, do Estadão.

Augusto Nunes, o comentarista que perdeu a cabeça e agrediu o jornalista e Prêmio Pulitzer, Glenn Greenwald, durante um programa ao vivo na rádio direitista Jovem Pan, virou matéria grande e bem detalhada na Folha. No Globo, um registro, sem citar a idiotice que Nunes falou sobre a família de Glenn, e o Estadão, onde Augusto Nunes foi diretor de redação, ignorou o assunto.

O que vimos mais nos principais jornais

No Globo:

Na Folha:

No Estadão:

Na capa da revista Veja, o porteiro de Seu Jair.

Na capa da Carta Capital, as armações para transformar o apresentador do Caldeirão em presidente da República.

Nos arquivos do Nocaute, encontramos uma capa da Veja com o inacreditável Huck.

Pelo mundo!

Lula, lá na capa do diário argentino Página 12.

O jornal francês Le Monde dá uma página inteira para a revolução pop de Cuba.

Não podemos deixar de registrar o cartum de Claudio Mor

O cartum de Aroeira

E o cartum de Genildo, nas redes sociais.

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O Globo registrou numa pequena chamada:

Mas mudou de assunto na manchete principal:

O Rio quebrado. O jornal o Globo dá grande destaque na primeira página, após a destruição da praça do pedágio determinada pelo prefeito da cidade, Marcelo Crivella, que parece estar doente da cabeça.

O Globo destaca ainda:

O jornal trouxe na capa do Segundo Caderno, a morte do diretor e ator Jorge Fernando aos 64 anos.

Ainda no Segundo Caderno, uma boa matéria sobre a importância de do compositor e cantor Victor Jara no Chile de hoje. Jara foi preso, torturado e assassinado depois de ter os dedos das mãos cortados pela ditadura militar de Augusto Pinochet.

A Folha destaca:

Bolsonaro diz que argentinos escolheram mal o presidente da República. Talvez a mesma coisa que os argentinos acham dos brasileiros.

O vídeo que está dando o que falar, onde Bolsonaro compara STF e PSL a hienas que atacam o leão (ele, Bolsonaro).

Na página A2, o cronista Alvaro Costa e Silva compara o sumido Queiroz (“caiu como uma uva”) à Magda da Grande Família.

O Estadão destaca:

Bolsonaro quer sair do PSL e partir pra carreira solo.

Chile muda ministros, mas atos continuam. Nota da nossa redação: Atos contra a política neoliberal do presidente Piñera.

A mortes de Jorge Fernando está na capa do Caderno 2.

O governo Bolsonaro está mostrando, a cada dia, que é um retrocesso. Veja a manchete de capa do jornal Estado de Minas.

E a música de Cuba na capa do caderno Viagem, artigo traduzido do New York Times.

Caiu nas redes sociais, o Instragram do governador de São Paulo João Doria, direto do túnel do tempo.

Pelo mundo, temos:

Matéria do Le Monde deixa bem claro que a política econômica de Macri, na Argentina, afundou o país.

Leitura recomendada, o artigo de Breno Altman sobre a era Bolsonaro, publicado no El País.

A capa da New Yorker é de Richard McGuire, que mostra sua ideia inicial para chegar à capa.

O jornal francês Libération e a revista mensal italiana Internazionale perguntam porque o povo está nas ruas protestando.

E o cartum da Laerte, na Folha, mata a pau!

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“Procura por crédito tem maior crescimento em 9 anos” é a manchete principal do Estadão.

No Globo:

Na Folha:

Destaques na Folha:

No Globo:

No Estadão:

Irmã Dulce, agora santa, canonizada no sábado, reina em grandes fotos nas primeiras páginas do três principais jornais do país.

O petróleo, que passou a semana frequentando as primeiras páginas, de repente, sumiu. A Folha ainda noticia e registra o aparecimento de barris da multinacional Shell no litoral sergipano.

O que observamos:

A Folha, olhando para o próprio umbigo, anuncia a participação de Tabata Amaral no programa Roda Viva, hoje à noite, como deputada e colunista da Folha. E informa apenas um integrante da bancada de entrevistadores: O repórter Joelmir Tavares, da Folha. O leitor ficou sem saber quem são os outros participantes da bancada.

Também na Folha, na coluna de Monica Bergamo, chama a atenção a foto da atriz Letícia Colin, grávida de sete meses.

E ainda na Folha, na página A8, Eduardo Bolsonaro aparece com uma camiseta ironizando a sigla LGBT. Mas não publicou o que circula nas redes sociais, uma foto em que acrescentaram o Q, de Queiroz.

O que vimos por aí:

O ataque a sinagoga, em Berlim, assunto de capa da alemã Der Spiegel.

Na primeira página do francês Le Monde, uma pergunta: “O Capitalismo acabou?”

Trump massacrado está na capa da New York.

Uma boa capa da Time Out Lisboa.

A sempre impecável capa da New Yorker.

E a charge de João Montanaro na Folha.

O post Cadê o petróleo que estava aqui? apareceu primeiro em Nocaute.

A Folha de S.Paulo chegou hoje cedo às bancas, anunciando em sua manchete principal de primeira página:

O que o jornal chama de crise é a insatisfação dos políticos que querem mais e mais dinheiro. A reforma, desidratada, caminha a passos medianos.

No Estadão,

O ministro Paulo Guedes está se irritando, a cada dia que passa.

O Globo, porta-voz da reforma da Previdência e da operação Lava Jato, tem como manchete:

A tal “ameaça” está tirando o sono da família Marinho.

A edição de hoje do Globo, tem duas curiosidades. A primeira, o cartum de Chico Caruso. Ontem ele falou de Lula Livre e hoje fala de Gilmar lavando à jato. Logo o Gilmar Mendes, cuja fala de ontem no STF, foi devidamente podada do Jornal Nacional, o jornal da casa.

O mesmo aconteceu com o colunista e imortal Merval Pereira, cuja coluna na edição de hoje fala do juiz Gilmar Mendes que, para o colunista de direita, “aproveitou para tratar do assunto a que mais se dedica, falar mal dos procuradores de Curitiba e de Sergio Moro”. Pena que os telespectadores do Jornal Nacional, que escondeu Gilmar, não viram.

Ainda no Globo,

Articulação falha significa que não conseguiram chegar a um acordo sobre o tal toma lá, dá cá.

Na foto de primeira página da Folha, Dias Toffoli caminha entre Bolsonaro (de gravata azul) e o novo procurador Geral da República, Augusto Aras (de gravata verde e amarela).

O Estadão preferiu o galã Tarcísio Meira, em plena atividade aos 84 anos, na sua primeira página.

Na Folha, uma entrevistas com Mikhail Cancellier, filho do reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, que se suicidou há dois anos, depois de ter sido destituído, preso e humilhado pela operação Ouvidos Moucos. Mikhail revela que Luiz Carlos buscou uma morte violenta e que ele tem medo de ser preso como o pai.

O Estadão informa a seus leitores que o caso Odebrecht aumenta ainda mais a crise peruana, a que levou a vice-presidenta a renunciar ao cargo, depois de ser empossada. A crise segue.

Pelo mundo, temos:

Enquanto o ex juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, continua sendo louvado pela imprensa brasileira, o jornal Página 12 da Argentina, passa as coisas à limpo e mostra um revés judicial para Moro.

Na capa da semanal britânica New Statesman, Boris Johnson de Pinóquio, um clássico do jornalismo brasileiro e internacional.

A Time que saiu hoje tem, na capa, a advogada e senadora Kamala Harris, democrata, de origem indiana e afro-americana, disposta a entrar na corrida presidencial do ano que vem.

A semanal portuguesa Visão pergunta se vamos parar de comer carne? Talvez não, mas cresce o número de pessoas que não querem mais saber de carne.

No Le Monde, um obituário à altura da voz da cantora americana Jessye Norman, morta essa semana.

E no mesmo Monde, uma matéria de página dupla sobre o grafismo nas manifestações em Hong Kong. Para o jornal, os protestos já têm suas logomarcas, como em maio de 1968.

Fechamos a quinta com Nani, um cartunista genial.

O post O tal toma lá, dá cá! apareceu primeiro em Nocaute.

O Globo, fiel escudeiro da reforma, coloca na sua manchete principal de primeira página:

O jornal anuncia euforicamente a seus leitores que com isso a economia cai 76 bilhões de reais.

Na Folha:

O jornal, ao contrário do Globo, diz que a votação dos destaques parou, na calada da madrugada, após derrota do governo.

O Estadão recupera aquele estranho atentado ao presidente em Juiz de Fora e põe na manchete:

As manifestações em Hong Kong, que teve o primeiro baleado, ganharam destaque na Folha e no Estadão.

Outros assuntos:

No Globo, o colunista Merval Pereira, incomodado com Lula desde 1980, diz que é risível comparar a prisão de Lula com a de Mandela. Cômico é Merval Pereira, aquele que escreveu no Globo que Lula tinha um plano para fugir do país e da prisão e ir morar no Uruguai.

A crise no Peru na primeira página da Folha e do Estadão. O Globo ignorou a crise na sua vitrine, assunto que ocupou mais tempo na edição de ontem do Jornal Nacional.

A colunista de direita do Estadão, Vera Magalhães, diz como se não soubesse que é uma jogada: “Depois de um ano da campanha Lula Livre, petistas agora fazem romaria contra a progressão de regime”. Elementar, minha cara Vera Magalhães! Trata-se de uma manobra. Quer que o Nocaute desenha pra senhora?

Finalmente o jornal dos Marinho escreveu “Lula Livre” na primeira página. Quer dizer, escreveu mais ou menos, na charge de Chico Caruso, no pé da página.

Na capa da Ilustrada, o cancelamento de pelo menos seis projetos de cultura, despertam suspeitas de que governo e estatais estejam praticando censura.

O que mais temos?

Na capa do suplemento de ciência e medicina, do Le Monde, os males que o cigarro eletrônico pode causar.

A turma do semanário satírico francês Charlie Hebdo não perdoa nem os mortos. Na capa da edição que começou a circular hoje, a manchete para a ilustração do ex-presidente Jacques Chirac, morto na semana passada: “Chirac pega prisão perpétua”.

A semanal britânica The Guardian Weekly saiu hoje com duas capas diferentes, mas quase iguais. Numa, Donald Trump e, na outra, Boris Johnson. Ambos, farinha do mesmo saco.

Foi lançada hoje na Itália, uma revista bimensal chamada Ernesto Che Guevara. Só vai falar do guerrilheiro.

A capa da Piauí, que está fazendo 13 anos, relembra a capa de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, que fez 50 anos em 2017.

E vamos ficar com a charge de Aroeira, acertando sempre na mosca.

O post Sonhando com a reforma apareceu primeiro em Nocaute.

No Caixa-Preta de hoje, Ana Roxo e Alberto Villas falam do ex-presidente Lula estampado na primeira página do Le Monde, um dos principais jornais do mundo. Tem também a queda do chefe da Receita, Marcos Cintra. E tem o chanceler Ernesto Araújo passando vergonha nos Estados Unidos. Um colunista do Washington Post disse que nunca havia ouvido Araújo antes e que ficou impressionado em ver o quão as observações dele são incoerentes.

O post Caixa-Preta: A entrevista de Lula ao Le Monde apareceu primeiro em Nocaute.

A dita grande imprensa brasileira está comendo bola, perdendo o bonde da história. O jornal francês Le Monde fez uma entrevista exclusiva com Lula, fotografou o ex-presidente na Polícia Federal de Curitiba, ao lado de um carcereiro, e o colocou na primeira página. Na entrevista, Lula afirma que “Bolsonaro é o resultado de uma rejeição da política” e que nós “não podemos esperar nada de Bolsonaro”.

Os jornais estrangeiros continuam falando do Brasil. Na edição de hoje do diário italiano La Repubblica, uma página inteira mostra quem está destruindo a floresta Amazônica. Na manchete: “Incêndios, proprietários de terras e pesticidas são aqueles que destroem a Amazônia.”

Voltamos ao planeta Brasil.

A queda do chefe da Receita, Marcos Cintra, está nos manchetões dos maiores jornais do país:

Outros destaques:

Na Folha, atenção:

Segundo o jornal, no mês que vem o Supremo Tribunal Federal prepara o mais duro recado à Lava Jato e a Sergio Moro.

Elza Soares e o seu novo disco, Planeta Fome, na capa da Ilustrada, da Folha. Na entrevista, ela diz que “parece que puseram tranquilizante na água do povo, que anda quieto”.

No Globo, desconfiamos que o cartunista Chico Caruso confundiu Marcos Cintra com Paulo Guedes.

Pra não dizer que não falamos de Merval Pereira, o colunista do Globo diz hoje que “os interesses pessoais da família Bolsonaro passaram a ser prioritários em relação aos supostos projetos do governo”. Tarde demais pra se arrepender, meu caro Merval.

Na seção “Há 50 anos”, do Globo, a primeira página do jornal de 12/9/1969 tem a seguinte manchete: “Governo cassa, demite e aplica lei do confisco”. Ditadura, nunca mais!

O mundo!

Começamos com uma notícia importante que o ex-chanceler Celso Amorim tem, da manhã desta quinta-feira:

A revista Time, que começou a circular hoje, abandonou a sua tradicional borda vermelha, em um número especial sobre meio-ambiente, floresta Amazônica inclusa. Como viveremos em 2050?, pergunta a revista.

E um louvor para a capa da edição italiana da Vogue de setembro.

O post Como começou a quinta-feira, 12 apareceu primeiro em Nocaute.

Laura Motet | Le Monde

“Reze pela Amazônia”. Por várias semanas, os cidadãos estão se movendo pelas redes sociais por causa de incêndios florestais que estão devastando a região. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as queimadas aumentaram 83% desde o início de 2019 em relação ao ano anterior. O desmatamento cresceu 67%. Um aumento ainda mais preocupante, já que este é um recorde desde 2013.

Para Catherine Aubertin, economista ambiental e diretora de pesquisa do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento, esses incêndios podem “exacerbar de maneira duradoura os efeitos do aquecimento global”.

O aumento dos incêndios florestais e o desmatamento podem estar ligados à chegada de Jair Bolsonaro, altamente cético em relação ao clima?

Todos os anos, o número de incêndios em terras ​​aumenta em julho no Brasil. Isto não é uma coincidência: corresponde ao final da estação chuvosa. Este é o momento em que as áreas já trabalhadas pelo homem – especialmente para a manutenção de pastagens – são queimadas para tornar as florestas terras aráveis. O desmatamento é feito primeiro removendo a madeira e depois queimando a vegetação remanescente. Os incêndios também aumentaram drasticamente devido a uma seca muito significativa neste ano.
Mas essa explicação “sazonal” é amplificada pelas posições do novo presidente brasileiro. Desde o início, Jair Bolsonaro disse que a Amazônia é um território improdutivo, formado por terras indígenas e unidades de conservação, que devem ser integradas à economia brasileira. Para fazer isso, ele colocou em prática o enfraquecimento de todo um sistema de instituições ambientais, acusando-as de serem “máquinas para distribuir multas”.

Também reduziu o orçamento do Ibama, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, em quase 75% e dispensou 28 diretores regionais desta organização criada para punir crimes ambientais. O mesmo no Instituto Chico-Mendes (ICMbio), responsável pelo monitoramento e proteção da biodiversidade das unidades de conservação, como parques naturais. Ele demitiu em abril quase todo o pessoal da organização. Também demitiu Ricardo Galvão, presidente do INPE, equivalente da NASA, que desde 1988 desenvolve ferramentas de análise de satélites para avaliar o desmatamento e incêndios na Amazônia.

A comunidade internacional tem algum meio de coação sobre Jair Bolsonaro?

A comunidade internacional está tentando pressionar Brasília. Em julho, Emmanuel Macron disse que se o acordo climático de Paris não fosse respeitado no Brasil, ele não ratificaria o acordo de livre comércio entre a União Européia e o Mercosul (o mercado do cone sul que inclui vários países da América do Sul, incluindo o Brasil).
Além disso, os países doadores do fundo de conservação da floresta amazônica estão bloqueando suas doações. Doações substanciais (30 milhões de euros da Noruega, 35 milhões de euros da Alemanha), que vão para ONGs ambientais, mas também em grande parte para as instituições ambientais do Estado brasileiro.

Jair Bolsonaro, neste momento, finge que essas pressões não têm efeito sobre ele. Ele reagiu a esses bloqueios dizendo que não precisava de subsídios e que a comunidade internacional não tinha voz. “A Amazônia é nossa, não de vocês” , disse ele, repetindo a retórica dos militares dizendo que os países desenvolvidos querem internacionalizar a Amazônia. Ele também acusou ONGs ambientais de serem pagas por potências estrangeiras e de promoverem incêndios para atrair a atenção de financiadores estrangeiros, uma vez que cortou o fornecimento de alimentos.

Note, no entanto: se a atenção da comunidade internacional está voltada para a Amazônia, território com forte carga simbólica no imaginário coletivo, não devemos esquecer todos os outros espaços do território brasileiros também afetados pelo desmatamento. Porque se hoje estamos alarmados que a Amazônia está desmatada em 20%, também devemos olhar para o caso do Cerrado, uma savana localizada no centro do Brasil, metade da qual já foi desmatada. Querendo proteger a Amazônia, especialmente ao se recusar a importar produtos (carne, soja, cereais …) dessa região, nós na verdade participamos da mudança da produção para outros espaços como o Cerrado, cujo destino se move menos no exterior.

As escolhas de Jair Bolsonaro a favor do desmatamento e queimadas provavelmente piorarão o aquecimento global?
Sim. Há muito se pensava que o ponto crítico, o chamado processo de “savanização”, seria alcançado quando 40% da Amazônia fosse desmatada. Hoje, percebemos que esse ponto já foi atingido, em 20%.
De fato, o desmatamento e esses incêndios fazem parte de uma ruptura global do sistema climático. O desmatamento e o desmatamento por queimadas causam um aumento nas emissões de gases do efeito estufa: as árvores não estão mais lá para capturar a água do planeta no solo e evaporá-la para causar chuva. Esse tipo de problema já está sendo observado nas estações chuvosas posteriores e mais curtas na bacia do Prata, na Argentina e no sul do Brasil.

Teme-se que essa mudança no regime de chuvas, ligada ao desmatamento e ao fogo, exacerbará os efeitos do aquecimento global, que por sua vez afetará a vegetação. A retroalimentação da vegetação e do clima ainda é pouco conhecida e é essa incerteza que torna esses incêndios ainda mais preocupantes.

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