Pela primeira vez, o Exército Zapatista de Liberación Nacional (EZLN) deve apoiar uma candidata às eleições presidenciais do México. O nome indicado é de María de Jesús Patricio Martínez, médica, originária da etnia nahua e militante dos direitos humanos.
Aos 57 anos, nascida na comunidade de Tuxpan, no estado de Jalisco, Patricio Martínez foi anunciada neste domingo (28/5) depois de três dias de discussão.
Patricio Martinez durante assembleia com zapatistas e movimentos indígenas (Foto: Telesur)
Seu nome foi escolhido por delegados indígenas e vereadores de 58 povoados indígenas reunidos no Congresso Nacional Indígena, um coletivo independente formado em 1996, com objetivo de reunir as populações indígenas mexicanas em um espaço para debates e organização política.
Participaram também desta escolha delegados do EZLN. O movimento informou que se trata de um apoio à candidatura de Patricio Martínez, e não uma candidatura do própria dos zapatistas, conforme publicou a imprensa local.
Patricio Martínez será a primeira candidata indígena a disputar as eleições presidenciais no México, graças a uma reforma eleitoral feita em 2014, que permite a apresentação de candidaturas independentes.
Formado majoritariamente por indígenas, o EZLN nunca disputou eleições.
O movimento surgiu no início dos anos 1980, com tática influenciada por grupos guerrilheiros resistentes da América Latina.
Ao longo dos anos 1990, o EZLN se ampliou até que fizeram uma declaração de guerra divulgada publicamente em 1º de janeiro de 1994, no contexto de discussão do TLC (Tratado de Livre Comércio) entre Estados Unidos e México.
O último comunicado foi divulgado em 6 de abril de 2017 sobre a violência em Michoacán.
Luiz Carlos Breviglieri says:
Muito importante a participação de grupos autóctones na politica do país. Retirar do cenário politica os viciados em explorar o povo.