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Madri: apoio inesperado ao referendo da independência da Catalunha


O ato de apoio aqui em Madri ao direito a decidir da população catalã teve que mudar de local pela proibição de ser organizado num espaço público da capital da Espanha. Em quarenta anos de democracia nunca vimos uma coisa assim na Espanha: proibição de atos, cancelamento de palestras e inclusive intervenções da polícia nas gráficas onde os materiais do referendo estão sendo impressos: cartazes, votos.
Já não estamos falando de ideologias políticas, nem de direita nem de esquerda –no governo catalão tem direita e tem esquerda, e a direita inclusive com os mesmos casos de corrupção, por exemplo, da direita do Partido Popular–, estamos falando da liberdade de expressão, do direito de reunião e do direito à autodeterminação dos povos.
A realidade da situação nesse momento é que o governo catalão com seus apoios na Catalunha vai realizar o referendo independentemente da proibição do governo central, do governo espanhol. Vai ser um referendo ilegal como o governo espanhol chama. Esse referendo teria uma participação muito baixa, porque os contrários à independência da Catalunha não votarão nesse referendo ilegal para não legitimar o processo. Essa é a opinião dos contrários à independência.
Entre os gritos de apoio que os organizadores do ato, o coletivo Madrileños Por el Derecho a Decidir, lançaram no Teatro del Barrio, destacam:
– “Catalunha, catalães, Madri ama vocês.”
– “Isso não é um ato pela independência, mas sim um ato pelo direito do povo catalão a decidir sobre seu próprio futuro.”
– “A sua vitória pode abrir uma brecha no regime de 1978 em todo o Estado espanhol. Está claro que a gente herdou a ditadura franquista com o início democrático da Constituição de 78.”
Já tem quem fala que o governo catalão vai declarar a independência da Catalunha sem analisar o nível de participação no referendo. O número de sim vai ser muito alto, lógico, e essa declaração de independência provavelmente virá seguida da inabilitação dos principais políticos, dos principais líderes do processo de referendo.
O processo continua rumo ao referendo do dia primeiro de outubro. A última decisão do Governo espanhol: controlar dotações orçamentais do dinheiro público da Catalunha; mais uma fórmula de pressão.

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