jair bolsonaro – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Wed, 03 Jun 2020 18:00:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.4.1 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png jair bolsonaro – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br 32 32 O Bolsonaro dos americanos https://nocaute.blog.br/2020/06/03/o-bolsonaro-dos-americanos/ Wed, 03 Jun 2020 18:00:22 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=66651 Donald Trump, que tem uma eleição presidencial pela frente, perde popularidade, cai nas pesquisas, briga com governadores e prefeitos e faz jogadas midiáticas em plena pandemia e uma grande crise. Americanos e brasileiros estão convivendo com presidentes que até desconfiam de fraude nas urnas. Ouça o comentário de José Augusto Ribeiro.

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Donald Trump, que tem uma eleição presidencial pela frente, perde popularidade, cai nas pesquisas, briga com governadores e prefeitos e faz jogadas midiáticas em plena pandemia e uma grande crise. Americanos e brasileiros estão convivendo com presidentes que até desconfiam de fraude nas urnas. Ouça o comentário de José Augusto Ribeiro.

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Nunca foi tão importante a união de todo o campo democrático https://nocaute.blog.br/2020/05/26/nunca-foi-tao-importante-a-uniao-de-todo-o-campo-democratico/ Tue, 26 May 2020 14:46:43 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=66167 O deputado Alexandre Padilha alerta para a escalada autoritária de Bolsonaro e o descaso do governo com as vidas. Até agora não vimos nenhuma ação para enfrentar a maior tragédia humana que o Brasil vive, que é a pandemia de coronavírus. O golpe já foi dado, o que está em jogo agora é o quanto Bolsonaro conseguirá avançar em suas medidas autoritárias.

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O deputado Alexandre Padilha alerta para a escalada autoritária de Bolsonaro e o descaso do governo com as vidas. Até agora não vimos nenhuma ação para enfrentar a maior tragédia humana que o Brasil vive, que é a pandemia de coronavírus. O golpe já foi dado, o que está em jogo agora é o quanto Bolsonaro conseguirá avançar em suas medidas autoritárias.

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Fábio Tofic: “Vídeo não prova o que Moro prometeu, mas tem coisa pior: está repleto de crimes de responsabilidade.” https://nocaute.blog.br/2020/05/25/fabio-tofic-video-nao-prova-o-que-moro-prometeu-mas-tem-coisa-pior-esta-repleto-de-crimes-de-responsabilidade/ Mon, 25 May 2020 13:09:46 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=66092 A pedido do Nocaute o criminalista Fábio Tofic Simantob reviu o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Segundo ele, Moro não consegue provar a acusação que faz a Bolsonaro, mas isso se torna irrelevante diante da abundância de crimes de responsabilidade “que avultam” no decorrer do vídeo. Veja o vídeo e leia a transcrição.

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A pedido do Nocaute o criminalista Fábio Tofic Simantob reviu o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Segundo ele, Moro não consegue provar a acusação que faz a Bolsonaro, mas isso se torna irrelevante diante da abundância de crimes de responsabilidade “que avultam” no decorrer do vídeo. Veja o vídeo e leia a transcrição. 

“Esse vídeo que veio à tona na sexta-feira, de uma reunião ministerial do dia 22 de abril, ele suscita algumas dúvidas e algumas indagações. Tanto do ponto de vista político como do ponto de vista técnico-jurídico. É importante lembrar que ele foi solicitado, a vinda desse vídeo pros autos do inquérito policial foi determinada pelo ministro Celso de Mello. E foi determinada nos autos de um inquérito que apura crimes de várias naturezas, de prevaricação, obstrução de justiça, até corrupção, cuja prática foi aventada quando do discurso de despedida do ministro Moro, quando ele disse que o Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.

E basicamente o que esse inquérito quer saber é se de fato o presidente quis interferir na Polícia Federal, mas mais do que isso, saber os motivos pelos quais ele quis interferir na Polícia Federal.

E aí a gente precisa separar um pouco o terreno da convicção íntima nossa, de cidadão, nas opiniões e nos palpites, daquilo que é necessário pra condenar ou até processar criminalmente alguém na esfera penal.

É óbvio que do ponto de vista íntimo nosso, parece claro que o presidente quer controlar a Polícia Federal, seja para que ela corra atrás de culpados à escolha do presidente, no caso da facada que ele sofreu, seja pra frear investigações policiais, quando ele está do lado oposto. Quando ele ou os familiares dele estão na situação de investigados. 

Esse é o senso comum, que emana claro quando se verifica a postura do presidente, quando ele reclama que a família é perseguida, quando ele reclama que precisa proteger, enfim, isso parece claro.

Agora, isso não é suficiente, esse nosso senso comum, pra condenar alguém ou para afirmar que houve a prática de um crime comum. De prevaricação, de obstrução à justiça. 

E me parece que o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril não comprova que o presidente Bolsonaro quis interferir em investigações criminais conduzidas pela Polícia Federal. Isso não prova. Prova que ele queria interferir na Polícia Federal, mas interferir na Polícia Federal ele pode. Ele pode interferir, questionar a nomeação deste ou daquele, querer trocar, isso é papel do presidente da República, e nós não podemos subverter a lógica e a ordem jurídica pra satisfazer as nossas vontades ou as nossas simpatias ou antipatias com o presidente da República. 

Portanto, é importante verificar que o vídeo não traz a prova que o Moro prometia.

Vale lembrar aqui que o ministro Moro, como juiz, nunca foi alguém com um entendimento muito ortodoxo a respeito do que é uma prova, não é? Então nós precisamos olhar com redobrada cautela quando ele invoca ali haver uma prova triunfal, uma prova definitiva de que o presidente cometeu um crime. 

Agora, esses crimes – se ele quis interferir na Polícia Federal, se ele não quis – isso acaba tendo uma relevância menor perto dos crimes de responsabilidade cuja ocorrência avulta, e já não se pode fechar os olhos para a sua ocorrência. 

A falta de decoro, a ameaça às instituições, a ameaça a membros de outros poderes, o próprio comportamento omissivo do presidente da República numa reunião ministerial, num momento solene em que ele ouve de um ministro que ministros do Supremo são vagabundos e que deveriam ser presos – e não há nenhuma menção negativa, nenhuma censura.  Por parte de ninguém ali. E frise-se, nem do ministro Sérgio Moro, presente na reunião naquele momento. 

O ministro Moro, com a régua da Lava Jato, diria que todos ali estariam responsabilizados pela omissão.  Como diversas vezes ele defendeu em sentenças, de pessoas que não tomaram providências ao tomar conhecimento de crimes. E aquilo não foi veiculado jamais pelo ministro Moro. Nem no seu discurso de despedida, nem no seu depoimento na Polícia Federal.

Então são coisas graves, coisas que mostram que este governo tem um apreço muito pequeno pelas instituições democráticas. Em diversas passagens desse vídeo, o que o presidente diz são flertes com o autoritarismo, flertes do induzimento dos seus apoiadores à prática de crimes, quando ele fala em armar a população. 

São diversas questões que justificam, já de sobra, imputar-lhe um crime de responsabilidade. É claro que um crime de responsabilidade é um crime que é tratado num ambiente político. O crime de responsabilidade enseja no máximo um processo de impeachment. Ele se esgota num processo de impeachment. A menos que ele também configure outro crime, mas ele é essencialmente um crime político. E cabe, portanto, à Câmara dos Deputados abrir esse processo e o julgamento é feito no Senado Federal. Portanto, trata-se de um julgamento feito cem por cento dentro da seara política, ao contrário dos crimes que são investigados no inquérito policial. 

Os crimes comuns, os crimes de prevaricação, esses que são crimes que geram pena de prisão. Talvez não hoje, mas em algum momento. Crimes que independem de qualquer vontade política para que ele seja punido. Mas enquanto ele é presidente da República, a Constituição prevê uma trava: ele só pode responder no Supremo Tribunal Federal ou na Justiça Penal por esses crimes se a Câmara autorizar. Mas a Câmara autorizando, o mandato dele é suspenso enquanto corre o processo.

Ou seja, isso na prática resultaria no impedimento do presidente da República.

Então seja pelo crime comum, seja pelo crime de responsabilidade, parece que Bolsonaro caminha a passos largos no sentido de ser, em algum momento, responsabilizado por esses atos, por essas condutas, por gestos, por palavras, por um comportamento cada vez mais antirrepublicano demonstrado por ele e por toda a sua entourage.

Então isso pode resultar tanto num processo de impeachment como num processo criminal e isso vai depender aí do andar da carruagem nos próximos dias, semanas ou até meses. 

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Coimbra, do VoxPopuli, sobre o vídeo: “Moro perdeu, Bolsonaro vai desabar até os 20%, mas no fundo perdemos todos.” https://nocaute.blog.br/2020/05/25/coimbra-do-voxpopuli-sobre-o-video-moro-perdeu-bolsonaro-vai-desabar-ate-os-20-mas-no-fundo-perdemos-todos/ Mon, 25 May 2020 12:50:17 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=66088 Para o sociólogo e diretor do Instituto VoxPopuli, Marcos Coimbra, o vídeo da reunião ministerial vai acelerar a queda de popularidade de Bolsonaro, que pode chegar a modestos 20%, e enterra os sonhos de Moro como reserva ética e moral do país. Mas, para Coimbra, o vídeo mostra que quem perdeu mesmo foi o Brasil. Veja o vídeo, leia a transcrição.

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Para o sociólogo e diretor do Instituto VoxPopuli, Marcos Coimbra, o vídeo da reunião ministerial vai acelerar a queda de popularidade de Bolsonaro, que pode chegar a modestos 20%, e enterra os sonhos de Moro como reserva ética e moral do país. Mas, para Coimbra, o vídeo mostra que quem perdeu mesmo foi o Brasil. Veja o vídeo, leia a transcrição.

“Fernando me pediu uma opinião a respeito de quem ganhou e quem perdeu naquela famosa reunião do Bolsonaro com a tropa dele. A minha avaliação é que simplesmente todo mundo perdeu. Perderam eles, perdeu Moro, perdeu Bolsonaro, perderam os milicos que estavam lá, perderam os idiotas da turma do Bolsonaro e perdeu quem estava fora daquela sala, quem viu a gravação. Foi uma calamidade em todos os sentidos.

Por que que o Bolsonaro perdeu? Perdeu porque não entende o que está acontecendo com ele, com a imagem dele, com as perspectivas de apoio popular para o governo dele – portanto, com as possibilidades eleitorais dele em 2022.

Bolsonaro está em queda acentuada desde, pelo menos, março, quando a condução estapafúrdia da epidemia, seja no plano sanitário seja no plano econômico, fez com que ele perdesse aceleradamente apoio nas classes médias entre pessoas com um nível maior de informação. No final de março o Ipespe/XP fez uma pesquisa telefônica, como todas atualmente, que deu que ele tinha 36% de pessoas avaliando como ruim ou péssimo o governo. Dois meses depois, em 20 de maio, essa proporção tinha passado para 50%. E naquela mesma pesquisa de março, 30% achavam ótimo ou bom o governo dele. Essa proporção caiu para 25.

Em outras palavras, ele aumentou a reprovação em 14 pontos, diminuiu a aprovação em 5 e caiu a proporção de pessoas que avaliavam o governo como regular. Ou seja, ele tá com metade da proporção que avalia negativamente, apenas metade avalia positivamente. 

Essa queda é causada, como eu estava dizendo, pela condução da epidemia. E isso fica mais claro ainda quando eles perguntaram a respeito da maneira como Bolsonaro estava lidando com o coronavírus: 58% disseram que de maneira “ruim ou péssima” e 19% apenas que de uma maneira “ótima ou boa”. Então, lá em cima dava 50 a 25. Aqui já está dando 60 a 20. E essa proporção, tudo indica que é aonde vai chegar a avaliação do conjunto da obra do cara. Vai ficar nessa casa de 20%, tendendo pra menos de 20. 

E isso nós sabemos aonde vai dar: provoca grande reação no sistema político, o Centrão começa a achar que talvez não seja boa ideia, o mercado começa a duvidar da capacidade dessa turma de permanecer no poder… Ou seja, tudo se acelera no sentido negativo depois que você cai desse patamar de 20%, que logo vira 15 e sabe-se lá onde que para. 

Ele tem um piso, que é formado por esses idiotas que vão pra rua pedir pra ficar doentes, fazer palavra de ordem contra tudo e contra todos.

Bolsonaro há muito tempo não está mais na fase de manter o apoio que tem. Ele não tem mais aqueles 30% que achava que tinha. Ele está mais perto da metade desses 30% do que de preservar os 30. E isto obviamente justificaria uma estratégia completamente oposta dessa que ele tá adotando. Ele não precisa manter o que tem, ele precisa é conquistar o que não tem. E em algum sentido, reconquistar o que perdeu. E isso, a tal da reunião definitivamente, não faz. 

No máximo a reunião açula esse núcleo de idiotas que gosta de ouvir idiotices. Mas essa classe média mais educada, mais informada, que saiu da base do governo, que passou a achar que ele é ruim ou péssimo, essa turma definitivamente não volta: porque ele fala palavrão, porque ele é grosseiro, porque ele não mostra nenhuma capacidade de resolver os problemas do país. E ainda tá envolvido nesse mundo dele, da turma dele lá no Rio de Janeiro.

Moro perdeu ou ganhou? Claramente perdeu. Um cara que queria ser a expressão da moralidade, da ética, das boas práticas morais, o que que ele estava fazendo naquela reunião? Por que que ele não se levantou e saiu? E por que que ao sair ele não pediu a demissão? Pelo contrário, o que ele fez foi tentar ficar. Então como é que alguém que luta pra ficar naquele mundo pode achar que sai bem? Ele sai sujo, porque ele se sujou – se é que ele não foi sempre isso que ele mostrou ser durante esse período em que foi unha e carne com Bolsonaro. 

Então, perdeu Bolsonaro – porque não sabe o que fazer, porque não tá entendendo o que tá acontecendo com ele, porque acha que tem que ficar mantendo uma coisa que ele não tem mais. Ele teria é que fazer uma outra coisa, mas não sei se ele consegue, não sei se ele tem capacidade intelectual ou bom senso pra pensar uma estratégia mais adequada a ele mesmo. 

Perdeu o Moro porque mostrou ser o que no fundo sempre foi: um oportunista, um picareta que usou da sua força no sistema judiciário, apoiado por uma parte grande da grande imprensa brasileira e se tornou esse personagem melancólico, que sai com o rabo entre as pernas depois de ficar participando de uma reunião como aquela. 

Perdeu todo mundo. Esses milicos que estão achando que estão prontos pra governar o Brasil, eles são uns incompetentes de marca maior. Tem um tal de Braga Neto que posa de figura competente, a pessoa vê o que o cara fala, e você vê que é um completo analfabeto em questões do que seria necessário pra este momento. 

Tem esse general velho que fica falando mal da democracia, só ameaça todo mundo. Enfim, essa geração de milicos, sinceramente, é das piores, das que mais atrapalham a tentativa de recuperar a imagem especialmente do Exército depois de vinte anos de ditadura. 

E aquela fauna de idiotas do Bolsonaro perdeu porque não tem o que ganhar, é tudo um bando de completos desqualificados. 

E é claro que perdemos todos, porque você ter um país que é governado por gente como aquela é profundamente chocante. E chocante ver que nós estamos no meio de uma crise sanitária, humana, gravíssima. Da qual nós não vamos sair tão cedo. Com essa maneira completamente despropositada de condução da epidemia que está sendo feita no Brasil. 

Nós já somos o segundo país com o maior número de casos, vamos ser em breve o primeiro em número de mortos e nós não vamos sair tão cedo dessa situação, de uma epidemia que não acaba. Porque não funciona assim. 

E as consequências disso na economia nós estamos vendo. Esse bestalhão desse Paulo Guedes achando que uma receita velha, superada, anacrônica, que, sei lá, deu certo no Chile no auge de uma ditadura, de um golpe militar cruel como foi aquele lá do Pinochet, que foi o único lugar do mundo que aquele tipo de proposta funcionou. Lá parou, não funcionou em lugar nenhum do mundo, e neste mundo pós pandemia, menos ainda. Então, esquece.  Nós não vamos sair tão cedo da crise sanitária e não vamos sair tão cedo da crise econômica.

E é por essas e por outras que perdemos todos ao ver que é assim que nós somos governados.”

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Depois da nota do General Heleno, Bolsonaro diz que não entrega celular para perícia https://nocaute.blog.br/2020/05/22/bolsonaro-diz-que-nao-entrega-celular-para-pericia/ Fri, 22 May 2020 21:36:25 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=66067 No meio da tarde desta sexta-feira (22), o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, divulgou uma nota classificando a possibilidade de apreensão do celular do presidente da República como uma "evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes".

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No meio da tarde desta sexta-feira (22), o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, divulgou uma nota classificando a possibilidade de apreensão do celular do presidente da República como uma “evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes”.

Heleno ameaça que qualquer iniciativa nesse sentido poderá ter “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”. Repercussões vieram de todos os lados.

O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz afirmou que o general Heleno deveria “sair de 1964”, enquanto o governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que a mensagem pode levá-lo a ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional.

Poucas horas depois, o presidente Bolsonaro decidiu que não entregará seu telefone celular à Justiça nem mesmo diante da determinação da Corte.

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Irresponsável, presidente da República libera no SUS o uso de cloroquina no tratamento do coronavírus https://nocaute.blog.br/2020/05/20/irresponsavel-presidente-da-republica-libera-no-sus-o-uso-de-cloroquina-no-tratamento-do-coronavirus/ Wed, 20 May 2020 13:20:18 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65873 Depois de derrubar dois ministros da Saúde em menos de um mês, o presidente Jair Bolsonaro liberou na manhã desta quarta-feira (20), no SUS, o uso da cloroquina até mesmo para casos leves de coronavírus.

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Depois de derrubar dois ministros da Saúde em menos de um mês, o presidente Jair Bolsonaro liberou na manhã desta quarta-feira (20), no SUS, o uso da cloroquina até mesmo para casos leves de coronavírus.

Sem nenhum embasamento científico, o presidente bateu pé na questão da cloroquina, que provocou atrito com Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que deixaram o ministério da Saúde em plena pandemia.

A mudança no protocolo publicada no Diário Oficial da União era um desejo de Bolsonaro que, ontem à noite, fez piada, no dia em que o Brasil ultrapassou a marca de mais de mil mortos pelo CVovid-19 em 24 horas: “Toma quem quiser. Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda toma Tubaína”.

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Quem será o ministro da Saúde? STF vai liberar o vídeo? PF investigará as denúncias de Marinho? As perguntas da segunda-feira https://nocaute.blog.br/2020/05/18/as-perguntas-da-segunda-feira/ Mon, 18 May 2020 13:51:12 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65731 A segunda-feira (18) começou com três grandes interrogações: O Brasil, que passou o fim de semana sem ministro da Saúde, espera para hoje o anúncio de um nome para ocupar o cargo. Um nome que certamente será a favor do uso da cloroquina como remédio para o coronavírus e da flexibilização total, bandeiras do presidente da República.

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A segunda-feira (18) começou com três grandes interrogações: O Brasil, que passou o fim de semana sem ministro da Saúde, espera para hoje o anúncio de um nome para ocupar o cargo. Um nome que certamente será a favor do uso da cloroquina como remédio para o coronavírus e da flexibilização total, bandeiras do presidente da República.

A segunda questão do dia é sobre o veredito do ministro do STF, Celso de Mello: divulga ou não do vídeo da reunião ministerial em que Jair Bolsonaro teria deixado claro que queria sim obter informações e interferir nas investigações da Policia Federal, segundo denúncia do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro?

A terceira pergunta é sobre a PF que já informou que quer ouvir o empresário Paulo Marinho sobre a operação Furna da Onça. O empresário revelou à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que em dezembro de 2018 avisaram ao filho do presidente, Flavio Bolsonaro, que a Polícia chegaria ao seu assessor, Fabrício Queiroz. O pai Jair sugeriu a demissão de Queiroz, o que foi feito. Flávio, como era esperado, desmentiu as denúncias de Marinho.

Veja a íntegra das denúncias do empresário:

PF antecipou a Flávio Bolsonaro que Queiroz seria alvo de operação, diz suplente do senador

Empresário afirma que revelação foi feita a ele em 2018 pelo filho do presidente, que demitiu assessor para tentar prevenir desgaste

Mônica Bergamo

Como está a sua candidatura a prefeito do Rio? Ser candidato nunca esteve nos meus planos. Quando assumi a presidência do PSDB no Rio, há um ano, fui orientado pelo [governador de SP, João] Doria a trazer jovens e mulheres para o partido, que é inexpressivo no estado a ponto de não ter conseguido eleger um único deputado federal em 2018.

Fui buscar a Mariana Ribas, ex-ministra interina da Cultura no governo do Michel Temer, ex-secretária de Cultura do Rio. Ela tem 34 anos de idade, é jovem, bonita, se encaixava no perfil que o governador [Doria] indicava. Ela topou. Mas, por motivos pessoais, desistiu.

O nome que aparecia naturalmente para substituí-la era o do Gustavo Bebianno, ex-ministro de [Jair] Bolsonaro, meu amigo fraterno e pessoa de absoluta confiança.

Bebianno começou a trabalhar como pré-candidato. Uma semana depois da indicação, teve um infarto fulminante e morreu, aos 54 anos. Para mim, foi uma tragédia pessoal. Perdi um irmão. Para o partido, foi irreparável.

Dias depois, o Doria me convidou para ser candidato. Aceitei o desafio.

Vou trabalhar para encontrar um campo político de aliados que deem ao eleitor uma opção que não seja a de votar no menos pior. Os eleitores do Rio têm se acostumado a isso. E é isso o que eu quero combater.

Quem ganhar a eleição no fim do ano pegará uma cidade arrasada, pela crise econômica e pela pandemia. O que poderia ser feito? O Rio já enfrentava um quadro de dificuldades imensas, que a pandemia agravou. Já havia aumento de trabalhos informais, desemprego, falta de projeto político e econômico. A cidade está à beira do abismo.

Quem disser que pode planejar algo para 2021 cometerá uma leviandade com o eleitor.

A prefeitura tem duas receitas sólidas: o ISS, ligado à atividade econômica, que parou, e o IPTU. Haverá uma inadimplência enorme em janeiro [mês de cobrança do tributo]. Que governo terá coragem de executar a dívida e tomar o imóvel de uma pessoa que não pagou IPTU em uma situação de pandemia? Essa inadimplência terá que ser tolerada.

O momento não é para ginasiano. É para pessoas que tenham experiência empresarial, como eu tenho, no mercado financeiro, de comunicação. Eu trabalho desde os 14 anos. Tenho contatos com todo o mundo e capacidade de articular todas as pessoas de bem para se juntarem em torno de um projeto de salvação da cidade.

O PSDB do Rio vai ser uma plataforma para a candidatura presidencial de Doria em 2022. Ela é viável? O governo Bolsonaro está com os dias contados? A minha motivação ao aceitar assumir a presidência do PSDB no Rio foi a minha convicção de que o Brasil precisa eleger um próximo presidente com as qualidades do Doria.

E o governo Bolsonaro? Eu não sei fazer essa futurologia em relação ao governo Bolsonaro. Mas estamos praticamente no meio do mandato e até aqui não aconteceu absolutamente nada. Foram dois anos perdidos. Toda sorte que ele teve na campanha eleitoral, foi o contrário no governo. Um governante pegar uma pandemia no meio de um mandato, que vai retrair a economia em 6%, 8%, é inimaginável.

O capitão não tem capacidade pessoal de gerir um país em condições normais. E muito menos no meio de uma loucura como essa que nós estamos vivendo. Então, são duas as alternativas: ou vamos viver crise atrás de crise ou alguma coisa vai acontecer contra ele, [consequência] de algum crime de responsabilidade que possa praticar ao longo desta crise. E o resto vai ser essa loucura.

E na campanha já não dava para perceber isso? A primeira coisa que percebi é que não se tratava de um mito. Outras pessoas do núcleo duro achavam isso. O Gustavo [Bebianno] mesmo tinha pelo capitão uma admiração. Achava que ele era um estadista, um líder, o homem que iria colocar o Brasil em outro patamar.

Eu olhava o capitão, com aquele jeito tosco dele, e algumas coisas me chamavam a atenção. Por exemplo: ele era incapaz de agradecer às pessoas. Chegava uma empregada minha, servia a ele um café, um assistente entregava um papel, e ele nunca dizia um obrigado. Eu nunca ouvi, durante o ano e meio em que convivi, ele expressar a palavra obrigado a alguém.

Um gesto mínimo. Pode não parecer nada, mas demonstra uma faceta da personalidade dele. Será que é uma pessoa apenas de maus hábitos, que não tem educação?

As piadas eram sempre homofóbicas. Os asseclas riam, mas elas não tinham nenhuma graça. E, no final, ele realmente despreza o ser feminino. Tratava as mulheres como um ser inferior.

Não tinha uma mulher na campanha dele. Nunca houve. A única, a distância, foi a Joice [Hasselmann, deputada federal], que ficava em São Paulo. Não tinha mulher na campanha dele, só homem.

Ele gostava mesmo era de conversar com os seguranças dele. Policiais militares, batedores. Ele se sentia em casa, ficava horas conversando, contando piada.

Gustavo Bebianno era visto como uma espécie de homem-bomba que morreu guardando muitos segredos. Ele tinha de fato um dossiê sobre Bolsonaro? O Gustavo tinha um telefone celular por meio do qual interagiu durante toda a campanha [presidencial de 2018] e a transição de governo com o capitão. Eles se falavam muito por WhatsApp. O capitão adorava mandar mensagens gravadas para ele.

O Gustavo tinha esse conteúdo imenso [de mensagens], na mais alta intimidade que você pode imaginar. Eram conversas íntimas que provavelmente deviam ter revelações interessantes.

Um dia, num ato de raiva pela demissão injusta que sofreu, tratado como se tivesse sido um traidor quando foi o que mais fez pelo capitão, ele deletou grande parte desse conteúdo. E deixou esse telefone com uma pessoa nos Estados Unidos.

Depois parece que ele resgatou de novo o conteúdo. Ele ficou muito marcado pela demissão, com muito desgosto, melancolia. Ele morreu de decepção, de tristeza mesmo. Mas ele não era homem-bomba. Não tinha nada que pudesse tirar o capitão do governo por algo do passado.

Onde está o telefone? Eu não sei onde está, para te dizer a verdade. Está com alguém. Eu não sei com quem.

O senhor já disse que ele tinha preocupação com os rumos do governo Bolsonaro. Imensa. Ele dizia: ‘O capitão vai se enfraquecer de tal maneira que só vai ter a saída do golpe para se manter no poder. E ele é louco para fazer o golpe’. Ele tinha certeza que isso ia acontecer.

Por que o senhor acha que há tanto interesse de Bolsonaro na Superintendência da Policia Federal do Rio de Janeiro? Eu não sei responder exatamente. Mas eu me recordo de um episódio que aconteceu antes de ele [Bolsonaro] assumir o governo que talvez ilustre um pouco melhor essa questão.

Eu vou te contar uma história que nunca revelei antes porque não tinha razão para falar disso. Eu tenho até datas anotadas e vou ser bem preciso no relato que vou fazer, porque talvez ele explique a sua pergunta.

Quando terminou o segundo turno da eleição [em 28 de outubro], o capitão Bolsonaro fez a primeira reunião de seu futuro ministério em minha casa [no Rio]. Estavam o vice-presidente Hamilton Mourão, o Onyx Lorenzoni [futuro ministro da Casa Civil], o Paulo Guedes [Economia], o Bebianno e o coronel [Miguel Angelo] Braga [Grillo], para discutir o desenho dos ministérios do futuro governo. Ela começou às 9h e terminou às 17h. Foi o último dia que vi o capitão Bolsonaro.

Nunca mais estive com ele.

No dia 12 de dezembro, uma quarta-feira, me liga o senador Flávio Bolsonaro [filho do presidente] me dizendo que queria falar comigo, por sugestão do pai.

Operação Furna da Onça [que investigava desvio de recursos públicos da Assembleia Legislativa do Rio] já tinha sido detonada e trazido à tona o episódio do [Fabrício] Queiroz [que tinha trabalhado no gabinete de Flávio na Assembleia e é acusado de integrar o esquema].

Flávio estava sendo bombardeado pela mídia. O Queiroz estava sumido.

Ele me disse: ‘Gostaria que você me indicasse um advogado criminalista’. E combinamos de ele vir à minha casa às 8h do dia seguinte, uma quinta-feira, 13 de dezembro.

Passei a mão no telefone e liguei para o advogado Antônio Pitombo, de São Paulo, indicado por mim para defender o capitão no processo da [deputada] Maria do Rosário no STF [Supremo Tribunal Federal].

E ele me indicou um advogado de confiança, Christiano Fragoso, aqui do Rio.

No dia seguinte, quinta-feira, 13, às 8h30, chegam na minha casa Flávio Bolsonaro e o advogado Victor Alves, que trabalha até hoje no gabinete do Flávio, é advogado de confiança dele. Estávamos eu, Christiano Fragoso, Victor e Flávio Bolsonaro. Flávio começa a nos relatar o episódio Queiroz. Ele estava absolutamente transtornado.

E esse advogado, Victor, dizendo ao advogado Christiano que tinha conversado com o Queiroz na véspera e que o Queiroz tinha dado a ele acesso às contas bancárias para ele checar as acusações que pesavam contra o Queiroz.

E o que ele disse que as contas mostravam? O Victor estava absolutamente impressionado com a loucura do Queiroz, que tinha feito uma movimentação bancária de valores absolutamente incompatíveis com tudo o que ele poderia imaginar.

Já o Flávio estava ali lamentando a quebra de confiança do Queiroz em relação a ele. Dizia que tudo aquilo tinha sido uma grande traição, que se sentia muito decepcionado e preocupado com o que esse episódio poderia causar ao governo do pai.

Ele chegou até a ficar emocionado, a lacrimejar.

E Flávio então nos conta a seguinte história: uma semana depois do primeiro turno, o ex-coronel [Miguel] Braga, atual chefe de gabinete dele no Senado, tinha recebido o telefonema de um delegado da Polícia Federal do Rio de Janeiro, dizendo que tinha um assunto do interesse dele, Flávio, e que ele gostaria de falar com o senador.

O Braga disse: ‘Ele está muito ocupado e não costuma atender quem não conhece’.

Estou te contando a narrativa do Flávio e do advogado Victor para nós, Paulo Marinho e Christiano, do outro lado da mesa. O senador contou que disse ao coronel Braga que se encontrasse com essa pessoa [o delegado] para saber do que se tratava. Estava curioso.

E aí marcaram um encontro com esse delegado na porta da Superintendência da Polícia Federal, na praça Mauá, no Rio de Janeiro.

E quem teria ido a esse encontro? O coronel Braga, o advogado Victor e, sempre segundo o que eles me contaram, a Val [Meliga], da confiança do Flávio e irmã de dois milicianos que foram presos [na Operação Quatro Elementos].

Eles foram para a porta da Polícia Federal. O delegado tinha dito [ao coronel Braga]: ‘Você vai ver. Quando chegarem, me liga que eu vou sair de dentro do prédio da Polícia Federal’.

O delegado saiu de dentro da superintendência. Na calçada —eu estou contando o que eles me relataram—, o delegado falou: ‘Vai ser deflagrada a Operação Furna da Onça, que vai atingir em cheio a Assembleia Legislativa do Rio. E essa operação vai alcançar algumas pessoas do gabinete do Flávio [o filho do presidente era deputado estadual na época]. Uma delas é o Queiroz e a outra é a filha do Queiroz [Nathalia], que trabalha no gabinete do Jair Bolsonaro [que ainda era deputado federal] em Brasília’.

O delegado então disse, segundo eles: ‘Eu sugiro que vocês tomem providências. Eu sou eleitor, adepto, simpatizante da campanha [de Jair Bolsonaro], e nós vamos segurar essa operação para não detoná-la agora, durante o segundo turno, porque isso pode atrapalhar o resultado da eleição [presidencial]’.
Foram embora, agradeceram. Estou contando o que [Flávio Bolsonaro] me falou.

E o que aconteceu depois? Ele [Flávio] comunicou ao pai [Jair Bolsonaro] o episódio e o pai pediu que demitisse o Queiroz naquele mesmo dia e a filha do Queiroz também. E assim foi feito.

[Fabrício Queiroz foi exonerado no dia 15 de outubro de 2018 do cargo de assessor parlamentar 3 que exercia no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa. A filha dele, Nathalia Melo de Queiroz, foi exonerada no mesmo dia 15 do cargo em comissão de secretário parlamentar no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro].

Vida que segue. O capitão ganha a eleição [no dia 28 de outubro]. Maravilhoso. No dia 8 de novembro é detonada a Operação Furna da Onça, com toda a pompa e circunstância. Começa o episódio Queiroz.

Flávio contou essa história no dia 13 de dezembro de 2018. Como o senhor e o advogado Christiano Fragoso reagiram? Eu falei [para Flávio]: ‘Está aqui o advogado Christiano Fragoso, recomendado pelo Pitombo, que vai te orientar. Até porque você está com a sua consciência tranquila e não tem o que temer. O que houve foi quebra de confiança do Queiroz em relação a você’.

O Christiano virou-se para o Flávio e disse: ‘Quem precisa de um advogado é o Queiroz’.

E Flávio tinha contato com o Queiroz? O Flávio disse: ‘Eu não estou mais falando com o Queiroz. Não o atendo mais até para que amanhã ninguém me acuse de que estou orientando o Queiroz nos depoimentos. Quem está falando com o Queiroz é o Victor [advogado amigo da família e que estava na reunião com Paulo Marinho]’. [Na época, a família Bolsonaro dizia não ter contato com Queiroz.]

O Christiano disse: ‘Precisamos arrumar um advogado que sirva ao Queiroz. Não posso ser esse advogado. Até porque sou de uma banca, nós somos top, o Queiroz não teria condições [de contratá-lo], né?’. E ele indicou o advogado Ralph Hage Vianna, que até então eu não conhecia, para representar o Queiroz.

Na mesma quinta-feira, o Queiroz vai ao encontro desse advogado indicado pelo Christiano. E vai acompanhado pelo Victor [o advogado do gabinete de Flávio]. E eu viajei para São Paulo.

O presidente foi informado dessa reunião? Quando ela terminou, eu liguei para o Gustavo Bebianno e relatei tudo o que ouvi. Ele estava em Brasília, no escritório da transição de governo. Eu disse que era melhor ele contar tudo o que estava acontecendo para o presidente. E assim foi feito.

E o que aconteceu depois? Eu vou para São Paulo. Como o Antônio Pitombo estava em SP, eu disse: ‘Pitombo, é importante a gente ter uma outra reunião para tratar desse assunto, entender o que está acontecendo e não deixar o negócio desandar’.

Chamei para São Paulo o Victor, advogado do Flávio, que estava tendo contato com o Queiroz, o Ralph Hage Vianna, que se reuniu com o Queiroz, e o Gustavo Bebianno.

Eu estava hospedado no hotel Emiliano e reservei uma sala de reunião. Às 14h30 do dia 14, uma sexta-feira, estavam lá o Victor, o Ralph, o Pitombo, eu e o Gustavo Bebianno.

Os advogados conversaram o tempo todo sobre como foi a conversa do advogado Ralph com o Queiroz, as estratégias, as preocupações.

Na terça-feira seguinte, 18, ocorreu a cerimônia da nossa diplomação —Flávio como senador, e eu suplente dele. Sentamos lado a lado. E ele me disse que precisava conversar.

Eu ia almoçar no restaurante Esplanada Grill, em Ipanema. Combinamos de ele passar lá. Às 13h30, ele apareceu no restaurante e disse: ‘Paulo, eu conversei com o meu pai e ele decidiu que nós vamos montar um outro esquema jurídico, que será comandado por um outro advogado”.

Eu respondi: ‘Flávio, não tem problema, eu desarticulo tudo o que estava articulado. Desejo boa sorte. Se precisar de mim, estou à disposição, como sempre estive’. Um abraço e vida que segue.

Desde então, só fui rever o Flávio no dia em que depus na CPMI das Fake News [em dezembro]. Fui ao plenário do Senado e ele estava lá. Eu o cumprimentei cordialmente, e ele a mim. Nunca mais estive com ele. E isso é tudo.

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Denúncias de Marinho podem se converter em fio desencapado para a família de Jair Bolsonaro https://nocaute.blog.br/2020/05/18/denuncias-de-marinho-podem-se-converter-em-fio-desencapado-para-a-familia-de-jair-bolsonaro/ Mon, 18 May 2020 12:56:35 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65723 Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo deste domingo, o empresário carioca Paulo Marinho, um dos pilares da campanha presidencial de Bolsonaro, pode atear fogo ao barril de pólvora que cerca o Genocida e seu filho, o senador Flávio “Zero1”. Hoje no PSDB, Marinho é candidato a prefeito do Rio.

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Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo deste domingo, o empresário carioca Paulo Marinho, um dos pilares da campanha presidencial de Bolsonaro, pode atear fogo ao barril de pólvora que cerca o Genocida e seu filho, o senador Flávio “Zero1”. Hoje no PSDB, Marinho é candidato a prefeito do Rio. 

Manchete de primeira página da Folha deste domingo, a nova denúncia contra Bolsonaro, feita pelo empresário Paulo Marinho, bolsonarista de primeira hora, pode se converter, finalmente, em uma encrenca de bom tamanho para o presidente da República. Nada a ver com as “denúncias” de Sérgio Moro, que não conseguiu mostrar com clareza onde o Genocida teria praticado crimes que justiquem seu afastamento. A partir da entrevista de hoje (para ler clique em  https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/pf-antecipou-a-flavio-bolsonaro-que-queiroz-seria-alvo-de-operacao-diz-suplente-do-senador.shtml), a sociedade e as forças democráticas parecem ter, pela primeira vez, aquilo que os políticos chamam de “fato novo”. Em resumo, segundo o empresário, os escândalos do clã Bolsonaro vão muito além do que se tinha até agora: um delegado da Polícia Federal vazou informações sigilosas sobre uma investigação, atuou para adiar operações policiais e ainda aconselhou um investigado (o senador Flávio Bolsonaro, o Zero1) a demitir pessoas envolvidas para obstruir a investigação.

É bom lembrar que a investigação contra Flávio Bolsonaro não era da Federal, mas da Polícia Civil do Rio, juntamente com o Ministério Público-RJ,  já que se trata de suspeita de desvio de valores salariais pagos a funcionários que teriam sido contratado como fantasmas na Assembleia Legislativa. Mas foi originada em investigações da PF sobre desvios de recursos federais naquele Estado. A matéria fala de um “delegado bolsonarista” que atuou para postergar as ações na Polícia Civil, provavelmente com apoio de outros bolsonaristas. 

Há trechos da entrevista que parecem plantados para desinformar e não devem ser levados a sério. Engolir, por exemplo, que um delegado da PF, com o status e a responsabilidade que tem, iria marcar um encontro secreto em frente à sede da Superintendência da Federal no Rio, descer à rua, contar sobre uma investigação em curso e aconselhar os investigados sobre como se protegerem, é acreditar em Papai Noel. O mais provável é que alguém da equipe que fazia a segurança na campanha tenha recebido a informação e repassado a Bolsonaro e a seu filho, além de atuar para atrasar os trabalhos. Mas um fato é cristalino: crimes foram praticados ali.

Sobre o entrevistado de Mônica Bergamo, é bom lembrar que Paulo Marinho é suplente de Flávio Bolsonaro e seria o grande beneficiado com a cassação do titular. Certamente terá sido alguma causa “republicana” que o levou a romper com Bolsonaro. Na entrevista, o denunciante diz que viu o presidente pela última vez, em sua casa, logo após o segundo turno da eleição, que ocorreu em 28 de outubro de 2018. Em matéria do UOL, publicada no dia 12/jan/2020, ele conta que sequer foi convidado para a posse de Bolsonaro. “Movido por essa síndrome de conspiração, ele acredita que todos são traidores. Não cultiva nenhum sentimento de gratidão”, disse Marinho à reportagem. 

Com a saída de Gustavo Bebiano do governo, ele e Paulo Marinho foram para o PSDB, pelas mãos de João Dória. Houve uma desistência, Bebiano morreu e Marinho virou presidente do PSDB e pré-candidato a prefeito do Rio. O interesse eleitoral e o estímulo de Dória devem levá-lo a sustentar as informações e talvez até a colaborar com as investigações do inquérito contra Flávio, no Rio, ou mesmo no inquérito que corre no STF, esse contra Bolsonaro. Ou até mesmo a uma eventual CPI para investigar as denúncias, que já está sendo requerida no Congresso.

O foco é o inquérito no Rio, pois é duvidoso que esses assuntos possam ser objeto da investigação que está andando sob supervisão do ministro Celso de Mello, no Supremo. A Constituição diz que o presidente da República não pode ser processado por eventuais crimes praticados antes do mandato. Mas contra Michel Temer essa regra foi contornada: o ministro Fachin decidiu que, mesmo não podendo ser processado, o presidente podia ser investigado. E mandou tocar inquérito contra Temer. Decisão inédita, mas isso costuma virar o que os nativos chamam de “novo normal” – até porque era contra Temer, cujos adversários ficaram quietos ou festejaram. Acabei de ver o tuíte de um procurador da República afirmando que todas as pessoas mencionadas na matéria da Folha passam a ser testemunhas de interesse para o inquérito que tramita no STF.

Politicamente, parece bem plausível que a entrevista tenha sido articulada por setores próximos a João Dória. Ele tem posado abertamente de presidenciável, mas não tem chances se Bolsonaro continuar no páreo. Portanto, agir para explorar os crimes e lambanças do capitão que justifiquem um impeachment faz todo sentido. O certo é que a entrevista de Paulo Marinho complica muito a situação de Bolsonaro no que se refere à interferência na PF e o deixa mais vulnerável a um processo partindo do Supremo, com pedido de licença para que seja processado (quando teria que ser afastado). Também pode levar à cassação de Flávio Bolsonaro. Não pelo Senado, onde isso é quase impossível, mas por ação no Supremo. Dependendo do andar da carruagem, podemos tem um outono quente.

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Cloroquina e flexibilização derrubam o ministro da Saúde https://nocaute.blog.br/2020/05/15/cloroquina-e-flexibilizacao-derrubam-o-ministro-da-saude/ Fri, 15 May 2020 15:24:52 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65672 Vinte e oito dias depois de tomar posse, Nelson Teich pediu demissão do cargo de ministro da Saúde na manhã desta sexta-feira (15). O anúncio foi feito logo após uma reunião - que não estava na agenda - com o presidente Jair Bolsonaro. A fritura de Teich começou há três dias, conforme informou o Nocaute.

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Vinte e oito dias depois de tomar posse, Nelson Teich pediu demissão do cargo de ministro da Saúde na manhã desta sexta-feira (15). O anúncio foi feito logo após uma reunião – que não estava na agenda – com o presidente Jair Bolsonaro. A fritura de Teich começou há três dias, conforme informou o Nocaute.

Bolsonaro, na porta do Alvorada disse, no início da semana, que ministro tem de estar afinado com ele, numa alusão direta a Nelson Taich, que não se conforma com a liberação da cloroquina como remédio para o coronavírus e também com a flexibilização total conforme quer o presidente da República.

Na quinta-feira (24), Bolsonaro disse numa videoconferência a empresários: “por mim, nunca teria fechado nada”. O nome do substituto de Teich ainda não foi anunciado.

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Eufórico, Bolsonaro brinca em videoconferência, insiste na cloroquina e diz que voltou a namorar Rodrigo Maia https://nocaute.blog.br/2020/05/14/euforico-bolsonaro-brinca-em-videoconferencia-insiste-na-cloroquina-e-diz-que-voltou-a-namorar-rodrigo-maia/ Thu, 14 May 2020 22:26:45 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65620 Quem vê assim o presidente da República tão eufórico, nem parece que o Brasil já tem mais de 13 mil mortos pelo coronavírus. Bolsonaro passou um dia agitado. De manhã, em uma videoconferência com empresários, caiu na gargalhada quando o ministro da Economia, Paulo Guedes brincou que um dos participantes parecia estar pelado, depois de um banho de água fria.

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Quem vê assim o presidente da República tão eufórico, nem parece que o Brasil já tem mais de 13 mil mortos pelo coronavírus. Bolsonaro passou um dia agitado. De manhã, em uma videoconferência com empresários, caiu na gargalhada quando o ministro da Economia, Paulo Guedes brincou que um dos participantes parecia estar pelado, depois de um banho de água fria.

Bolsonaro entrou na brincadeira, com a sua falta de graça costumeira. Na videoconferência, incentivou os empresários a pressionar duro contra os governadores que insistem em não flexibilizar.

Segundo Bolsonaro, eles estão desobedecendo uma ordem do presidente. Bolsonaro deixou claro também que vai enquadrar o ministro da Saúde, Nelson Teich, na questão da cloroquina.

O presidente disse que não tem nada contra Teich, mas ele precisa se alinhar ao seu pensamento e defender o uso da cloroquina no tratamento do coronavírus. Segundo ele, “vários médicos do Brasil e do exterior” são favoráveis.

No final da tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi ao encontro do presidente da República no Palácio do Planalto. Ao se encontrarem no corredor que dá acesso ao gabinete presidencial, Bolsonaro (sem máscara) se arvorou em cumprimentar Maia (com máscara), estendendo a mão, mas recebeu o cotovelo em troca.

Foto: Isac Nóbrega/PR – Fotos Públicas.

Mesmo assim, Bolsonaro fez questão de dar um abraço efusivo no presidente da Câmara. Depois do encontro, brincou novamente: “Voltamos a namorar”. Assim foi o dia do presidente.

Eufórico, Bolsonaro brinca em videoconferência, insiste na cloroquina e diz que voltou a namorar Rodrigo Maia
Foto: Isac Nóbrega/PR – Fotos Públicas.

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