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Trump, China e a África


Entre as especulações dos possíveis temas a serem tratados na próxima reunião entre o presidente norte-americano Donald Trump e o mandatário chinês está a África.
A relação trilateral entre os Estados Unidos, China e os países do continente africano.
Alguns recordam de alguns momentos da cooperação trilateral, especificamente, por exemplo, no ano de 2013 de umas ações para prevenir a pirataria, a pirataria real no Golfo da Guiné.
E outro tema mais recente, o esforço comum entre África, China e Estados Unidos na luta contra o Ebola no ano de 2014.
Sem dúvida, o tom do tema da África sobre a mesa de conversações nessa reunião que terá lugar na Flórida.
O que se assegura é que para a China a relação com a África é, sim, uma prioridade. E é uma prioridade desde o ano de 1964 quando o então presidente chinês visitou 10 países africanos numa extensa excursão onde houve várias pautas para as relações com os países do continente. Pautas nas quais era muito importante essa relação de igual para igual.
Agora, no ano 2000 as relações dos países africanos com a China tiveram um momento muito importante, um momento, digamos, de impulso importante.
Preste atenção: se no ano de 1999 a China investia na África 6.4 bilhões de dólares, no ano de 2013 investiu 210 bilhões de dólares. Ou seja, o salto foi enorme e as relações baseadas sobretudo em nexos políticos se tornou também uma relação que se enfoca muito nos laços comerciais com os países do continente africano.
Os principais sócios são África do Sul, Zâmbia, Angola, Nigéria, Quênia e Sudão. Os principais sócios comerciais da China no continente africano.
A África se beneficia da política chinesa de recursos para a infraestrutura, enquanto a China tem uma fonte estável de fornecimento de matérias primas.
Alguns especialistas consideram que esta é uma relação em que a China precisa da África tanto quanto a África precisa da China e portanto pode ser uma relação de igual para igual.
O ponto é que os países africanos saibam aproveitar esse capital de investimento em beneficio de seu povo, especificamente nos jovens desses países.
No ano de 2015 se celebrou aqui na África do Sul pela primeira vez no continente africano o Fórum África-China e o presidente Jinping foi recebido por todo o alto em Union Building.
Esse foi também um momento muito importante para a relação entre o país asiático e a África.
Tanto que os especialistas consideram que daqui para a frente esta relação vai se incrementando, vai crescendo, como eu já dizia, algo que não é bem visto diante dos olhos do Ocidente.
E por que esta relação deve crescer? Dois elementos fundamentais: porque o custo da mão de obra na China está subindo e pela possibilidade que tem a China de colocar fábricas fora de suas fronteiras. E essas podem ser duas possibilidades, duas potencialidades para a África.
Agora, o Ocidente continua demonizando a relação da China com a África e não tanto para prevenir os países africanos da grande “invasão chinesa”, mas por interesses perigosos, interesses de dominação e controle da economia e em alguns casos também da política de alguns países africanos.
Talvez vocês recordem daquela frase que disse em 2000 durante o Fórum África-China o então presidente chinês Jiang Zemin, dizendo que África e China deveriam concentrar esforços para trabalhar na criação de uma ordem política e econômica.

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