No Jornal do Fim da Tarde eu já tinha tratado do tema, mas recebi de um amigo argentino essa foto da cerimônia de posse de Alberto Fernández e Cristina Kirchner no último dia 10 e me pareceu pertinente voltar ao assunto.
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No local reservado aos chefes de Estado, seus representantes e convidados pessoais do novo presidente e da vice, consegui identificar os seguintes personagens, assinalados na foto. Da esquerda para direita, no alto: Jorge Rodríguez, ministro das Comunicações da Venezuela, Celso Amorim, ex-chanceler do Brasil, a representante da Holanda, os ex-presidentes do Equador e do Paraguai, Rafael Correa e Fernando Lugo, e a representante da França. No centro, Olga María Sánchez Cordero, ministra do Interior do México. Na fila de baixo: Martín Torrijos, ex-presidente do Panamá, Tabaré Vásquez, ex-presidente do Uruguai, o representante do Emirado do Catar, o presidente eleito do Uruguai, Lacalle Pou, o presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez, o representante do Vaticano e o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. Também vi, mas não aparecem na foto, o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, e o vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão.
Como, por sorte, eu estava em um balcão que fica exatamente sobre o cercado destinado aos chefes de Estado e convidados de honra, com uma visão privilegiada do local, dois episódios me chamaram a atenção (e que a imprensa brasileira parece ter ignorado).
Primeiro foi ver o representante de Trump, Mauricio Claver-Carone (diretor para Assuntos do Hemisfério Ocidental da Casa Branca e membro do Conselho de Segurança Nacional dos EUA) deixar o prédio do Congresso, onde se dava a transmissão de poder, antes do início da cerimônia de posse. Indagado pelos jornalistas sobre os motivos de sua saída intempestiva, Claver-Carone respondeu que era um protesto contra a presença do equatoriano Rafael Correa e de Jorge Rodríguez, representante de Nicolás Maduro. “Jorge Rodríguez e Rafael Correa não trazem nenhum benefício para a Argentina”, resmungou o ianque, ao sair. “A Argentina deveria ter como prioridade trabalhar bilateralmente conosco, com os Estados Unidos”, encerrou o grosseirão.
Outro detalhe intrigante não passou despercebido por meus olhos: o único chefe de Estado cumprimentado pessoalmente pelo general Mourão foi Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba.
Como dizem os portenhos, vaya uno a saber…
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