Em meio aos festejos do 1º de maio em Caracas, o presidente Nicolás Maduro anunciou, em cadeia nacional para rádio e televisão, que em algumas horas assinará o decreto de convocação de eleições para a escolha de uma Assembléia Nacional Constituinte. “Eu convoco o poder constituinte originário para que seja o povo com sua soberania quem imponha a paz. Convoco o povo a preparar-se para uma grande vitória constituinte”.
“Eu quero constitucionalizar todas as missões para que ninguém depois possa eliminá-las. Será uma constituinte eleita com o voto direto do povo”. “Missões” é o nome dado pelos venezuelanos aos projetos sociais iniciados pelo presidente Hugo Chávez. O “Misión Vivienda”, por exemplo, é o equivalente venezuelano ao “Minha Casa Minha Vida” instituído pelos governos Lula e Dilma.
Maduro designou o ministro Elias Jaua como presidente da comissão presidencial que organizará a proposta, em nome do governo. Além dele, participarão da comissão Aristóbulo Istúriz, Germán Escarra, Isaías Rodríguez, Earle Herrera, Cilia Flores e Delcy Rodríguez.
José Eduardo Garcia de Souza says:
Ele convocou uma constituinte que é, segundo ele mesmo “uma Constituinte cidadã, não uma Constituinte de partidos nem de elites. Uma Constituinte cidadã, operária, comunal, camponesa, feminista, da juventude, dos estudantes e indígena, mas sobretudo profundamente obreira, decisivamente operária, profundamente comunal”. Isso não é uma “Constituinte de Milícias”, que ignora o mandato conferido ao Congresso pelo mesmo povo que ele diz defender? Não é, portanto, mais uma tentativa dele de golpe no Congresso?
Mari says:
Por que vc não responde se sua pergunta carrega o fel de seu teor ideológico? José Eduardo responda! Toda a liberdade e autonomia política dos pais da América Latina estão todo o tempo sob pesada pressão das conhecidas forças da extrema direita. O senhor é um homem-ódio contra nossa soberania. Doido pra ser cotado para dar seu preço. Vai catar coquinho congressista ista-isca.
José Eduardo Garcia de Souza says:
Minha pergunta não contém nenhum fel e muito menos é influenciada pelo que quer que seja. É apenas uma pergunta que tem a ver com o que se passou no Brsil. Quando Duilma foi deposta, falou-se em que 54 milhões de votos foram ignorados. Parece-me agora que Maduro quer não somente ignorar os votos dos que elegeram o Congresso Venezuelano como, ainda, não quer nem que ele tenha voto na matéria. Há resposta? Obrigado,
Leonardo says:
Acontece que o próprio Congresso, ao não acatar a decisão do Tribunal Eleitoral que cassou o mandato de três deputados por corrupção eleitoral, colocou-se fora da institucionalidade e por tal seus atos foram declarados ilegais pela Suprema Corte, portanto, quem ignora a constituição é o próprio Congresso que, ao desrespeitar uma sentença da Suprema Corte, criou o impasse institucional.