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Colômbia: enquanto o Congresso discute os Acordos de Paz, dezenas de ativistas são assassinados


 
 
Meu nome é Adriana, e faço parte do jornal Bairro Adentro, que é membro da Marcha Patriótica.
Como membro da Marcha Patriótica, estamos denunciando a perseguição e o assassinato de líderes sociais do país. Vemos com preocupação que em um contexto de paz exista um exercício sistemático de seleção e assassinato de líderes sociais e defensores de direitos humanos. No que se refere à Marcha Patriótica, são 128 líderes assassinados, e esses últimos treze acontecerem depois da implementação – da assinatura – dos Acordos em Havana. E para nós é preocupante porque vemos como se prolonga o exercício de aterrorizar as comunidades e de matar os líderes sociais, como estratégia para frear as mudanças que eles estavam levando a cabo e as transformações sociais que se buscava. Sabemos que esses assassinatos estão se dando pelas estruturas paramilitares – estruturas que nunca se desintegraram, como assegura o governo, e que, na verdade, se dividiram e que agora utilizam outros nomes. Essas estruturas paramilitares sempre têm sua origem – e tiveram seu beneplácito – na ultradireita colombiana, que sempre viu a violência como estratégia para manter seus privilégios. Daí que para nós é importante pensar que, em um contexto de paz, em um contexto de uma Colômbia que caminha para a paz, esse tipo de coisa não pode continuar acontecendo. Essas denúncias já foram feitas às instâncias necessárias, inclusive foi feita uma audiência pública na Câmara dos Representantes do Congresso da República, esperando que com isso o Governo nacional preste a atenção necessária a esta situação. Da mesma maneira, nós exigimos que o governo faça investigações próprias do que está acontecendo com o assassinato de nossos líderes, já que nas versões preliminares há uma tendência de apresentar esses casos como de assassinatos ou casos isolados, de violência comum ou de ajuste de contas, e nós sabemos que isso não acontece assim. Sabemos que isso é toda uma estratégia paramilitar para frear os avanços de paz. Assim que exigimos do governo uma verdadeira investigação, do mesmo modo que exigimos as garantias para todos os lideres sociais e para todos os cidadãos, uma vez que se inclinam unicamente a uma transformação e uma mudança verdadeira, porque a única coisa que buscamos é uma paz com justiça social.
 

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