Reeleito para um quarto mandato no dia 20 de outubro, Evo Morales, pressionado, deixou o cargo no final do dia, juntamente com o seu vice, Álvaro Garcia Linera.
O anúncio foi feito em rede nacional, algumas horas depois do presidente anunciar que haveria novas eleições no país. Morales disse:
Me dói muito que nos tenham levado ao enfrentamento. Enviei minha renúncia para a Assembleia Legislativa Plurinacional
Afirmou em pronunciamento na televisão. Evo, que ficou 13 anos no poder, diz ter sido vítima de “um golpe cívico, político, policial”.
Morales disse ainda:
Eu decidi, escutando meus companheiros, renunciar ao meu cargo da presidência. Por que tomei essa decisão? Para que Mesa e Camacho não sigam perseguindo meus irmãos dirigentes sindicais. Para que Mesa e Camacho não sigam queimando a casa dos governadores de Oruro e Chuquisaca.
A oposição boliviana, liderada por Carlos Mesa e Luis Fernando Camacho, não aceitou o resultado das eleições e convocou várias manifestações pelo país.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro político brasileiro a reagir, através das redes sociais. Ele publicou em seu Twitter:
Acabo de saber que houve um golpe de estado na Bolívia e que o companheiro @evoespueblo foi obrigado a renunciar. É lamentável que a América Latina tenha uma elite econômica que não saiba conviver com a democracia e com a inclusão social dos mais pobres.
— Lula (@LulaOficial) November 10, 2019
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No início da noite, o Partido Comunista do Brasil divulgou uma nota: “O PCdoB condena energicamente o golpe perpetrado contra o legítimo presidente da Bolívia, Evo Morales, neste 10 de novembro de 2019. O imperialismo dos EUA em conluio com governos comparsas da região desfere mais um golpe contra um povo latino-americano. Toda nossa solidariedade a Evo, Linera, dirigentes do MAS e todo o povo boliviano”. O PSOL também divulgou uma nota de protesto: “O PSOL se junta às organizações internacionais que repudiam veementemente o golpe de Estado na Bolívia. Apoiamos com toda nossa energia às mobilizações de resistência do povo boliviano. Além disso, usaremos todos os dispositivos ao nosso alcance para denunciar as perseguições aos movimentos sociais, às organizações sindicais e aos quadros do MAS que buscam defender o regime plurinacional gestado pela Assembleia Popular Constituinte de 2006”.
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