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O sucesso do plano de Maduro representaria um golpe mortal aos modelos econômicos do FMI

O plano de recuperação proposto por Maduro, além de retomar a perspectiva de superação do modelo rentista que caracteriza a economia venezuelana, tem o potencial de barrar o que tem sido a arma mais efetiva contra o processo revolucionário até o momento: a guerra econômica.

Pouco mais de uma semana depois do início da implementação do plano de recuperação econômica na Venezuela, a reação internacional não poderia ser mais previsível: tanto a mídia corporativa, quanto os suspeitos de sempre (como Almagro e Marco Rubio) fazem previsões catastróficas, requentando velhas matrizes de opinião para minar a confiança no processo.

A reação dos vizinhos na região tampouco trouxe novidades. Nos Estados Unidos, toma novo impulso a proposta de um embargo petroleiro contra a Venezuela (com consequências devastadoras para o povo venezuelano, é sempre importante lembrar). Colômbia anunciou que abrirá seus portos para que um navio de guerra estadunidense traga “ajuda humanitária” para a Venezuela – o que foi denunciado por Evo Morales como uma “invasão encoberta do governo dos Estados Unidos”.

O Brasil não fica para trás: aproveitando-se da histeria da mídia corporativa com a “ameaça da crise migratória” (narrativa facilmente descontruída com uma análise comparativa dos fluxos migratórios na região), Temer decretou a militarização de mais um Estado da Federação, reforçando a tendência de avanço dos militares nas esferas civis do país.

Mas do que eles têm medo?

O plano de recuperação proposto por Maduro, além de retomar a perspectiva de superação do modelo rentista que caracteriza a economia venezuelana, tem o potencial de barrar o que tem sido a arma mais efetiva contra o processo revolucionário até o momento: a guerra econômica.

Além disso, ao implementar a desdolarização da economia, a Venezuela coloca em xeque mais de 100 anos de hegemonia do dólar como moeda de referência da economia mundial – tendência que deve ser seguida por China e Rússia.

Mas o que é ainda mais importante: o sucesso do plano proposto por Maduro representaria um golpe mortal aos modelos de recuperação tradicionalmente impostos pelo FMI e similares.

Afinal, a quem interessa um programa de recuperação econômica que expanda o potencial econômico do país sem atrelar seu futuro aos milionários empréstimos – e às todas as demandas que isso implica – dos organismos multilaterais desenhados para manter o status quo?

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  1. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    A articulista realmente demonstra que a ideologia consegue superar até a lógica mais elementar, pelo que não deve ser culpada pelo que escreve, já que, claramente, atua por controle remoto.
    Não obstante, vale a pena comentar alguns pontos, apenas para demonstrar o quanto quem quer que seja que controle o que a articulista escreve tenta fazer crer que há idiotas suficientes para acreditar em tudo:
    1. O tal “Plano de recuperação de Maduro” estimula um povo que passa fome, come carne podre lavada em vinagre e tenta escapar de lá como seja para o Peru e Brasil a comprar o ouro das reservas nacionais, “esquecendo-se” que o “lingote” mais barato excede, em muito, o salário mínimo. Fora isso, corta cinco zeros da moeda e coloca a Polícia para vigiar preços em supermercados debaixo de cacete, ignorando fatores básicos de oferta e demanda.
    2. Quando menciona ‘narrativa facilmente descontruída com uma análise comparativa dos fluxos migratórios na região’, o link remete a um artigo pessimamente escrito, em inglês de terceira categoria, e que tenta justificar os tais “fluxos migratórios”, com a seguinte pérola: ‘And, most grotesquely, they show roads full of supposed migrants, but they say: “Since 2017, 2.3 million Venezuelans have left their country”. This figure does not even represent 8% of the total population!’. Então, está certo. Agora a coisa está explicada. Maduro tem toda a razão do planeta em fazer o que faz. Afinal de contas, 2.3 milhões de pessoas em um ano a fugirem dos seus desmandos são “apenas” menos de 8% da população total do país. Só não vê isso quem não quer ou não conta com o auxílio luxuoso/alucinogênico da publicação à qual quem controla a articulista recorreu para embasar a sua tese não menos delirante…
    3. E “Temer decretou a militarização de mais um Estado da Federação, reforçando a tendência de avanço dos militares nas esferas civis do país” é, realmente, de cabo de esquadra, já que:
    a. Não se menciona em momento algum que o governo recusou-se terminantemente a fechar a fronteira em nome de uma ajuda humanitária que não pode deixar de ser dada a quem quer escapar do inferno em que se tornou a Venezuela de Maduro.
    b. O Exército foi para lá com missão específica de proteger os refugiados da sanha de brucutus nacionalistas e montar campos de refugiados para buscar uma desconcentração de gente numa parte de Roraima que simplesmente não tem como receber tanta gente. Mas, de repente, o melhor para o sucesso do tal “Plano de Recuperação Econômica” de Maduro fosse deixar os refugiados venezuelanos em Rondônia na mão dos brucutus e gerado pelo menos uma morte para ser explorada.

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