Foto: Luiza Sansão/Ponte Jornalismo
O ex-catador de latas Rafael Braga deixou nesta sexta-feira (15) o Sanatório Penal, no Rio de Janeiro, onde cumpre pena. Com tuberculose, ele poderá ser tratado na casa de sua família, na favela Vila Cruzeiro.
Na quarta-feira (13), o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Rogerio Schietti, concedeu liminar para que o ex-catador tivesse direito a prisão domiciliar. Ele atendeu a um pedido de habeas corpus da defesa de Rafael, com base no fato de que o sistema prisional não pode oferecer condições adequadas para tratamento. Foi expedido ontem (14/09) o alvará de soltura, para que ele fosse liberado hoje.
Braga foi preso em 20 de junho de 2013 com dois frascos plásticos lacrados de produto de limpeza, acusado de portar material explosivo. Foi condenado em primeira instância em dezembro daquele ano, a cinco meses depois de ser detido e ter sido mantido em prisão preventiva. Braga foi o único preso condenado no contexto das manifestações de junho de 2013.
Em 12 de janeiro de 2016, o ex-catador estava em regime aberto, com uso de tornozeleira eletrônica, havia pouco mais de um mês, quando foi preso novamente sob acusação de tráfico de drogas e associação ao tráfico, com base unicamente no testemunho dos policiais que o abordaram.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro o condenou a 11 anos e três meses de prisão por tráfico e pagamento de R$ 1.687.
O pedido de habeas corpus sustentado por sua defesa foi negado no dia 8 de agosto pelo TJRJ. Um novo pedido, liminar, quando Rafael já estava com tuberculose, foi novamente negado pelo TJRJ no dia.
Giordano says:
Rafael, com o apoio decisivo de pessoas que ainda carregam sentimentos humanitários, conseguiu vencer uma etapa de sua agonia encontrando, enfim, um juiz. Coisa rara.
Ele precisa, além do devido tratamento da tuberculose, proteção para que não lhe aconteça nova abordagem policial.
Saúde, Rafael.
cristinica de cervantes says:
olho pra fotos do Rafael e sinto uma profunda tristeza misturada com esperança; a carinha de menino, sorriso doce, é impossível ver sentir o crime nele. foi uma covardia o que fizeram com este garoto, um absurdo de crueldade, uma monstruosidade. quem deveria estar preso lugar dele é a policia que o prendeu por puro gesto de vingança, vinga-se por ser a escória da policia.