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Moro em NY: o bom filho à casa torna


O juiz de primeira instância Sérgio Moro foi agraciado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos com o prêmio “Homem do Ano 2018”, ao lado do ex-prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg. Os participantes desembolsaram de US$ 1.200 a US$ 26.000 por um lugar no jantar de gala.
Bloomberg é um dos homens mais ricos dos Estados Unidos. Agora, o que justifica que um juizinho de uma cidade relativamente insignificante do ponto de vista do comércio entre Brasil e Estados Unidos receba tal prêmio? Segundo Alexandre Bettamio, presidente da BrazilCham e de um dos maiores bancos dos Estados Unidos, Moro e Bloomberg foram escolhidos por sua “coragem, determinação e capacidade de mudar a vida das pessoas” e também por não diferenciar seus cidadãos “na aplicação da Justiça”.
Pois bem. Bloomberg foi prefeito de Nova Iorque por três mandatos consecutivos. Nesse período, ele aprofundou a chamada política de “tolerância zero” instituída por seu antecessor. Essa política essencialmente incentiva o combate intensivo de pequenos crimes como meio de prevenir crimes maiores. Isso levou com que os policiais começassem a parar e revistar qualquer pessoa que eles considerassem suspeitos – ou as “pessoas certas”, como a Polícia de Nova Iorque gosta de descrever. Na prática, o alvo era claro: jovens negros e latinos. Somente em 2013, depois que mais de 5 milhões de jovens de minorias raciais foram revistados sem nenhuma justificativa, é que essa política ilegal e discriminatória foi considerada inconstitucional.
Se é absurdo afirmar que Bloomberg não diferencia seus cidadãos “na aplicação da Justiça”, isso chega a beirar o ridículo quando se trata de Moro. À frente de uma operação ilegal desde sua origem, Moro não só empreende uma verdadeira cruzada contra seus inimigos políticos, mas também ataca frontalmente o Estado Democrático de Direito ao cooperar com os Estados Unidos “informalmente”. O caso contra Lula seria, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, um exemplo de sucesso dessa prática, repito, ilegal. Não por acaso, vemos Moro uma e outra vez impor ações e entendimentos típicos da legislação estadunidense, à revelia da nossa própria Constituição.
Moro foi recebido em Nova York com protestos que contaram com a participação dos principais sindicatos dos Estados Unidos, além de ativistas e representantes da sociedade civil estadunidense. Mas retomo a pergunta inicial: porque uma Câmara de Comércio homenagearia Moro? A Lava Jato abriu as portas não só para o desmonte da nossa incipiente indústria nacional, mas também para a derrocada da nossa soberania. Se é certo que ainda não sabemos a real extensão da participação dos Estados Unidos no golpe de 2016, a história nos mostra que a ascensão de regimes fantoches beneficia amplamente os interesses políticos e econômicos de Washington. E talvez seja isso que tenha sido realmente homenageado pela BrazilCham nessa semana, na figura de Sergio Moro.

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  1. Avatar
    Reinaldo Morais says:

    Essa Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos é uma boa picaretagem. É um caça-níqueis de social climbers, deslumbrados, Dórias e outros lobistas que tais. Já fui numa bobagem dessas em NY. Algumas celebridades profissionais de eventos se materializam nesses jantares em troca de altos cachês, ficam cinco minutos, posam para fotos vão embora. Um jantar vagabundo custa uma fortuna. É uma armadilha sem qualquer importância. É apenas para arrancar dinheiro de incautos. No passado, Trump foi arroz de festa nesses eventos. Uma verdadeira palhaçada.
    Esqueçam isso, não vale o espaço que gasta neste blog.

  2. Avatar
    Reinaldo Morais says:

    Essa Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos é uma boa picaretagem. É um caça-níqueis de social climbers, deslumbrados, Dórias e outros lobistas que tais. Já fui numa bobagem dessas em NY, nesta CCBEU. Algumas celebridades profissionais de eventos se materializam nesses jantares em troca de altos cachês, ficam cinco minutos, posam para fotos vão embora. Um jantar vagabundo custa uma fortuna. É uma armadilha sem qualquer importância. É apenas para arrancar dinheiro de incautos. No passado, Trump foi arroz de festa nesses eventos. Uma verdadeira palhaçada.
    Esqueçam isso, não vale o espaço que gasta neste blog.

  3. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    A articulista continua a superar-se a cada dia.
    Que ela não goste de Moro é uma coisa e um direito inalienável seu.
    Que ela ache que ser juiz de primeira instância e lotado em Curitiba é entrave a um reconhecimento mais amplo de quem quer que seja – e, ainda por cima nos EUA que ela tanto condena mas dos quais não sai – apenas trai um elitismo novo-rico digno de quem se jacta de ter “apartamento em Miami” e coisa e tal.
    Mas chamar a Lava Jato de “ilegal desde a sua origem” – quer se goste ou não de alguns dos seus procedimentos – já demonstra falta de conhecimento básico das coisas digna de nota, mormente em quem se apresenta como intelectual.
    E, para culminar, afirmar que “Moro foi recebido em Nova York com protestos que contaram com a participação dos principais sindicatos dos Estados Unidos, além de ativistas e representantes da sociedade civil estadunidense”, quando não havia mais do que 60 desocupados na porta fazendo berreiro e Moro entrou por porta lateral e nem os viu ou foi visto por eles já adentra em cheio o terreno do ridículo e roça o do delírio.
    Mas devemos ser tolerantes para com ela, dar-lhe um desconto. Tais deslizes talvez se devam a uma profunda irritação sua por constatar que as coisas na Venezuela vão realmente de mal a pior sob Maduro e não há mesmo como camuflá-las

  4. Avatar

    Ao menos quem protestam são desocupados: podem, mas esse Juiz sendo bibelô todo mês nos EUA quando deveria está preparando senteça do Beto Richa para evitar prescrição e a sua grande fama de protetor de psdbandido: para dignificar o seu magnífico salário: não deve e nem pode

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    Reinaldo Morais says:

    José Eduardo Garcia de Souza seu texto é um samba do crioulo doido. Pelo jeito vc já tem umas frases prontas no bolso e fica esperando uma hora para usá-las. Assim como a Leopoldina virou trem e D. Pedro, uma estação também, você enfiou a Venezuela no meio, só faltou KIm Jon Un e FHC. Na próxima vc enxerta mais um clichê.

  6. Avatar
    elisabet gomes says:

    CARO, SR.JOSE EDUARDO,
    QUER DIZER ENTÃO, QUE TODOS AQUELES OU AQUELAS QUE PARTICIPAM DE MANIFESTAÇÕES E PROTESTOS, SÃO DESOCUPADOS? QUE SÓ FAZEM BERREIRO?
    ESSE SEU COMENTÁRIO, DEMOSTRA SUA GRANDE IGNORÂNCIA E ANALFABETISMO POLÍTICO.

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