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Constituinte é o único caminho que restou para a paz na Venezuela, diz Maduro

A Venezuela enfrenta uma das mais acirradas crises políticas de sua história recente. Com protestos violentos da oposição quase todos os dias e pressão dos Estados Unidos, o governo convocou uma eleição para formar uma Assembleia Constituinte e tentar uma solução pacífica.
Para o presidente Nicolás Maduro, a questão é que a oposição não quer dialogar. Pretendem tensionar a situação de tal maneira a destruir o país e, assim, o atual governo.
“A oposição havia rompido todos os acordos de diálogos firmados por eles mesmos em novembro do ano passado. E começaram uma linha insurrecional, golpista, que tentou provocar um colapso no país, mas não conseguiu, e que sinalizaram que seguiriam em maio um caminho violento, abertamente violento”, afirmou Maduro, em entrevista ao canal espanhol RT.
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“Durante três semanas e meia, busquei diálogo com a oposição para que eles participassem da Assembleia Constituinte, mas eles se negaram”.

Maduro nega que o objetivo seja fazer uma Constituinte partidária, mas sim uma Assembleia que contemple diversos setores sociais, como trabalhadores rurais, aposentados, estudantes, líderes comunitários e também empresários.
“A Assembleia Nacional Constituinte é o único caminho que restou para a Venezuela para o caminho do reencontro, para o caminho de paz. Eu não acredito que vá dividir o país, mas sim apontar para a esperança para reunificar e reconciliar a Venezuela”, disse.
A aposta do presidente é que a Constituinte possa “sepultar as tentativas de golpe”.
Na entrevista, um dos questionamentos foi sobre o discurso da oposição de que os chavistas querem se eternizar no poder e vão usar a Constituinte como atalho para isso. O presidente respondeu: “A oposição está há 18 anos dizendo a mesma coisa”.
Maduro avalia que a oposição ficou presa a estratégias que ela própria criou, da violência. “Eles têm um instinto golpista”. E criticou episódios em que manifestantes queimaram vivas 29 pessoas “sob a acusação de serem chavistas”.
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Em sua avaliação, há oposicionistas que recebem apoio dos Estados Unidos e também da Colômbia. E ganham força com a chegada de Donald Trump à presidência. A disputa, em sua opinião, não é por uma plataforma política, mas sim recursos naturais, como o petróleo. A reserva da Venezuela é a maior do mundo. “Temos reserva de petróleo para 200 anos”, argumentou.
“Eu gostaria de encontrar o Donald Trump e lhe dizer pessoalmente: Donald Trump, estamos no século 21. A Doutrina Monroe não existe mais. Chegou o tempo de aceitar a diversidade”.
Sobre a campanha internacional feita contra seu governo, mencionou que “estamos diariamente submetidos a um ataque na imprensa e na televisão mundial”. “Propagam muitas versões falsas, muitas mentiras, valeu tudo”.
Para ele, existe um país inventado e falso, anunciado pela imprensa de oposição e propagado internacionalmente, e uma Venezuela real, que, de fato, enfrenta dificuldades.
Maduro afirmou que, apesar da campanha contra, há também um movimento de solidariedade favorável.
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O presidente venezuelano lamentou que o país esteja enfrentando há pelo menos quatro anos uma guerra econômica. “Mas posso te assegurar que, no ano passado, batemos recorde de diminuição do desemprego. Isso não sai na imprensa internacional. Chegamos a 5% de desemprego, é quase pleno emprego. O investimento social em moradia, educação, cultura, renda familiar aumentou em 72% em relação às riquezas produzidas no país”.
Quanto à crise econômica, Maduro defendeu como saída manter os programas de inclusão econômica e social e investir em diversificar atividades econômicas para não concentrar a renda nacional no petróleo.
A entrevista completa está disponível abaixo:

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