O Ministério Púbico da Suécia anunciou nesta sexta-feira (19/5) que suspenderá a investigação do ativista e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, acusado de estupro.
Assange está refugiado na Embaixada do Equador no Reino Unido desde 2012. De lá, em dezembro de 2016, concedeu entrevista exclusiva ao Nocaute. Clique aqui para ler ou assistir.
Assange concedeu entrevista a Fernando Morais em dezembro de 2016
A decisão da promotoria sueca se justifica porque “as possibilidades de conduzir a investigação estão esgotadas”, já que não foi possível convocar o acusado. O ativista deve continuar na Embaixada porque, se voltar a Suécia, a investigação pode ser reaberta – a acusação pelo crime de estupro só prescreverá em 2020.
A polícia britânica tem uma mandato de prisão vigente contra ele. Se deixar a embaixada do Equador, pode ser preso pela polícia do Reino Unido e ser extraditado para a Suécia e depois aos Estados Unidos.
Para seu advogado Per Samuelson, a interrupção das investigações sobre o crime de estupro é uma vitória. A mulher acusa Assange de tê-la estuprado em agosto de 2010. Ele sempre negou o crime, afirmando que essa denúncia faz parte de uma estratégia para extraditá-lo à Suécia e depois aos Estados Unidos.
Assange é também acusado pela Justiça dos EUA de vazar documentos militares e diplomáticos ultrasecretos por meio do Wikileaks a partir de 2010. Após o anúncio do Ministério Público, o ativista postou uma foto sorridente em seu perfil no Twitter.
— Julian Assange (@JulianAssange) 19 de maio de 2017
O WikiLeaks publicou documentos confidenciais de operações militares norte-americanas no Iraque e no Afeganistão e correspondências diplomáticas. Os documentos e correspondências foram repassados ao site pela ex-agente norte-americana transgênero Chelsea Manning. Ela ficou presa por sete anos pelos vazamentos e foi libertada nesta quarta-feira (17).
Donald Trump já declarou publicamente não concordar com a libertação de Manning e informou que a extradição de Assange é prioridade.
