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Lua de mel de Trump com o Congresso azeda antes de começar.


 
O que prometia ser uma semana triunfal para os republicanos acabou sendo coroada por um estrondoso embate dentro do partido.
Os republicanos agora controlam, pela primeira vez em quase uma década, todos os diferentes níveis de poder aqui em Washington, e uma grande maioria das legislaturas estaduais, bem como uma maioria ainda mais ampla de governadores.
O que se esperava é que a primeira semana da nova legislatura fosse utilizada para aprovar um pacote de leis e medidas que revogariam, em grande medida, o legado de Obama – em especial, o Obamacare, que é esse programa de saúde – de saúde pública – instituído na última administração) e as leis migratórias.
Porém, em um movimento que foi não só surpreendente como bastante contraditório com a plataforma defendida por Trump durante a campanha presidencial, a primeira ação dos deputados republicanos – decidida a portas fechadas – foi tentar revogar a independência do Escritório de Ética do Congresso, um organismo não-partidário encarregado de investigar acusações de má-conduta de funcionários e membros da Câmara dos Deputados. A ação, liderada majoritariamente por congressistas que já foram ou ainda estão sendo investigados por essa oficina, por esse escritório, foi recebida com duras críticas, e os republicanos tiveram que voltar atrás da decisão após serem publicamente repreendidos por Trump, através da sua conta no Twitter.
A moção para restaurar o Escritório de Ética foi adotada por unanimidade, mas a intervenção de Trump acabou criando um mal-estar entre alguns deputados republicanos, a apenas alguns dias da sua posse definitiva como presidente dos Estados Unidos.
A reeleição quase unânime de Paul Ryan como presidente da Câmara também pode indicar que a relação de Trump com o Congresso vai ser menos tranquila do se poderia imaginar. Apesar de ter contado com o apoio de Trump para sua reeleição, Ryan foi, até outubro, uma das vozes críticas a Trump dentro do partido. Além disso, antes da vitória de Trump, Ryan era percebido como um dos principais nomes republicanos para a disputa presidencial de 2020, e um possível aumento da popularidade de Trump dentro desse novo período poderia colocar em risco ou trazer um cenário incerto para o futuro da carreira política de Ryan.
Os democratas, por sua vez, tentam defender o legado de Obama, e prometem retardar o máximo possível as decisões sobre as nomeações de Trump, o que faria com que os republicanos perdessem um tempo precioso para colher os frutos da recente vitória eleitoral.
Entretanto, os democratas enfrentam seus próprios problemas. Como bem analisou o jornalista Conor Lynch, para muitos democratas, o fato de que a era Obama terminou com uma das maiores implosões de um partido na história dos Estados Unidos – e não a implosão do Partido Republicano, como a maioria tinha antecipado – continua sendo uma realidade difícil de aceitar.

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  1. Avatar
    José Eduardo de Camargo says:

    Está claro que esse governo Trump será uma trampa (com trocadilho, sim!). Vem pesada turbulência interna e externa pela frente. Mas só espero que ele nos faça o favor de não começar a III Guerra Mundial. É só o que podemos pedir, por ora. Oremos!

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