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Em Nova York, presidentes discutem estratégias para derrubar Maduro

Reuniram-se em Nova York os presidentes de Estados Unidos, Donald Trump, da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Panamá, Juan Carlos Varela, e a vice argentina, Gabriela Michetti. O assunto, segundo eles mesmo declararam à imprensa, é como desmantelar o governo da Venezuela.
Santos disse a Trump que a América Latina não apoiaria uma intervenção militar em território venezuelano. Mas entre todos os presentes, foi ele quem mais criticou o presidente Nicolás Maduro e foi o mais enfático ao defender uma “transição”.
“Reiteramos ao presidente Trump, reiteramos também aos demais países, que qualquer intervenção militar não teria nenhum tipo de apoio da América Latina”, declarou.
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Além de Juan Manuel Santos, estavam os presidentes do Brasil, Michel Temer, do Panamá, Juan Carlos Varela, e a vice argentina, Gabriela Michetti.
“As pessoas [presentes no jantar] querem que lá se estabeleça a democracia, não querem uma intervenção externa, mas querem manifestações que se ampliem dos países que aqui estão para os países da América Latina e os países caribenhos, de maneira a pressionar por uma solução democrática na Venezuela”, declarou Temer.
Os mandatários estão nos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU. Além deles, Trump estava acompanhado do vice-presidente, Mike Pence, do secretário de Estado, Rex Tillerson, e do general John Kelly, chefe de Gabinete. O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, não foi ao jantar, convocado especificamente para tratar da Venezuela.
“Nosso maior interesse é defender o povo venezuelano, que seus direitos sejam respeitados, que a democracia seja restaurada. Discutimos a forma e necessidade de coordenar para tentar produzir uma transição que seja pacifica, que mantenha a estabilidade e democrática”, enfatizou Santos.
Apesar de sua gestão ser marcada pela assinatura de um acordo de paz entre os ex-guerrilheiros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o governo, o presidente colombiano é mais identificado com setores conservadores do que com os progressistas da América Latina.
O comentário de Santos era esperado – ele foi o primeiro presidente a declarar rechaço à Assembleia Nacional Constituinte, eleita em 30 de julho de 2017. Há também um histórico de tensões antigo entre os dois países, acirrado nos anos 2000, durante os governos do venezuelano Hugo Chávez (1999-2013) e do colombiano Álvaro Uribe (2002-2010).
Para Chávez, o país vizinho dava muita abertura aos Estados Unidos e feria a soberania latino-americana ao permitir a instalação de bases militares em seu território. Já Uribe afirmava que os venezuelanos dificultavam o combate às guerrilhas ELN (Exército de Libertação Nacional) e FARC.
Antes de o jantar começar, Trump também falou à imprensa, dizendo que os “venezuelanos estão morrendo de fome e que o país está entrando em colapso”. “As instituições venezuelanas estão sendo destruídas […] Esta situação é inaceitável e como vizinhos e amigos, responsáveis pelos venezuelanos, temos a obrigação de ajudar”.
A proximidade entre Estados Unidos e Colômbia para tratar da Venezuela se intensificou em maio, quando os dois presidentes se reuniram em Washington. Em agosto, Mike Pence foi a Bogotá.

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