Maduro faz acordos econômicos e militares com a China. E a OEA fala em derrubar seu governo

O secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA) Luís Almagro, declarou, na sexta-feira, que não se deve descartar uma intervenção militar contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.

Nesta sexta-feira (14), o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, em visita a cidade de Cúcuta, na Colômbia, deu declarações duras ao governo de Nicolás Maduro.

O líder da comissão da OEA encarregada de elaborar um relatório que incluirá uma definição de mecanismos de cooperação que poderiam ser destinados à Colômbia como país receptor dos imigrantes venezuelano disse que não se deve descartar uma intervenção militar contra Maduro.

Luís Almagro

“Quanto a uma intervenção militar para derrubar o Governo de Nicolás Maduro, acho que não devemos descartar nenhuma opção”, disse Luís Almagro, acusando o regime venezuelano de cometer “crimes contra a humanidade” e de provocar o sofrimento da própria população.

“Nunca tínhamos visto um governo tão imoral no mundo, que não admite ajuda humanitária. Estamos no meio de uma crise humanitária e a ajuda tem que chegar à Venezuela”.

“A comunidade internacional tem que dar uma resposta a isto. A comunidade internacional é responsável e não pode permitir uma ditadura na Venezuela. Uma ditadura que afeta a estabilidade de toda a região, a partir do narcotráfico, a partir do crime organizado, a partir da profunda crise humanitária que criou”, disse.

Para Almagro os venezuelano “são vítima de repressão, mas uma repressão distinta inclusive à das demais ditaduras que temos tido no continente”.

As declarações ocorrem dois dias após o presidente venezuelano Nicolás Maduro ter ido à China em busca de acordos econômicos que visam encontrar medidas que retirem o país da atual crise econômica.

Momentos antes de partir, em um pronunciamento a nação, Maduro declarou: “Estou partindo para a República Popular da China para uma visita de Estado muito necessária, muito oportuna e cheia de grandes expectativas (…) para avançar nos novos acordos de associação estratégica no campo econômico, comercial, energético, financeiro, tecnológico”.

Nicolás Maduro

“Estamos indo em condições melhores, o programa de recuperação econômica, crescimento e prosperidade foi ativado, vamos melhorar, expandir e aprofundar as relações com essa grande potência mundial”.

Maduro pôs em prática há três semanas um plano de reformas econômicas que busca enfrentar a inflação do país. A principal caracteristica desta reforma é o chamado “Madurazo” que corta cinco zeros da moeda local.

Apesar da crise, a Venezuela segue na frente do Brasil no ranking de 2018 do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), compilado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Pelo índice, o Brasil permanece na 79ª posição do ranking que inclui 189 países. Na América Latina e no Caribe, além de Chile e Argentina, o Brasil fica atrás de Barbados, Uruguai, Bahamas, Panamá, Antígua e Barbuda, Trinidade e Tobago, Costa Rica, Cuba, Venezuela e México.

Veja a lista completa:

Muito alto desenvolvimento humano

1) Noruega – 0.953
2) Suíça – 0.944
3) Austrália – 0.939
4) Irlanda – 0.938
5) Alemanha – 0.936
6) Islândia – 0.935
7) Hong Kong – 0.933
8) Suécia – 0.933
9) Singapura – 0.932
10) Holanda – 0.931

Alto desenvolvimento humano

60) Irã – 0.798
60) Palau – 0.798
62) Seichelles – 0.797
63) Costa Rica – 0.794
64) Turquia – 0.791
65) Ilhas Maurício – 0.790
66) Panamá – 0.789
67) Sérvia – 0.787
68) Albânia – 0.795
69) Trindade e Tobago – 0.784
70) Antígua e Barbuda – 0.780
70) Georgia – 0.780
72) São Cristóvão e Nevis – 0.778
73) Cuba – 0.777
74) México – 0.774
75) Granada – 0.772
76) Sri Lanka – 0.770
77) Bósnia e Herzegovina
78) Venezuela – 0.761
79) Brasil – 0.759

Baixo desenvolvimento humano

180) Moçambique – 0.437
181) Liberia – 0.435
182) Mali – 0.427
183) Burkina Faso – 0.423
184) Serra Leoa – 0.419
185) Burundi – 0.417
186) Chade – 0.404
187) Sudão do Sul – 0.388
188) República Centro-Africana – 0.367
189) Níger – 0.354