Super-Revolucionários

Bakunin: anarquismo e liberdade

“Apenas a liberdade dos outros me torna verdadeiramente livre, de forma que, quanto mais numerosos forem os homens livres que me cercam, e mais extensa e ampla for a sua liberdade, maior e mais profunda se tornará a minha liberdade”.

Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (1814-1876) nasceu em 30 de maio de 1814 em Premukhimo, na Rússia, e foi uma das mais influentes vozes do pensamento radical do século XIX. Opositor de Karl Marx na Internacional Socialista, foi expulso da organização, o que não foi suficiente para eliminar a influência anarquista no movimento operário mundial.

Até a Revolução Russa de 1917 e mesmo após ela, como na Guerra Civil Espanhola, o anarquismo seria uma das principais formas de organizar politicamente os trabalhadores, participando diretamente da construção de rebeliões, revoluções e grandes greves, como a primeira grande greve operária no Brasil, a de 1917.

Bakunin, assim, é uma figura maiúscula do pensamento revolucionário. Por isso, não poderia faltar sua carta no baralho Super-Revolucionários, que os sites Opera Mundi e Nocaute publicam conjuntamente.

Com Bakunin, o projeto Super-Revolucionários ganha mais uma carta. Já foram publicados cards de Engels, Emma Goldman, Paulo Freire, Florestan Fernandes, Pagu, Miriam Makeba, Hugo Chávez, Rosa Parks, Lênin, Clara Zetkin, Ernesto Che Guevara, Antonio Gramsci, Fidel Castro, Liudmila Pavlichenko, Luís Carlos Prestes, Frida Kahlo, Alexandra Kollontai, Bela Kun, Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Stálin, Marina Ginestà, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella, Rosa Luxemburgo e Franz Fanon.

Com texto e concepção de Haroldo Ceravolo Sereza e desenho do artista plástico Fernando Carvall, essas cartas, numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuem “notas” à atuação desses grandes nomes da luta por um mundo mais justo e solidário.

Assim que alcançarmos um número suficiente de cartas, vamos montar um jogo inspirado no conhecido Super Trunfo e publicar um livro com os cards e informações sobre esses heróis da resistência e da transformação.

As avaliações são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA: 10

Filho de proprietários de terra pertencentes à nobreza russa, Bakunin foi educado em casa e em 1828 iniciou-se na carreira militar. Mas suas ideias libertárias o levariam a deixar, em 1835, o Exército. Em Moscou, passou a estudar o pensamento filosófico, especialmente de Kant, Schelling, Fichte e Hegel. Em 1837, já em Berlim, cursando filosofia, aproximou-se da esquerda hegeliana e do comunismo, envolvendo-se na luta contra o imperialismo. Sua militância o levou a perder o título de nobreza e os direitos civis na Rússia em 1844, por meio de um decreto do czar Nicolau I.

DISCIPLINA: 7

Após ter conhecido Marx, Engels e Phroudon ainda nos anos 1840 e ter participado ativamente das revoluções de 1848, buscando levantar os povos eslavos, na tentativa de derrubar os regimes da Rússia, do Império Austro-Húngraro e da Prússia, tendo sido condenado à morte após a prisão em 1850 (a pena foi comutada e Bakunin enviado à Sibéria), Bakunin consegue fugir via Japão e Estados Unidos e organiza, nos anos 1860, a Fraternidade Internacional, uma organização que atuava junto à Liga da Paz e da Liberdade.

TEORIA: 9

Em 1863, na Itália, Bakunin se declara “anarquista”, durante a campanha de propaganda da Fraternidade Internacional. Depois da publicação de Federalismo, Socialismo e Antiteísmo, seu programa socialista é rejeitado pela Liga, com a qual rompe, para fundar a Aliança Internacional da Democracia Social.

POLÍTICA: 7

Bakunin entra então na Associação Internacional dos Trabalhadores. Consegue rapidamente conquistar significativa influência na organização, sobretudo nos países latinos.

COMBATIVIDADE: 9

Bakunin nunca deixou a luta socialista, mesmo quando foi expulso da Associação Internacional dos Trabalhadores, em 1872, após o Congresso de Haia. O programa socialista de Bakunin, que pregava o anarquismo coletivista, defendia que o Estado deveria ser substituído pela organização federalista dos trabalhadores, por meio de associações produtivas. Essa posição se chocava com a defendida pelo grupo de Karl Marx na Internacional, que acreditava que era preciso primeiro conquistar o Estado para construir o socialismo.

INFLUÊNCIA: 10

Após a expulsão da Internacional, funda a Internacional Antiautoritária, responsável pela organização de coletivos anarquistas em diversos países do mundo. Em 1873, participa de um levante na Bolonha (Itália), sem sucesso, e dedica-se nos últimos anos de sua via a publicar sua obra. Sua produção teórica, sobretudo os livros Deus e o Estado e Estadismo e Anarquia, foi fundamental para a formação de gerações de socialistas.

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