EUA – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Sat, 18 Jan 2020 17:57:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3.2 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png EUA – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br 32 32 Votos do Caribe complicam a reeleição de Almagro à OEA https://nocaute.blog.br/2020/01/18/votos-do-caribe-complicam-a-reeleicao-de-almagro-a-oea/ Sat, 18 Jan 2020 17:46:14 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=59335 A reeleição do trumpista uruguaio Luís Almagro à presidência da OEA começa a balançar. O indispensável apoio dos EUA já não é tão seguro. Quem corre por fora é a equatoriana María Fernández Espinoza, aliada de Lenín Moreno e desafeta de Rafael Correa. Consultado informalmente para ser candidato consensual, o brasileiro Celso Amorim respondeu com um polido mas decidido “não”.

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A reeleição do trumpista uruguaio Luís Almagro à presidência da OEA começa a balançar. O indispensável apoio dos EUA já não é tão seguro. Quem corre por fora é a equatoriana María Fernández Espinoza, aliada de Lenín Moreno e desafeta de Rafael Correa. Consultado informalmente para ser candidato consensual, o brasileiro Celso Amorim respondeu com um polido mas decidido “não”.

A luta por votos na Organização dos Estados Americanos (OEA) começou a preocupar o uruguaio Luis Almagro, que buscará sua reeleição em 20 de março. O uruguaio, diretamente alinhado com os Estados Unidos, tem uma adversária competitiva: María Fernanda Espinosa, que foi chanceler do Equador e presidente da Assembléia Geral das Nações Unidas.

Espinosa aproveitou a cúpula do México da Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe (CELAC) para avançar nas negociações contra a Almagro. Com o impulso do México, a equatoriana busca o voto de pequenos países cujo voto vale tanto quanto o de uma potência.

Nesse sentido, os quinze Estados membros da Comunidade do Caribe (Caricom) apoiam no momento a equatoriana. São Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Monserrat, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago.

A esses países seria adicionada a Argentina, que votará em quem tiver mais chance de derrotar Almagro. Nicarágua e Panamá concordaram em votar com os argentinos. O governo de Alberto Fernández e Cristina Kirchner está de fato trabalhando para obter votos dos estados associados do Caricom, que são Anguilla, Bermuda, Ilhas Cayman, Ilhas Turks e Caicos e Ilhas Virgens Britânicas. Esses estados poderiam acompanhá-los porque têm com a Argentina acordos que os ajudam com inúmeros projetos de cooperação.

Com esses votos, María Fernanda Espinosa alcançaria confortável maioria para derrotar o Almagro em um universo de 33 votos. O terceiro candidato, o embaixador peruano nos Estados Unidos, Hugo de Zela, o atualmente é apoiado apenas por seu país.

No entanto, as peças do outro lado do xadrez também se movem: o atual chefe da OEA tem o apoio público dos Estados Unidos, que arrasta vários países com governos de centro-direita que farão o que Donald Trump pedir. Nesse sentido, os EUA levariam Brasil, Equador, Colômbia, Canadá, Paraguai, Bolívia, Chile e Uruguai. A estes também se acrescentariam Honduras, Guatemala e El Salvador.

O que poderá dar um impulso a Almagro é se os Estados Unidos se engajarem na busca de votos nas Antilhas. Não seria a primeira vez que isso acontece. Em julho de 2005 a Colômbia lançou como candidato a presidente do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento o jovem economista neoliberal Luís Alberto Moreno, nascido nos Estados Unidos e filho de família colombiana quatrocentona. Venezuela e Brasil concorriam com candidatos próprios, respectivamente o ministro das Finanças Nelson Merentes e o economista João Sayad, ex-ministro do governo Sarney. Lula e Chávez fizeram um acordo: a Venezuela retiraria sua candidatura, em apoio a Sayad, em troca de um compromisso: se eleito, o brasileiro nomearia Merentes 1º Vice-Presidente do BID (cargo então ocupado por Sayad).

Negócio fechado, Chávez telefonou a seus amigos caribenhos e antilhanos – compradores do petróleo venezuelano a preços camaradas – para informar que o candidato a presidente não era mais Merentes, mas João Sayad, do Brasil. Informados da conspiração, o presidente George W. Bush e a secretária de Estado Condoleezza Rice entraram em ação e chamaram cada chefe de Estado da região com uma ameaça curta e grossa: se Sayad ganhasse, os países que o apoiassem perderiam toda forma de ajuda econômica dos Estados Unidos. O acordo desmerengou, o neoliberal Luís Alberto Moreno ganhou a eleição e está lá até hoje.

Se jogaram pesado na disputa pelo BID, cuja importância política e estratégica não se compara à da OEA, por que razão os Estados Unidos não fariam o mesmo agora, em um organismo historicamente submisso a Washington?

Mas Trump está encontrando obstáculos para aderir à reeleição de Almagro. Enquanto o secretário de Estado Mike Pompeo manifestou publicamente apoio ao uruguaio, o presidente dos EUA já enfrenta resistência interna. A posição de Almagro pró-aborto gerou o repúdio de lideranças republicanas dos Estados Unidos, que pediram a Trump para não apoiar a reeleição do uruguaio. Prosseguem as pressões de grupos cristãos conservadores e antiaborto, que pretendem apoiar Trump em sua campanha à reeleição. Fontes que participam das negociações da OEA garantiram que, no meio do processo de impeachment e na busca de votos para a reeleição, Trump tem pouquíssimo interesse em abrir um novo foco de descontentamento entre seu eleitorado.

Ex-ministra de Relações Exteriores do Equador, María Fernanda, no entanto, está longe de ser uma unanimidade entre os anti-Almagro. Para os seguidores do ex-presidente Rafael Correa, “Espinosa é uma impostora, assim como Almagro”. Segundo o próprio Correa, “assim como Moreno, Espinosa é uma traidora da Revolução Cidadã”. Ligada a Lenín Moreno, desde que este se elegeu presidente ela se tornou a principal articuladora do processo de perseguição política implementado neste momento no Equador. Em um caso típico de lawfare, Espinosa trabalhou diretamente para que o vice-presidente Jorge Glas fosse condenado, tal como ocorreu com o ex-presidente Lula no Brasil.

Cogitado para ser o tertius, cuja candidatura seria considerada favorita, Celso Amorim, ex-chanceler e ex-ministro da Defesa de Lula, respondeu às consultas com um polido porém sonoro “não”.

(Nocaute, com LPO/Argentina)

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Lula no The Guardian: “Brasil ajudou os EUA e o Irã em direção à paz. Diálogo é a única resposta” https://nocaute.blog.br/2020/01/10/brasil-ajudou-os-eua-e-o-ira-em-direcao-a-paz/ Fri, 10 Jan 2020 13:49:44 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=58993 Em um artigo publicado no jornal inglês The Guardian, o ex-presidente Lula assina, conjuntamente com o ex-chanceler Celso Amorim, uma análise que mostra os riscos de uma guerra no Oriente Médio e como o seu governo ajudou a pavimentar a paz na região com o diálogo. Leia a íntegra do artigo.

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Em um artigo publicado no jornal inglês The Guardian, o ex-presidente Lula assina, conjuntamente com o ex-chanceler Celso Amorim, um artigo em que mostra os riscos de uma guerra no Oriente Médio e como o seu governo ajudou a pavimentar a paz na região com o diálogo. Leia a íntegra do artigo.

O assassinato do general iraniano Qasem Soleimani por meio de bombas lançadas a partir de um drone, por ordem expressa do presidente dos Estados Unidos, lançou o Oriente Médio – e o mundo – na mais grave crise para a segurança global desde o fim da Guerra Fria, no final do século passado. Ao ordenar unilateralmente a execução de um militar da mais alta hierarquia do Irã em solo iraquiano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump violou o Direito Internacional e deu, de forma perigosa e irresponsável, um passo temerário na escalada de um conflito com potencial impacto em todo o planeta.

Ainda não conhecemos exatamente qual será extensão da reação do Irã a esse ato de guerra não declarada. Mas já vemos prejuízos para a paz e a segurança na região com o previsível ressurgimento da do Estado islâmico no Iraque e o retraimento de Teerã em relação aos compromissos sobre limites de enriquecimento de urânio.

Podemos, também, apontar com certeza quem ganhará e quem perderá com um novo conflito bélico, tenha ele as proporções que tiver.

Há quem sempre lucre com a guerra: os fabricantes de armas, os governos interessados em pilhar as riquezas de outros Estados (sobretudo o petróleo), as megaempresas contratadas a peso de ouro para reconstruir o que foi destruído pela insensatez e cobiça dos senhores da guerra.

E há os que sempre perdem: as populações civis, mulheres, crianças, idosos e, sobretudo, os mais pobres, condenados à morte, à fome, à perda de suas moradias e à emigração forçada para terras desconhecidas, onde enfrentarão a miséria, a xenofobia, a humilhação e o ódio.

Como presidente e chanceler do Brasil, na primeira década deste século, mantivemos diálogos com presidentes norte-americanos e altas autoridades iranianas, na tentativa de construir a paz, que acreditávamos ser o que mais importava aos povos do Irã e dos Estados Unidos.

Juntamente com a Turquia negociamos com o Irã a “Declaração de Teerã”, a partir de uma solicitação do próprio Presidente Barack Obama, feita em encontro à margem de uma Cúpula do G8 ampliado em 2009 na Itália.
Este acordo, celebrado em 2010, saudado por especialistas em desarmamento de diversas partes do mundo, inclusive o ex- Diretor da Agência de Energia Atômica e Prêmio Nobel da Paz, Mohammed El Baradei, tinha o potencial de encaminhar uma solução pacífica para a complexa questão do programa nuclear iraniano.

Além de tornar o mundo um lugar mais seguro, estávamos contribuindo para que os dois países, inimigos ferrenhos desde a revolução islâmica de 1979, pudessem desenvolver um convívio pacífico e mutuamente respeitoso, conforme desejo expressado pelo próprio presidente norte-americano.

Infelizmente, fatores de política interna e externa nos Estados Unidos impediram sua adoção naquele momento. Alguns anos mais tarde, porém, Obama firmou acordo de sentido semelhante com o governo iraniano, posteriormente abandonado por Donald Trump

Somos e seremos sempre defensores intransigentes da paz. Há, sim, uma guerra urgente que precisa ser travada por todas as nações: a guerra contra a fome, que ameaça um em cada nove habitantes deste planeta. O que se gasta num único dia de guerra aliviaria o sofrimento de milhões de crianças famintas no mundo. É impossível não nos indignarmos com isso.

Antes mesmo da nossa posse, em novembro de 2002, em visita à Casa Branca, tivemos o primeiro encontro com o então presidente George W. Bush. Havia por parte do governante norte-americano uma obsessão em atacar o Iraque, com base em alegações, que se revelaram falsas, sobre posse de armas químicas e apoio a terrorismo. Dissemos ao Presidente que o a nossa obsessão era outra: acabar com a fome e reduzir a pobreza em nosso país.

Não nos envolvemos na coalizão contra o Iraque e condenamos o uso unilateral da força. Apesar disso (ou, mesmo, por causa disso), Bush respeitou o Brasil. Cooperamos em situações difíceis, como a criação do Grupo de Amigos da Venezuela e as negociações comerciais da OMC. Mantivemos boas relações e contatos frequentes sobre temas regionais e mundiais, mesmo com nossas divergências. O Brasil foi um dos pouquíssimos países em desenvolvimento convidados para a Conferência de Annapolis, convocada pelos Estados Unidos para discutir a retomada do processo de paz no Oriente Médio, em 2007.

Temos a convicção profunda, lastreada na experiência, de que a paz e o diálogo entre as nações são, não apenas desejáveis, mas possíveis, desde que haja boa vontade e persistência. Sabemos que soluções obtidas pelo diálogo são muito mais justas e duradouras do que aquelas impostas pela força. A triste situação em que o Iraque ainda vive, dezessete anos após o fatídico ataque de 2003, é a prova mais eloquente da fragilidade dos resultados obtidos por meio de ações militares unilaterais.

Na paz, os países desenvolvem suas economias, superam diferenças e aprendem uns com os outros, promovendo o comércio, a cultura, o contato humano, a pesquisa científica e a cooperação humanitária. Na guerra, os países trocam mísseis, bombas e mortes, degradam a qualidade de vida de seus povos, provocam a destruição do meio ambiente e de ricos patrimônios históricos e culturais. A realidade tem demonstrado, de forma cada vez mais clara, que, na guerra, todas as vitórias são “vitórias de Pirro”.

É profundamente lamentável que o presidente do Brasil Jair Bolsonaro, movido por uma ideologia belicista de extrema direita e por uma vergonhosa subserviência ao atual mandatário norte-americano, adote uma postura que contraria a Constituição brasileira e às tradições da nossa diplomacia, coonestando o ato de guerra de Donald Trump, justamente no início do ano em que este concorrerá à reeleição.

Já que faz pouco caso dos prejuízos humanitários provocados pela guerra, Bolsonaro deveria levar em consideração as relações comerciais entre Brasil e Irã, país com quem temos um superávit de mais de US$ 2 bilhões por ano. Acima de tudo, deveria preocupar-se com a segurança do nosso país e do nosso povo, empurrado a apoiar uma guerra que não é sua.

Neste momento crítico que vive a humanidade, o Brasil tem que voltar a demonstrar o que verdadeiramente é: um país soberano, defensor da paz e da cooperação entre os povos, admirado e respeitado no mundo.

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O assassinato de Suleimani é parte de uma guerra sem fim https://nocaute.blog.br/2020/01/07/o-assassinato-de-suleimani-e-parte-de-uma-guerra-sem-fim/ Tue, 07 Jan 2020 15:16:34 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=58843 O atentado que matou o general iraniano Qasem Suleimani pode parecer, à primeira vista, apenas mais um gesto tresloucado de Trump. Mas é preciso estar alerta para as razões domesticas de tal decisão, e lembrar que, como acontece desde a guerra do Vietnã, a superioridade militar dos EUA é sempre derrotada pela falta de estratégia politica.

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O atentado que matou o general iraniano Qasem Suleimani pode parecer, à primeira vista, apenas mais um gesto tresloucado de Trump. Mas é preciso estar alerta para as razões domesticas de tal decisão, e lembrar que, como acontece desde a guerra do Vietnã, a superioridade militar dos EUA é sempre derrotada pela falta de estratégia politica.

Quaisquer que sejam os motivos que levaram o presidente Trump autorizar o assassinato do general, um dos principais comandantes militares iranianos, tudo leva a crer que a politica doméstica dos EUA seja uma das principais razões (processo de impeachment e eleições presidenciais) que reforça o ímpeto imperialista na região. O fato é que, a partir de então, se iniciou não apenas uma nova etapa nas relações entre Irã e os EUA, mas uma redefinição do quadro geopolítico de todo Oriente Médio.

Por mais paradoxal que possa ser, até o dia 02 de Janeiro de 2020, era possível pensar num novo acordo entre EUA e Irã apesar da tensão crescente entre eles desde a retirada unilateral de Trump do acordo nuclear em 2018 (acordo de 2015 entre o Irã e um grupo de potências mundiais conhecido como P5 + 1 – EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha) colocando o Irã sob crescente pressão econômica, política e diplomática. Enquanto esteve em vigor, o acordo assinado pelo então presidente Obama, não houve ataques das forças iranianas contra as forças americanas, nem contra instalações petrolíferas sauditas, que estavam mais ocupadas com as manifestações populares contra o governo iraquiano mantido pelos dois paises.

Em junho de 2019, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe esteve em Teerã para ajudar a intermediar um possível diálogo entre os EUA e os iranianos. Abe instou a liderança iraniana a seguir as regras nucleares internacionais e a desempenhar um “papel construtivo” para a segurança regional, logo após a visita do presidente Trump ao Japão, na qual o Irã era um dos principais tópicos de discussão. Em 20 de dezembro, Abe recebeu o presidente do Irã, Hassan Rouhani, para ajudar a manter o acordo. No inicio de dezembro, os EUA e o Irã fizeram troca de libertação de prisioneiros. Trump agradeceu ao Irã no Twitter pelo que chamou de “negociação muito justa”, acrescentando que era possivel haver cooperação entre ambos os países (https://www.reuters.com/article/us-iran-usa-prisoners/united-states-and-iran-swap-prisoners-in-rare-act-of-cooperation-idUSKBN1YB08X).

Um mês depois, em uma coletiva de imprensa, um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que Suleimani era, por vinte anos, “o principal arquiteto” dos ataques terroristas do Irã. Mas os EUA não estavam em guerra com o Irã. Aliás, é importante sublinhar que na noite de sua morte Suleimani não se movia furtivamente pelo Iraque e se dirigia para o aeroporto de Bagdá, região em que tem base militar norte-americana na Zona Verde. Ora, esse livre trânsito de Soulemani era possivel porque havia um entendimento entre os americanos e iranianos.

As relações entre os EUA e o Irã sempre tiveram um duplo caráter no Iraque, desde 2003, com a queda do governo de Sadam Hussein. Há cooperação entre os dois países para “pacificar” o Iraque, mas, ao mesmo tempo, as relações sempre foram de disputa por hegemonia no Oriente Médio. A retirada do governo Trump, em maio de 2018 do acordo nuclear, a reintrodução das sanções econômicas dos EUA contra o Irã, em novembro de 2018, e a derrota de um inimigo comum (o ISIS) criaram uma situação de tensão crescente. Após as eleições parlamentares iraquianas, em maio de 2018, essa rivalidade ficou evidente. Tanto Washington quanto Teerã têm forçado o governo iraquiano a tomar partido.

Os protestos populares contra o governo iraquiano se originaram nas províncias do sul e do centro do Iraque, regiões que tradicionalmente têm sido a espinha dorsal da influência iraniana, se espalharam por todo o pais caracterizando a revolta como não sectária e de carater nacional. Tratava-se de uma revolta contra um dos governos mais corruptos do mundo e uma sociedade onde a desigualdade economica e miséria crescente são decorrentes fundamentalmente de uma política econômica neoliberal (privatizações) e militarização da economia.

Mas as seguidas ações militares dos EUA, matando dezenas de combatentes iraquianos, fizeram com que as questões geopoliticas preponderassem sobre as revoltas populares. Como já acontece desde a guerra do Vietnã, a superioridade militar dos EUA é sempre derrotada pela falta de estratégia politica. O parlamento iraquiano votou pela expulsão das tropas norte-americanas, o antiamericanismo em todo o Oriente Médio atinge seus niveis mais elevados, aumentaram as possibilidades da presença russa e chinesa na região, criticos e dissidentes do regime iraniano e iraquiano se uniram no repúdio à ação dos EUA.

Tudo isso pode nos dar a impressão de uma ação tresloucada de Trump e seus assessores. Contudo, como foi dito no inicio desse texto é preciso estar atento, sobretudo, para as razões domesticas de tal decisão. Mas, não apenas às questões propriamente políticas. É bastante conhecida a assertiva do grande estrategista Clausewitz de que a “a Guerra é a continuação da política por outros meios”. E a politica nos EUA é feita, sobretudo, a partir da lógica econômica. CEOs de grandas empresa militares dos EUA devem colher enormes lucros a partir de uma possivel escalada de conflitos com o Irã. Assim que as notícias do assassinato do general chegaram aos mercados financeiros, os preços das ações dessas empresas dispararam.

Em Dezembro de 2019, Trump conseguiu autorização do Congresso para gastar mais de US$ 738 bilhões no Pentágono para o ano fiscal de 2020, o que representa um aumento de US$ 21 bilhões em relação ao ano de 2019. Isso é mais do que foi gasto nas forças armadas durante as Guerras da Coréia e do Vietnã.

De acordo com estimativas do projeto Costs of War, do Instituto Watson de Assuntos Públicos e Internacionais da Universidade Brown, a guerra ao terror custou aos americanos por volta de US$ 6 trilhões desde 2001, quando os EUA invadiram o Afeganistão. Isso significa que, ao longo desses dezenove anos os norte-americanos gastam US$ 32 milhões/hora. Desde 2001 a guerra continua a se espalhar pelo mundo e não se limita ao Afeganistão, Iraque ou Síria, mas as forças armadas dos EUA e as empresas militares de segurança fazem parte de uma rede de operações em todo o mundo – em pelo menos 76 nações, ou 40% dos países do planeta.

Como se sabe toda essa maquina de guerra em operação tem como consequência aumentar o numero de revoltas no mundo, portanto, quando os presidentes dos EUA dizem em alto e bom que seu objetivo é derrotar o terrorismo, pode-se entender que, no fundo, eles sabem que isso só vai alimentar o aparecimento de mais conflitos e, por mais pradoxal que possa ser, isso deve ser visto como um exitos políticos.

Creio que um texto de Trotsky, escrito no final da década de 1920, sobre os problemas da política mundial e da política europeia decorrentes da expansão irresistível do poder norte-americano, traduza de certa forma o futuro que nos aguarda. Com sua expansão, explicava Trotsky, os norte-americanos “introduziram no subsolo de seu edifício os barris de pólvora do universo inteiro”. Ou seja, passaram a querer lidar com todos os antagonismos do Ocidente e do Oriente, a luta de classes na Europa, as insurreições dos povos coloniais, todas as guerras e todas as revoluções. De um lado, isso fez com que o capitalismo norte-americano se tornasse a força fundamental da contrarrevolução internacional, cada vez mais interessado em manter a “ordem” em todos os lugares do mundo. Mas, por outro lado, essas ações podem preparar o terreno para uma explosão revolucionária gigantesca deste poder imperialista mundial em expansão.

(*) Reginaldo Nasser é mestre em Ciência Política (UNICAMP), doutor em Ciências Sociais (PUC-SP) e livre-docente do Departamento de Politica da PUC-SP desde 1989. Foi professor do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais de 1999 a 2009 (Unesp, Unicamp e PUC) e chefe do Departamento de Relações Internacionais da PUC-SP de 2013 a 2017.

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“A perseguição a Assange pelos EUA é encorajada pela covardia de jornalistas que o abandonam.” https://nocaute.blog.br/2019/12/18/a-perseguicao-a-assange-pelos-eua-e-encorajada-pela-covardia-de-jornalistas-que-o-abandonam/ Wed, 18 Dec 2019 20:46:06 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=58456 A dura frase acima, do jornal Le Monde Diplomatique, faz parte da denúncia subscrita por quarenta jornalistas de 17 países que exigem a libertação de Julian Assange, preso na Inglaterra, e sua não-extradição para os EUA. Segundo a ONU, Assange vem sendo submetido a torturas psicológicas que colocam sua vida em risco. A seguir, o documento e os primeiros signatários.

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A dura frase acima, do jornal Le Monde Diplomatique, faz parte da denúncia subscrita por quarenta jornalistas de 17 países que exigem a libertação de Julian Assange, preso na Inglaterra, e sua não-extradição para os EUA. Segundo a ONU, Assange vem sendo submetido a torturas psicológicas que colocam sua vida em risco. A seguir, o documento e os primeiros signatários.

Em declaração pública de 1º de novembro, o Relator Especial das Nações Unidas sobre Tortura, Nils Melzer, expressou “alarme pela deterioração contínua da saúde de Julian Assange desde sua prisão e detenção no início deste ano”, e afirma que “sua vida agora está em perigo.”

Melzer, em um relatório datado de maio, havia expressado: “Em vinte anos de trabalho com vítimas de guerra, violência e perseguição política, nunca vi um grupo de estados democráticos se reunir para isolar, demonizar e abusar deliberadamente de um indivíduo por tanto tempo, sem respeitar a dignidade humana ou o estado de direito.”

Ele acabara de visitá-lo com uma equipe médica especializada na prisão de alta segurança em Belmarsh, Londres. Uma de suas conclusões é que o detento “mostrou todos os sintomas típicos de exposição prolongada a tortura psicológica, estresse extremo, ansiedade crônica e trauma psicológico”.

Assange se refugiou em junho de 2012 na embaixada equatoriana em Londres. Em agosto, o governo do presidente Rafael Correa concedeu-lhe asilo político. Não poder sair de lá, porque ele seria preso e provavelmente extraditado para os Estados Unidos, fez dele um prisioneiro. “A nacionalidade equatoriana que lhe foi concedida em dezembro de 2017 não foi suficiente para mudar sua situação.”

Em 11 de abril deste ano, o novo presidente do Equador, Lenín Moreno, a pedido do governo dos EUA, retirou seu asilo e nacionalidade. Ele foi então entregue às autoridades britânicas, que o confinaram na prisão de Belmarsh. Isolado e incapaz de preparar sua defesa, ele aguarda um julgamento que decidirá sua extradição para os Estados Unidos, onde, sob as acusações atuais, ele poderá ser sentenciado a até 175 anos de prisão.

Assange, editor do WikiLeaks, é acusado por Washington de “conspiração” e “espionagem” por ter compartilhado com muitos veículos de comunicação no mundo os “Diários de Guerra”. São milhares de documentos militares e diplomáticos sobre vários crimes de guerra cometidos pelos EUA no Afeganistão e no Iraque.

O relator Melzer disse sobre isso: “Enquanto o governo dos EUA processa o Sr. Assange por publicar informações sobre graves violações dos direitos humanos, incluindo tortura e assassinato, os funcionários responsáveis por esses crimes continuam impunes”.

Entre outros, seu trabalho foi reconhecido em 2011 com o “Walkley Award” por sua excelente contribuição ao jornalismo; o prêmio de jornalismo Martha Gellhorn; o Prêmio Índice de Censura; o prêmio New Media, do The Economist; New Media Award, da Anistia Internacional, e o Gavin MacFayden Award de 2019. O WikiLeaks também foi indicado em 2015 para o ONU Mandela Award e sete vezes para o Nobel da Paz (de 2010 a 2015 e em 2019).

Algumas semanas atrás, um grupo de jornalistas e comunicadores iniciou uma campanha por sua liberdade. Eles proclamam: “Se o governo dos Estados Unidos puder processar Julian Assange por publicar documentos classificados, abrirá o caminho para os governos processarem jornalistas em qualquer lugar do mundo, o que estabeleceria um precedente perigoso para a liberdade de imprensa, a nível mundial […] Em uma democracia, crimes de guerra e casos de tortura e abuso devem ser revelados sem a necessidade de ir para a cadeia. Esse é precisamente o papel da imprensa em uma democracia. Até o momento, não chega a mil o número de jornalistas que responderam a essa chamada. Muito poucas organizações de direitos humanos assumiram seriamente a defesa de seu caso.”

Por que essa atitude em relação a Assange? O relator especial Melzer tem uma explicação: “Depois de ter sido desumanizado através do isolamento, do ridículo e da vergonha, foi muito fácil privá-lo de seus direitos fundamentais sem provocar a indignação da opinião pública mundial”.

O editorial do Le Monde Diplomatique de dezembro de 2019 diz: “A perseguição ao senhor Assange pelas autoridades americanas é encorajado pela covardia de jornalistas que o abandonam ao seu destino e até se deleitam com seu infortúnio.”

Portanto, nós, membros da Rede de Defesa da Humanidade e que desejamos participar deste chamado, exigimos respeito pelo devido processo, a não extradição e a libertação imediata de Julian Assange. Instamos as organizações nacionais e internacionais, intelectuais e jornalistas e sua mídia a encerrar a campanha contra esse ser humano corajoso pelo crime de revelar crimes de guerra contra a humanidade. Exigimos que a opinião pública seja verdadeiramente comunicada sobre esta terrível violação de seus direitos fundamentais. Como diz o apelo dos jornalistas, “tempos perigosos exigem jornalismo corajoso”.

Alicia Jrapko, EUA


Anarella Vélez, Honduras


Ángel Guerra, Cuba/México


Antonio Elías, Uruguai


Arantxa Tirado, Espanha


Ariana López, Cuba


Arnold August, Canadá


Atilio Borón, Argentina


Camille Chalmers, Haiti


Carlos Alberto (Beto) Almeida, Brasil

Carmen Bohórquez, Venezuela

Fernando León Jacomino, Cuba

Fernando Buen Abad, México/Argentina

Fernando Morais, Brasil

Florencia Lagos, Chile


Gabriela Cultelli, Uruguai


Gilberto Ríos, Honduras

Hernando Calvo Ospina, França

Hildebrando Pérez Grande, Peru

Hugo Moldiz, Bolívia


Irene León, Equador

Javier Couso, Espanha


Javiera Olivares, Chile


Katu Arkonada, País Basco/México

Luis Hernández Navarro, México

Marcos Teruggi, Argentina/Venezuela

María Nela Prada, Bolívia


Marilia Guimarães, Brasil


Nadia Bambirra, Brasil


Nayar López, México


Omar González, Cuba


Orlando Pérez, Equador


Pablo Sepúlveda Allende, Venezuela

Pasqualina Curcio, Venezuela


Paula Klachko, Argentina


Pedro Calzadilla, Venezuela


Ricardo Flecha, Paraguai


Sergio Arria, Venezuela/Argentina

Stella Calloni, Argentina


Tim Anderson, Austrália

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Vexame verde amarelo. Pela primeira vez na história, o Brasil votou na Assembleia da ONU a favor de manter o embargo vergonhoso contra Cuba. https://nocaute.blog.br/2019/11/07/vexame-verde-amarelo/ Thu, 07 Nov 2019 21:11:19 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=56797 O post Vexame verde amarelo. Pela primeira vez na história, o Brasil votou na Assembleia da ONU a favor de manter o embargo vergonhoso contra Cuba. apareceu primeiro em Nocaute.

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Guedes falta a reunião do FMI. Vai cair? https://nocaute.blog.br/2019/10/23/guedes-falta-a-reuniao-do-fmi/ Wed, 23 Oct 2019 18:17:32 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=56152 Numa atitude inesperada, o rentista Paulo Guedes, ministro da Economia, cancelou a sua participação na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), que ocorreu em Washington (EUA), na semana passada.

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Numa atitude inesperada, o rentista Paulo Guedes, ministro da Economia, cancelou a sua participação na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), que ocorreu em Washington (EUA), na semana passada.

A mídia rentista, mesmo a que ataca o “capetão” Bolsonaro mas defende o programa ultraneoliberal do czar da economia, não deu maior repercussão ao estranho cancelamento.

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Americanos rejeitam a entrada do Brasil na OCDE https://nocaute.blog.br/2019/10/10/americanos-rejeitam-a-entrada-do-brasil-na-ocde/ Thu, 10 Oct 2019 16:28:34 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=55560 Em mais uma derrota para a coleção de derrotas do governo Bolsonaro, o governo dos Estados Unidos recusou, na manhã desta quinta-feira (10), a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

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Em mais uma derrota para a coleção de derrotas do governo Bolsonaro, o governo dos Estados Unidos recusou, na manhã desta quinta-feira (10), a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

A informação é da emissora norte-americana Bloomberg. Segundo a emissora, o secretário de Estado, Michael Pompeo, rejeitou um pedido de discussão sobre o aumento do grupo, declarando que o apoio de Washington é exclusivo às candidaturas da Argentina e da Romênia. A entrada do Brasil na OCDE, hoje negada, estava sendo considerada como uma grande conquista da família Bolsonaro, principalmente do filho, Eduardo, que continua sonhando ser embaixador em Washington. Durante a visita dos Bolsonaro aos Estados Unidos, a OCDE estava sendo tratada como pauta prioritária. O governo de Jair Bolsonaro ainda não se manifestou.

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The Intercept: Dallagnol vazou informações para jornais https://nocaute.blog.br/2019/08/29/the-intercept-dallagnol-vazou-informacoes-para-jornais/ Thu, 29 Aug 2019 22:10:51 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=53565 Chegou a vez da imprensa entrar no circuito dos vazamentos obtidos pelo site The Intercept que estão sendo divulgados desde 9 de julho passado. Os diálogos publicados hoje mostram que o coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, mentiu quando negou que agentes públicos passavam informações de investigações à imprensa. Dallagnol aparece antecipando um passo de uma das operações a jornais, numa estrutura orquestrada, onde os vazamentos eram debatidos, planejados e realizados. Numa das conversas, Dallagnol disse: "Amanhã cooperação com EUA pro Bernardo é manchete do Estadão. Confirmado".

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Chegou a vez da imprensa entrar no circuito dos vazamentos obtidos pelo site The Intercept que estão sendo divulgados desde 9 de julho passado. Os diálogos publicados hoje mostram que o coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, mentiu quando negou que agentes públicos passavam informações de investigações à imprensa. Dallagnol aparece antecipando um passo de uma das operações a jornais, numa estrutura orquestrada, onde os vazamentos eram debatidos, planejados e realizados. Numa das conversas, Dallagnol disse: “Amanhã cooperação com EUA pro Bernardo é manchete do Estadão. Confirmado”.

No dia seguinte, o jornal O estado de S.Paulo chegou às bancas com a manchete principal: “Americanos vão ajudar a investigar Odebrecht”. O Estadão não quis comentar o vazamento.

Manuela D’Avila, (PC do B) ex-candidata a vice presidenta, na chapa de Fernando Haddad (PT), que forneceu os contatos de Glenn Greenwald, do Intercept, ao hacker que está preso em Brasília, prestou depoimento hoje à Polícia Federal. Ela postou numa rede social que entregou o seu celular à PF, por vontade própria, e questionou por que todos os envolvidos não entregaram também.

Clique aqui para ler a reportagem completa.

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Americanos colocaram flores no lugar das marcas de balas, depois do massacre em um supermercado de El Paso, no Texas, onde 20 pessoas morreram (foto AJ Mast) https://nocaute.blog.br/2019/08/05/el-paso-texas/ Mon, 05 Aug 2019 15:02:16 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=52086 O post Americanos colocaram flores no lugar das marcas de balas, depois do massacre em um supermercado de El Paso, no Texas, onde 20 pessoas morreram (foto AJ Mast) apareceu primeiro em Nocaute.

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Bolsonaro nomeia filho embaixador nos Estados Unidos https://nocaute.blog.br/2019/07/26/bolsonaro-filho-embaixador/ Fri, 26 Jul 2019 19:11:21 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=51671 Na manhã desta sexta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro informou já ter pedido o sinal verde, conhecido como agrément, ao governo americano, com a indicação de seu filho Eduardo - chamado por Bolsonaro de Zero3 - para ocupar o cargo de embaixador brasileiro em Washington. O governo brasileiro agora espera o OK do governo americano para encaminhar à Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovar ou não.

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Na manhã desta sexta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro informou já ter pedido o sinal verde, conhecido como agrément, ao governo americano, com a indicação de seu filho Eduardo – chamado por Bolsonaro de Zero3 – para ocupar o cargo de embaixador brasileiro em Washington. O governo brasileiro agora espera o OK do governo americano para encaminhar à Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovar ou não.

Deu no G1

O Brasil submeteu aos Estados Unidos a sugestão do nome de Eduardo Bolsonaro para ocupar a embaixada em Washington, afirmou nesta sexta-feira (26) o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

“Foi pedido o ‘agrément’ e esperamos a resposta americana, de acordo com a praxe diplomática. Mas tenho a grande certeza de que será concedido pelo governo americano, e Eduardo Bolsonaro será um ótimo embaixador”, disse Araújo, em entrevista coletiva que acontece durante encontro de ministros de Relações Exteriores que formam os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no Rio de Janeiro.

“Agrément” é uma consulta que se faz ao país onde o embaixador será nomeado.

Depois dessa etapa, a indicação de Eduardo Bolsonaro será submetida ao Senado, onde ele será sabatinado.

Presidente reforçou

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro já havia falado sobre a consulta.

“Acho que foi mandado ontem [quinta-feira, 25] o ‘agrément’. Acho que foi ontem se eu não me engano. Não tenho certeza. Eu acertei com o Ernesto, se não foi ontem foi hoje. A gente não está com pressa”, afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro já disse em outras oportunidades que não acredita que o governo norte-americano recusará receber Eduardo. Para ser efetivado como embaixador, o deputado terá de renunciar ao mandato e ser aprovado pelo Senado Federal.

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