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Sputnik: Almagro pode perder a OEA no primeiro turno da eleição

A agência russa Sputnik avalia que a  reeleição do uruguaio Luís Almagro para a secretaria-geral da OEA pode estar por um fio. Segundo a agência, a união dos países do Caribe, somada às lideranças do México e da Argentina, pode derrotar o candidato de Trump no primeiro turno. 

A Organização dos Estados Americanos (OEA) elegerá seu próximo secretário-geral em 20 de março de 2020, de acordo com o calendário que as 35 nações do bloco estabeleceram no final do ano passado. Nesse dia os países-membros vão escolher uma das três candidaturas postas até agora: a do próprio Almagro, a da ex-chanceler do Equador, María Fernanda Espinosa, e a do embaixador do Peru nos Estados Unidos, Hugo de Zela.

Ao contrário do que aconteceu em 2015, a candidatura de Almagro não foi apresentada por seu país natal, o Uruguai, mas pela Colômbia, com o apoio expresso dos EUA. De fato, o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez (que deixará o cargo no dia 1º de março) rejeitou a possibilidade de promover a candidatura da Almagro por ter “diferenças” com sua administração. De qualquer forma, o presidente que assumirá em 1º de março, Luís Lacalle Pou, apoiará a reeleição do atual secretário-geral.

Assim como ocorreu com Almagro, a candidatura da equatoriana Maria Fernanda Espinosa não foi apoiada por seu país natal, cujo presidente, Lenín Moreno, seguidor obediente da Casa Branca, aposta na continuidade de Luís Almagro. O terceiro candidato, De Zela, foi indicado por seu país natal e continua sendo um homem de confiança do presidente peruano, Martín Vizcarra. A candidatura de Espinosa foi lançada por Antígua e Barbuda e São Vicente e Granadinas.

A Sputnik teve acesso a um relatório das analistas internacionais Arantxa Tirado e Tamara Lajtman, do Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica (Celag) – instituição dedicada à investigação, estudo e análise de fenómenos políticos, económicos e sociais da América Latina –, segundo o qual a definição pode se dar já primeiro turno, com a possibilidade real de que a Almagro perca a reeleição. 

Em sua análise, as especialistas lembram que Antígua e Barbuda e São Vicente e Granadinas compartilham a Comunidade do Caribe (CARICOM) com o restante dos países do Caribe. Embora acreditem que esses dois países “terão mais dificuldade em chegar a um consenso entre si para votar como um bloco como de costume”, alertam que “um voto em bloco poderia garantir a vitória de Espinosa no primeiro turno”.

Quem vota em quem?

De fato, a projeção de votos da Celag indica que Espinosa poderia alcançar os dezoito votos necessários na primeira votação, graças ao apoio do México, Argentina, Panamá, Nicarágua, Antígua e Barbuda, Barbados, República Dominicana, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Monserrat, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago e Bahamas. 

De acordo com a mesma análise, Almagro reuniria apenas catorze apoios em uma primeira votação: Estados Unidos, Brasil, Equador, Colômbia, Canadá, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, Belize, Honduras, Guatemala, El Salvador e Juan Guaidó (sim, a OEA aceitará que Guaidó vote em nome da Venezuela!). O terceiro candidato, o peruano De Zela, só teria o seu próprio voto.

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