América⠀Latina – Nocaute https://nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Mon, 18 Jan 2021 22:54:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.2 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png América⠀Latina – Nocaute https://nocaute.blog.br 32 32 Debate latino-americano pelo 26 de Julho, data nacional cubana. https://nocaute.blog.br/2020/07/26/as-19-horas-debate-latino-americano-pelo-26-de-julho-data-nacional-cubana/ Sun, 26 Jul 2020 16:12:19 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=69413 Hoje, 26 de julho, 67º aniversário do ataque ao Quartel Moncada, o Movimento Continental de Solidariedade a Cuba, em plena campanha pela outorga do Premio Nobel da Paz à Brigada Médica Cubana Henry Reeve, realizará um debate sobre o tema e sobre os cinco anos de restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e EUA.

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Hoje, 26 de julho, 67º aniversário do ataque ao Quartel Moncada, o Movimento Continental de Solidariedade a Cuba, em plena campanha pela outorga do Premio Nobel da Paz à Brigada Médica Cubana Henry Reeve, realizará um debate sobre o tema e sobre os cinco anos de restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e EUA.

Participarão nomes do Brasil, Venezuela, Chile, México e, representando a Argentina, o Premio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel. Às 19hs (hora de Brasília e de Buenos Aires), 17 hs (México) e 18 hs (Cuba).

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Cuba comemora ausência de transmissão local de Covid-19 pela primeira vez em quatro meses https://nocaute.blog.br/2020/07/20/cuba-comemora-ausencia-de-transmissao-local-de-covid-19-pela-primeira-vez-em-quatro-meses/ Mon, 20 Jul 2020 13:15:12 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=69069 Boletim da evolução da pandemia de Coronavírus no Brasil e nos 25 países mais afetados. Atualizado todos os dias às 20hs, junto com os dados do dia anterior, para efeito comparativo.

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Boletim da evolução da pandemia de Coronavírus no Brasil e nos 25 países mais afetados. Atualizado todos os dias às 20hs, junto com os dados do dia anterior, para efeito comparativo.

Covid-19 no Brasil e no mundo – 19 Julho 2020

Cuba comemora ausência de transmissão local de Covid-19 pela primeira vez em quatro meses. Francisco Durán, chefe de epidemiologia do Ministério da Saúde Pública de Cuba, anunciou neste domingo que a maior parte do país passou para a fase final de controle da pandemia – com a retomada de atividades, com uso de máscaras e distanciamento social, pois nenhum novo caso foi reportado nas últimas 48 horas. Apenas alguns casos de Covid-19 foram relatados em Cuba na última semana, todos em Havana.

A maior parte da Ilha de 11,2 milhões de habitantes está livre da doença há mais de um mês. Os 2,2 milhões de moradores da capital permanecem na primeira fase de três estágios de reabertura: podem usar transporte público e privado, ir à praia e outros centros de recreação e realizar viagens à beira-mar.

Fortemente dependente da indústria turística internacional, Cuba abriu um grupo de resorts para turismo externo – mantendo neles, no entanto, o distanciamento social e o uso obrigatório de máscaras.

O robusto sistema de saúde cubano, integralmente gratuito, permitiu ao país atravessar a pandemia com segurança e manter o número de infecções abaixo de 2.500 contaminados e 87 mortes no total, uma das mais baixas taxas de mortes por milhão. O país recebeu altas notas da OMS e da comunidade científica internacional pela forma como informou e conduziu a luta contra a pandemia.

Visão diária dos principais indicadores da pandemia pelo mundo

Os três países com as maiores taxas de letalidade (relação entre casos confirmados e mortes) são Reino Unido com 15,3% (para cada 1.000 infectados, 153 vão a óbito), Itália (14,3%) e França (14,2%).

Nas últimas 24 horas, os três países com o maior número de novos casos são Estados Unidos (83.385 novos casos), Índia (39.065) e África do Sul (26.734); os três países com as maiores taxas de crescimento percentual de casos em relação ao dia anterior são África do Sul (7,9%), Colômbia (4,7%) e Índia (3,8%).

Nas últimas 24 horas, os três países com o maior número de mortes são Estados Unidos (718 mortes no dia), Brasil (716) e México (578); os três países com as maiores taxas de crescimento percentual de mortes em relação ao dia anterior são África do Sul (4,8%), Colômbia (3,6%) e Egito (2,7%).

No acumulado da semana (últimos 7 dias), os três países com as maiores taxas de crescimento de casos confirmados são África do Sul (31,9%), Colômbia (31,2%) e Índia (26,9%); os três países com as maiores taxas de crescimento de mortes são Argentina (23,5%), África do Sul (23,4%) e Chile (21,8%).

Os dados foram publicados pela Johns Hopkins University e Worldmeter.

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“Explosão social no Chile”: documentário mostra manifestações populares contra o governo de Piñera https://nocaute.blog.br/2020/07/12/explosao-social-no-chile-documentario-mostra-manifestacoes-populares-contra-o-governo-de-pinera/ Sun, 12 Jul 2020 13:46:36 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=68714 Em outubro de 2019 milhares de chilenos saíram às ruas para protestar contra o aumento na tarifa do transporte público de Santiago. Esse foi o começo dos protestos que duraram 4 meses e levaram mais de um milhão de pessoas às ruas exigindo mudanças no modelo econômico neoliberal. O documentário é um registro importante, sobretudo para nós, brasileiros, que desde o golpe contra Dilma assistimos o país ser tomado de assalto pelas políticas de destruição neoliberais.

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Em outubro de 2019 milhares de chilenos saíram às ruas para protestar contra o aumento na tarifa do transporte público de Santiago. Esse foi o começo dos protestos que duraram 4 meses e levaram mais de um milhão de pessoas às ruas exigindo mudanças no modelo econômico neoliberal. O documentário é um registro importante, sobretudo para nós, brasileiros, que desde o golpe contra Dilma assistimos o país ser tomado de assalto pelas políticas de destruição neoliberais. 

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A partir de amanhã, quase toda a ilha de Cuba volta à vida normal, livre do coronavírus https://nocaute.blog.br/2020/07/02/cuba-volta-a-vida-normal-livre-do-coronavirus/ Thu, 02 Jul 2020 14:07:56 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=68211 Graças ao esforço do governo e a cooperação do povo, a partir desta sexta-feira (3), Havana passa para a fase 1 da recuperação e Cuba praticamente volta à vida normal, livre do coronavírus que já matou centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.

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Graças ao esforço do governo e a cooperação do povo, a partir desta sexta-feira (3), Havana passa para a fase 1 da recuperação e Cuba praticamente volta à vida normal, livre do coronavírus que já matou centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.

Ainda há focos no distrito de Matanzas, que continuará na fase 2. Segundo as autoridades cubanas, foi o esforço do governo somado a boa vontade do povo de cumprir as normas de confinamento e de higiene que está possibilitando a ilha de voltar à vida normal.

Na fase 1, Havana, o principal foco da pandemia, começa a reativar a partir de amanhã, o transporte público e algumas atividades comerciais e de serviço, obedecendo o distanciamento social dos cidadãos. Por enquanto, apenas o turismo local está autorizado.

Segundo o governo, pode-se considerar que a pandemia está sob controle na ilha.

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Cuba está perto de declarar vitória contra a Covid-19 https://nocaute.blog.br/2020/06/09/cuba-esta-perto-de-declarar-vitoria-contra-a-covid-19/ Tue, 09 Jun 2020 22:13:14 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=66961 O país que tem um forte sistema de saúde, considerado um dos maiores feitos do governo comunista, enfrentou a epidemia de frente e está pronto para declarar que o coronavírus está abolido da ilha. Cuba adotou medidas enérgicas de confinamento ao invés de simplesmente implorar as pessoas para ficar em casa. Leia a íntegra da reportagem assinada por Nelson Acosta e Sarah Marsh, da Reuters, publicada no site da Folha de S.Paulo.

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Cuba está perto de declarar vitória contra a Covid-19
Foto: Alexandre Meneghini/Reuters.

O país que tem um forte sistema de saúde, considerado um dos maiores feitos do governo comunista, enfrentou a epidemia de frente e está pronto para declarar que o coronavírus está abolido da ilha. Cuba adotou medidas enérgicas de confinamento ao invés de simplesmente implorar as pessoas para ficar em casa. Leia a íntegra da reportagem assinada por Nelson Acosta e Sarah Marsh, da Reuters, publicada no site da Folha de S.Paulo.

Nelson Acosta e Sarah Marsh

Reina Paula, vendedora no supermercado La Epoca, em Havana, disse que no mesmo dia em que um trabalhador recebeu diagnóstico de coronavírus as autoridades locais mandaram o restante da equipe do comércio em uma frota de veículos para instalações de isolamento, onde passaram por testes.

Provedores de saúde localizaram parentes e os puseram em quarentena, enquanto canais de notícias do Estado pediam publicamente a qualquer pessoa que teve contato próximo com eles que se apresentasse para evitar a disseminação do vírus.

“Eles seguiram as medidas clínicas como um relógio suíço”, afirmou Paula, em casa depois de se recuperar da pior fase da Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus.

Aqueles cujos exames deram positivo foram transferidos para um hospital, onde receberam antivirais e reforçadores do sistema imunológico, enquanto os outros foram mandados para duas semanas de quarentena em casa.

A história de Paula ilustra a abordagem rigorosa adotada por Cuba para conter o surto de coronavírus —auxiliada pelo sistema de saúde universal, preventivo e bem equipado do país, além da centralização e do uso de coerção.

A reação bem-sucedida foi politicamente vital para o Partido Comunista, que governa Cuba. O forte sistema de saúde do país é considerado uma de suas maiores realizações, mesmo que tenha falhado no desenvolvimento econômico, em parte devido ao embargo comercial dos Estados Unidos.

Os novos casos caíram para menos de dez por dia em média, contra um pico de aproximadamente 50, e dois terços da ilha estão livres do vírus, segundo dados oficiais.

Segunda-feira (8) foi o nono dia consecutivo sem mortes por Covid-19, enquanto a doença altamente contagiosa continua devastando as Américas.

“Podemos estar perto do fim da pandemia e de entrar na fase de recuperação da Covid”, disse o dirigente da ilha, Miguel Díaz-Canel, no último fim de semana.

Assim como muitos países, Cuba fechou suas fronteiras e escolas no início do surto e pediu que os cubanos praticassem o distanciamento social, embora isso fosse complicado devido às longas filas diante de lojas devido à crescente escassez de produtos.

Mas Cuba rapidamente tornou obrigatório o uso de máscaras e pôs em quarentena um grande número de pessoas, em vez de apenas lhes dizer para ficar em casa.

Desobedecer as medidas da pandemia significava uma multa ou até pena de prisão. E o Estado cubano usou seu monopólio da mídia tradicional para transmitir os julgamentos por essas infrações, para dar o exemplo e educar os cidadãos sobre o vírus.

O governo também enviou dezenas de milhares de médicos de família, enfermeiros e estudantes de medicina para residências de todo o país para realizar testes, salientando a força do sistema de saúde, enquanto os recursos escassos nas últimas décadas causaram a decadência dos hospitais e a frequente falta de medicamentos.

O principal epidemiologista cubano, Francisco Duran, disse que a detecção precoce, a hospitalização e a aplicação de tratamentos experimentais —muitos deles desenvolvidos pelo setor de biotecnologia do país— ajudaram a reduzir a taxa de letalidade da Covid-19.

Com uma população de 11 milhões de pessoas, Cuba relatou 2.200 casos e 83 mortes. Isso significa 0,73 mortes por 100 mil habitantes, segundo cálculo da Universidade Johns Hopkins, ligeiramente acima da Costa Rica, com 0,20 por 100 mil, mas muito longe dos 17,4 do Brasil.

O sucesso foi celebrado pelos cidadãos. “Mais uma vez, nosso país mostrou que, apesar das dificuldades, sempre consegue controlar uma epidemia”, disse Marina Rodriguez, moradora de Havana.

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Cuba desmente EUA e Colômbia, condena o terrorismo e a manipulação política https://nocaute.blog.br/2020/06/02/cuba-desmente-eua-e-colombia/ Tue, 02 Jun 2020 13:31:37 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=66484 Em um comunicado do Ministério de Relações Exteriores, o governo cubano desmentiu os Estados Unidos e a Colômbia que, num documento divulgado no dia 13 de maio passado, incluíram a ilha numa lista de países que não cooperam com os esforços de combater o terrorismo. "Trata-se de uma lista unilateral e arbitraria, sem nenhum fundamento" diz o comunicado. Leia a íntegra:

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Em um comunicado do Ministério de Relações Exteriores, o governo cubano desmentiu os Estados Unidos e a Colômbia que, num documento divulgado no dia 13 de maio passado, incluíram a ilha numa lista de países que não cooperam com os esforços de combater o terrorismo. “Trata-se de uma lista unilateral e arbitraria, sem nenhum fundamento” diz o comunicado. Leia a íntegra:

Declaração do Ministério de Relações Exteriores

O Ministério de Relações Exteriores expressa o seu enérgico rechaço à caluniosa inclusão da República de Cuba em uma lista do Departamento de Estado dos Estados Unidos, relativa a países que supostamente não cooperam plenamente com os esforços estadunidenses contra o terrorismo, tornada pública em 13 de maio de 2020, e rejeitada de forma contundente pelo Presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez.

Trata-se de uma lista unilateral e arbitrária, sem nenhum fundamento, autoridade ou respaldo internacional, e que, como se sabe, serve apenas a propósitos de difamação e coerção contra países que se recusam, nas suas decisões soberanas, a acatar a vontade do governo dos Estados Unidos. 

O principal argumento utilizado pelo governo dos Estados Unidos foi a presença, em território nacional cubano, de membros da delegação de paz do Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia. 

Como é fartamente conhecido, a delegação de paz do Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia está no nosso território porque, em virtude do repentino abandono, pelo Equador, da sua condição de sede, e por solicitação do governo colombiano e do ELN, o processo de paz foi transferido para Havana, em maio de 2018.

Este diálogo de paz iniciou-se em 7 de Fevereiro de 2017, em Quito. Por petição das partes, Cuba funcionou, junto com Brasil, Chile, Equador, Venezuela e Noruega, como Garante do processo de paz. 

A partir da chegada do Sr. Iván Duque Márquez à Presidência da Colômbia, em 7 de Agosto de 2018, representantes desse governo mantiveram, de 8 de Agosto daquele ano, até Janeiro de 2019, vários intercâmbios com Cuba e com a delegação de paz do ELN, com o propósito de continuar os diálogos que haviam começado durante o mandato do Presidente Santos, processo em que nosso país atuou com a devida discrição e rigoroso cumprimento do seu papel de Garante.  

Após o atentado na Escola de Cadetes da Polícia de Bogotá, em 17 de Janeiro de 2019, o Presidente da República de Cuba e o Ministro de Relações Exteriores expressaram imediatamente as suas condolências ao governo e povo colombianos, particularmente aos familiares das vítimas do atentado, e reiteraram a firme posição do nosso país, de rechaço e condenação a todos os atos, métodos e práticas terroristas, em todas as suas formas e manifestações.

O governo colombiano tomou, então, medidas políticas e legais contra a delegação de paz do ELN que se encontrava em território cubano e rompeu o diálogo de paz. Adicionalmente, decidiu ignorar o Protocolo de Ruptura, em franco abandono e quebra dos compromissos contraídos por aquele Estado com outras seis nações subscritoras do mesmo. 

O Protocolo de Ruptura foi firmado no contexto das negociações de paz pelo governo da Colômbia, o ELN e os países Garantes, em 5 de Abril de 2016. Nele se estabelece o regresso seguro da delegação guerrilheira à Colômbia, em caso de rompimento do diálogo.

O governo cubano sustentou e sustenta hoje que o que corresponde, segundo os documentos firmados, é a aplicação do Protocolo. Esta postura, apoiada amplamente pela comunidade internacional e setores comprometidos com a busca de uma solução negociada para o conflito armado colombiano, é uma prática universal, reconhecida e ratificada reiteradamente, por amparar-se no Direito Internacional e nos compromissos do País Garante e sede dos diálogos. Devido à não aplicação desse Protocolo, é que ainda permanecem no país os membros da delegação de paz do ELN.

O governo colombiano investiu com uma série de ações hostis contra Cuba, que incluem declarações públicas, ameaças e intimações, com a manipulação ingrata e politicamente motivada de nossa inquestionável contribuição para a paz na Colômbia. Entre essas ações, destacou-se a mudança da posição histórica da Colômbia, de apoio à Resolução aprovada todos os anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas, exigindo o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos, que provoca prejuízos e sofrimento ao povo cubano. Essa ação mudou visivelmente a posição consistente e invariável de todos os governos colombianos desde 1992. 

No mesmo dia em que os EUA anunciaram a inclusão de Cuba na lista de países que supostamente não cooperam plenamente com os esforços estadunidenses contra o terrorismo, o Alto Comissário para a Paz do governo da Colômbia, Sr. Miguel Ceballos Arévalo, declarou publicamente que a decisão do Departamento de Estado, de incluir a Ilha, era um “respaldo” ao governo da Colômbia e à sua “insistente solicitação” de que Cuba lhe entregue os membros da delegação de paz do ELN.

Essas declarações do Sr. Ceballos foram criticadas na Colômbia por amplos sectores comprometidos com a paz, e vários políticos colombianos exigiram uma explicação do governo sobre as mesmas e acerca do descumprimento do Protocolo de Ruptura.

O Ministério de Relações Exteriores rechaça, em termos enérgicos, as declarações do alto funcionário colombiano.

O que transparece dos comentários do Alto Comissário para a Paz é que a conduta do governo da Colômbia serviu e facilitou argumentos aos propósitos agressivos dos Estados Unidos contra a nossa Nação e que ofereceu o seu “respaldo” às infâmias estadunidenses contra uma nação da América Latina e  Caribe. 

A presença de representantes do ELN no nosso território, na qual se apoia a acusação estadunidense, não é mais que um pretexto frágil e desonesto, carente de sentido e facilitado pela atitude ingrata do governo da Colômbia, se é que as declarações do Sr. Ceballos merecem algum crédito.

Em qualquer caso, e ainda com essa suposta ajuda do governo da Colômbia, a acusação dos Estados Unidos é totalmente infundada. Existem evidências concretas, algumas delas muito recentes, da nossa colaboração bilateral com os Estados Unidos no combate ao terrorismo, em esforços conjuntos de aplicação e cumprimento da lei, em ações de particular interesse para aquele país, o que converte a qualificação anunciada pelo Departamento de Estado em um ato deliberado de distorção da verdade.

Deve-se lembrar que Cuba é um país que foi vítima de numerosos atos terroristas, organizados, financiados e executados desde o território dos Estados Unidos, por grupos e indivíduos que desfrutaram ali da tolerância e proteção governamental, realidade que é de domínio público. Foi vítima também, no passado, do terrorismo de Estado perpetrado diretamente pelo governo dos Estados Unidos, que atuou algumas vezes em associação com o crime organizado daquele país. Por ações deste tipo, 3.478 cubanos morreram, e 2.099 sofrem ou sofreram algum tipo de incapacidade.

Em 30 de abril passado, nossa Embaixada nos Estados Unidos foi objeto de uma agressão terrorista.  O governo estadunidense mantém desde então um silêncio cúmplice, sem condenar ou sequer rechaçar o fato, e se abstém de tomar medidas contra pessoas e grupos terroristas radicados no território estadunidense, que incitam a violência contra Cuba e suas instituições. 

Como consequência, após o atentado terrorista contra a nossa Missão Diplomática em Washington, ocorreram ameaças contra a integridade de diplomatas e Embaixadas cubanas nos próprios Estados Unidos, assim como no México, Costa Rica, Antígua e Barbuda, Canadá, Chipre, Áustria e Angola, tendo sido tudo informado aos respectivos governos. 

A atitude de flagrante cumplicidade do governo dos Estados Unidos encerra o perigo de ser assumida como um endosso ao terrorismo. É consequente com a intensificação da política de agressão e instigação à violência contra Cuba, levada inclusive aos países onde trabalha pessoal cubano da saúde, em programas bilaterais de cooperação.

O compromisso da nossa Nação com a atitude enérgica ante o terrorismo e a sua condenação está previsto na Constituição. É absoluto e categórico contra qualquer das suas formas e manifestações, em particular o terrorismo de Estado, e está garantido pela devida legislação. Existem razões de sobra para duvidar de que o governo dos Estados Unidos possa emitir uma afirmação tão categórica sobre a sua posição frente ao terrorismo.

Cuba manteve de maneira invariável o seu apoio à paz da Colômbia e trabalhou, desde a sua condição de Garante, na implementação do Acordo de Paz entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP), apesar de o governo colombiano não ter garantido a proteção do referido Acordo, nem assegurado o seu estrito cumprimento. 

Como se colocou por vias diplomáticas, o Ministério de Relações Exteriores solicita ao governo da Colômbia saber qual é a sua postura sobre a condição dos Garantes no processo de paz da Colômbia, em particular a de Cuba. 

Requer, igualmente, conhecer qual é a posição do governo sobre a aplicação e o cumprimento do Acordo de Paz entre o governo da Colômbia e as FARC-EP.  

O Ministério de Relações Exteriores insta ao governo da Colômbia que declare a sua posição oficial sobre as razões que lhe assistem para a inclusão de Cuba na lista elaborada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos e esclareça qual foi o papel e a postura dos seus funcionários nos intercâmbios prévios realizados com os Estados Unidos a esse respeito.

Como país que foi vítima do terrorismo, Cuba deplora toda manifestação de manipulação e oportunismo político, no trato de um assunto tão sensível.

Havana, 1º de Junho de 2020.

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O remédio que vem de Cuba https://nocaute.blog.br/2020/05/27/o-remedio-que-vem-de-cuba/ Wed, 27 May 2020 14:51:54 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=66254 Como Cuba, um país pequeno, pobre e bloqueado há 60 anos pelos Estados Unidos, consegue enviar brigadas médicas a 26 pontos do planeta e se converter em um exemplo para o mundo? Veja a entrevista do embaixador de Cuba no Brasil, Rolando Gómez, ao jornalista Beto Almeida, da TV Comunitária de Brasília.

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Como Cuba, um país pequeno, pobre e bloqueado há 60 anos pelos Estados Unidos, consegue enviar brigadas médicas a 26 pontos do planeta e se converter em um exemplo para o mundo? Veja a entrevista do embaixador de Cuba no Brasil, Rolando Gómez, ao jornalista Beto Almeida, da TV Comunitária de Brasília.

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Minnesota busca colaboração médica e científica com Cuba para enfrentar a pandemia de coronavírus https://nocaute.blog.br/2020/05/20/minnesota-busca-colaboracao-medica-e-cientifica-com-cuba-para-enfrentar-a-pandemia-de-coronavirus/ Wed, 20 May 2020 19:37:03 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65923 As senadoras Sandra Pappas e Patricia Torres Ray entregaram um documento ao governador de Minnesota, o democrata Tim Walz, solicitando que o estado apele ao Congresso e à Presidência dos Estados Unidos para suspender as restrições que impedem o acesso aos conhecimentos médicos cubanos, incluindo a importação do Interferon Alfa-2B Recombinante, medicamento fabricado no país e eficaz no combate ao coronavírus.

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As senadoras Sandra Pappas e Patricia Torres Ray entregaram um documento ao governador de Minnesota, o democrata Tim Walz, solicitando que o estado apele ao Congresso e à Presidência dos Estados Unidos para suspender as restrições que impedem o acesso aos conhecimentos médicos cubanos, incluindo a importação do Interferon Alfa-2B Recombinante, medicamento fabricado no país e eficaz no combate ao coronavírus.

O documento ainda estabelece que o governador do estado, através de seu Departamento de Saúde, se associe a Cuba para obter assistência e conhecimento cruciais no meio da crise da saúde.    

As senadoras estaduais Sandra Pappas e Patricia Torres Ray, também entendem que o legislador deve estimular outros territórios da América do Norte a aprovar os mesmos procedimentos.

O texto, apresentado na sexta-feira (15) e submetido à consideração do Comitê de Finanças e Saúde e Serviços Humanos do Senado de Minnesota, ressaltou que o coronavírus criou uma pandemia global que requer cooperação internacional para derrotá-lo.

Cuba tem uma longa história de assistência médica a outros países e grande parte de sua equipe está agora intimamente envolvida na luta contra a Covid-19. Como parte da Brigada Médica Internacional Henry Reeve, especialmente treinada para agir em desastres e epidemias graves.

A resolução observa que a nação caribenha oferece regimes de tratamento que usam o medicamento Interferon alfa-2B recombinante, que não foi aprovado para uso nos Estados Unidos devido às sanções impostas pelo governo americano contra Cuba.

Além disso, um extenso manual médico sobre como tratar a Covid-19, publicado recentemente pela Faculdade de Medicina da Universidade de Zhejiang, na China, demonstra como esse medicamento é ‘um componente crucial do tratamento antiviral para combater o coronavírus e também é usado como medida preventiva para proteger os profissionais de saúde do contágio’.

O documento indica que mais de 80 nações demonstraram interesse em adquirir o medicamento cubano, o que demonstra confiança no sucesso da terapia para enfrentar a pandemia.

O texto também lembra que o bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba há quase 60 anos ‘restringiu severamente a colaboração em pesquisas científicas e médicas’, observando que os residentes de Minnesota se beneficiariam da experiência médica da ilha, como fizeram muitos países do mundo.

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A Folha de S.Paulo é um jornal mentiroso e covarde https://nocaute.blog.br/2020/05/16/a-folha-de-s-paulo-e-um-jornal-mentiroso-e-covarde/ Sat, 16 May 2020 16:11:29 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65704 Cuba é um país pequeno, pobre e há sessenta anos agredido militar e economicamente pelos Estados Unidos, a mais rica e poderosa potência militar que o mundo moderno conheceu. Cuba enfrentou doze presidentes dos EUA – democratas e republicanos, pretos e brancos, insanos e sadios – e já enterrou seis deles, mas nunca se rendeu, nunca se vendeu, nunca se acocorou.

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Cuba é um país pequeno, pobre e há sessenta anos agredido militar e economicamente pelos Estados Unidos, a mais rica e poderosa potência militar que o mundo moderno conheceu. Cuba enfrentou doze presidentes dos EUA – democratas e republicanos, pretos e brancos, insanos e sadios – e já enterrou seis deles, mas  nunca se rendeu, nunca se vendeu, nunca se acocorou.

Uma das virtudes da Revolução Cubana reconhecida até por seus piores inimigos é a generosidade. Desde 1960, dezenas de milhares de médicos cubanos socorrem populações em todo o mundo. Da América Latina à Ásia, do sul da África à Europa. País que pode pagar pelos serviços médicos cubanos, paga. Quem não pode, não paga. Socorrem até os inimigos, como aconteceu em 1972, no terremoto da Nicarágua do ditador Anastásio Somoza, que matou vinte mil pessoas. 

A pandemia do Coronavírus deu visibilidade planetária ao trabalho incansável dos profissionais de saúde de Cuba. Todo mundo viu, todo mundo reconheceu e elogiou. Menos a Folha e sua “especialista em América Latina”, Sylvia Calombo. Para ela (as matérias são assinadas) e para o jornalão da Boca do Lixo, o trabalho dos médicos cubanos é “parte do aparato de propaganda do regime ditatorial”, conforme aparece na edição de hoje.

A Folha de S.Paulo é um jornal mentiroso e covarde
Matéria publicada na Folha de S. Paulo, neste sábado (16).

A especialista Calombo faz como o macaco que esconde o próprio rabo para falar mal do rabo alheio: enquanto o Brasil já tem 220 mil contaminados e quase 15 mil mortos, Cuba registrava, até ontem, 1800 contaminados e 79 óbitos.

O jornal do Fria (sim, no singular, só sobrou um) dirá: esse embusteiro comunista está misturando dados para confundir os incautos, já que o Brasil tem 210 milhões de habitantes e Cuba apenas 11 milhões. Ah é? No Brasil temos 1040 contaminados por milhão de habitantes – em Cuba são 164 por milhão de habitantes. Nos óbitos os números são semelhantes: no Brasil, morreram 71 pessoas por milhão de habitantes. Em Cuba são 7 por milhão. Enquanto o Brasil testa 3.462 habitantes por milhão, Cuba testa 7.048 por milhão. Ontem, dia 15 de maio, morreram 824 brasileiros contaminados pela praga. Em Cuba não há registros de óbitos há três dias.

A cobertura da Folha tem nome: canalhice, covardia, safadeza, mentira, anti-jornalismo. Eu leio a Folha com náuseas, mas faço isso por obrigação profissional. Se você lê para se informar, problema seu.

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Operação Gideon: nova tentativa de golpe dos EUA contra a Venezuela? https://nocaute.blog.br/2020/05/06/operacao-gideon-nova-tentativa-de-golpe-dos-eua-contra-a-venezuela/ Wed, 06 May 2020 16:17:26 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=65162 Nos últimos dias foi relatada a entrada de mercenários na Venezuela a partir da Colômbia. Seria uma nova tentativa da administração Trump de "mudar o regime" através de seu aliado?

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Nos últimos dias foi relatada a entrada de mercenários na Venezuela a partir da Colômbia. Seria uma nova tentativa da administração Trump de “mudar o regime” através de seu aliado?

Na Venezuela está em andamento a Operação Gideon: uma incursão de mercenários venezuelanos e norte-americanos destinada a derrubar o governo de Nicolás Maduro. Vários deles já foram presos e mortos nas últimas 48 horas, relata a Sputnik Mundo.

A ação mercenária estava prevista para começar em 10 de março. Os planos foram adiados porque a oposição local não conseguiu ativar o cenário de rua necessário. A chegada da pandemia e a quarentena interromperam os planos do ficou conhecido no domingo (3) como Operação Gideon.

Na manhã desse domingo (3), um barco chegou ao litoral de La Guaria, na cidade de Macuto, próximo de Caracas. A embarcação era esperada por um destacamento da Polícia Nacional Bolivariana, das Forças de Ação Especial, do Serviço de Inteligência Bolivariana, da Direção de Contra-Inteligência Militar e da Marinha venezuelana.

O barco em que vinham os mercenários abriu fogo. Era noite escura. A resposta das autoridades foi imobilizar os membros da embarcação, que entretanto tinha virado. Entretanto, barcos de patrulha e helicópteros com especialistas em combate noturno foram colocados ao longo da costa em busca do segundo barco.

Como resultado, oito mercenários foram mortos, dois foram presos e o país despertou em estado de choque. Foram apreendidos telefones via satélite e veículos, bem como armas de grande calibre.


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A invasão continua

Na segunda-feira (4) ocorreu a segunda ação de neutralização de outro grupo de mercenários, desta vez no litoral do Aragua, na cidade de Chuao, uma área ligada à capital do país através de montanhas. Nessa ocasião foram presos oito homens, entre eles dois norte-americanos, Luke Denman e Aaron Berry, ex-oficiais das Forças Especiais dos EUA.

Entre eles estava um dos chefes da operação, o capitão fugitivo Antonio Sequea, que havia participado da tentativa de golpe de Estado de 30 de abril de 2019. No domingo (3), outro chefe da operação, o capitão fugitivo Robert Colina, vulgo Pantera, havia morrido no confronto.

Nas horas seguintes, na segunda-feira (4), ocorreram mais duas detenções, desta vez de dois ex-policiais, Rodolfo Rodríguez e Yeferson Fernández, que carregavam materiais logísticos, tais como armas e coletes.

Assim, menos de 48 horas após o início da Operação Gideon, o governo conseguiu capturar 12 mercenários, com oito mortes, todos eles saídos da península de La Guajira, Colômbia. A inteligência venezuelana sabia o que estava sendo planejado e tinha se preparado para lidar com isso. O nome dado pelo governo a essa ação de defesa foi Operação Negro Primeiro, Esmagamento do Inimigo.

O que é a Operação Gideon?

Caracas conseguiu as primeiras vitórias para desativar o plano de golpe. Segundo o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, entre 19 de abril e 3 de maio, parte da base de apoio mercenária dentro do país foi desmantelada: a Operação Gideon foi infiltrada.

Na tarde de domingo (3), foi publicado um vídeo nas redes sociais em que dois homens assumiram a responsabilidade pela tentativa de golpe: o capitão fugitivo Nieto Quintero e o ex-militar norte-americano Jordan Goudreau, proprietário da Silvercorp USA, empresa de segurança na Flórida, EUA.

Ambos afirmaram que a operação ainda estava em andamento e apelaram à FANB para aderir aos seus objetivos de capturar Maduro e a liderança da Venezuela.

Goudreau deu uma entrevista à noite para contar sua versão dos eventos: o ex-membro das Forças Especiais dos EUA disse que estava encarregado de ações planejadas há meses a partir da Colômbia, e que essa operação havia sido inicialmente combinada com Juan Guaidó, com quem havia assinado um contrato de US$ 212 milhões (R$ 1,18 bilhões), mas que Guaidó nunca havia cumprido a sua parte.

A existência desse contrato, que Goudreau demonstrou, havia sido desmentida por Guaidó em março, quando o ex-major-general Cliver Alcalá confessou que estava à frente de uma tentativa de incursão militar da Colômbia na qual Guaidó estava participando.

Guaidó foi assim exposto no que Goudreau confirmou como sua participação inicial e depois traição. Tanto o autoproclamado presidente interino, quanto o setor de oposição que o cercava, negaram a existência da Operação Gideon e acusaram o governo de ter realizado uma montagem para encobrir as dificuldades do país.

Assim, de acordo com a explicação do ex-militar norte-americano, e posteriormente dada por Quintero, a operação foi desenvolvida quase sem financiamento, sem o apoio do governo dos EUA, da Colômbia ou da oposição venezuelana. Teria sido, segundo Quintero, uma iniciativa mercenária autofinanciada que teria reunido, “cerca de 3.000 membros entre oficiais, suboficiais e tropas no exílio”.

A privatização da guerra

Dois dias antes do início da Operação Gideon, foi publicado um artigo na agência Associated Press, no qual são feitas referências a Goudreau, se dá conta da sua relação com Cliver Alcalá e é explicada parte da trama mercenária. Ambos eram apresentados como atores isolados de um plano de incursão armada na Venezuela.

Assim, a tentativa de remover toda a conexão entre EUA, Colômbia e Guaidó começou antes da execução da operação. O objetivo seria libertar os principais atores políticos de toda responsabilidade por tal ação de guerra e de uma possível derrota.

Assim, o ex-militar não teria qualquer ligação com o Governo americano e os campos de treinamento mercenários, denunciados em várias ocasiões por Maduro, teriam sido organizados na Colômbia sem que ninguém soubesse.

O presidente venezuelano criticou esta versão dos acontecimentos na segunda-feira (4) à noite.

A operação teria, na verdade, sido organizada pelos Estados Unidos e realizada através de sua agência antidrogas, o Órgão de Combate às Drogas (DEA, na sigla em inglês), em território colombiano, onde instrutores norte-americanos treinaram os grupos que entraram na Venezuela.

Segundo Maduro, durante a última visita do presidente colombiano Ivan Duque à Casa Branca, em 2 de março, o presidente norte-americano Donald Trump lhe deu ordem para iniciar as ações que viriam a ser realizadas, após atrasos.

Quanto ao financiamento, a parte principal veio dos “cartéis da Alta Guajira colombiana”, disse Maduro, a área onde estava localizada a maioria dos centros de treinamento militar. Eles também recorreram a gangues criminosas de vários estados venezuelanos, incluindo Falcón, La Guaira, Caracas e Miranda.

Assim, ao contrário do que afirmaram Goudreau e Quintero (autofinanciamento mercenário motivado pelo altruísmo), as evidências indicam um formato implementado pelos Estados Unidos há muitos anos: a privatização da guerra.

“O governo dos Estados Unidos delegou na DEA e na Silvercorp todo o seu planejamento operacional”, denunciou Maduro.

O esquema é o seguinte: Washington aperta o bloqueio econômico, coloca a cabeça de Nicolás Maduro e Diosdado Cabello a prêmio, reforça sua presença militar no mar do Caribe, anuncia um marco de transição, recebe apoio diplomático e trabalha as operações militares encobertas através da empresa de um ex-militar e desertores venezuelanos da retaguarda, no território da Colômbia.

O presidente Donald Trump declarou na terça-feira (5), como era de se esperar, que não estava a par da operação e negou que seu governo estivesse envolvido.

Seria uma guerra?

Uma das fotografias que causou maior impacto foi a de um miliciano em trajes civis com uma arma na mão na frente do barco com mercenários em Chuao. O papel do que se chama inteligência popular tem sido central, como explicou Diosdado Cabello.

O destacamento civil-militar venezuelano está em alerta máximo, pois a operação ainda não acabou. Segundo o governo, 56 mercenários tentaram entrar no país, 54 venezuelanos e dois norte-americanos, alguns deles acabariam por ser presos e outros mortos no confronto de domingo (3) de manhã.

O objetivo desses grupos era atacar a Direção-Geral de Contrainteligência Militar, o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional SEBIN e o Palácio Miraflores.

A estratégia de Caracas é neutralizar as ações antes que elas aconteçam, para evitar que os planos de golpe sejam executados. Até agora, muitas prisões antecederam a entrada dos mercenários, e também aconteceram na sequência da chegada de parte dos barcos.

A Venezuela está enfrentando uma nova fase de cerco ininterrupto. A aposta dos Estados Unidos é conseguir que um conjunto de variáveis finalmente consiga derrubar Nicolás Maduro para que a estratégia de “mudança de regime” desenhada a partir de Washington possa começar.

O governo enfrenta um cenário com três frentes simultâneas: a luta contra a pandemia, que está sob controle devido às medidas implementadas, a grave situação econômica, em grande parte devida ao bloqueio dos EUA, e a incursão mercenária da Operação Gideon.

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