Super-Revolucionários

Fidel Castro: o socialismo para além da ilha

“Os revolucionários hão de proclamar suas ideias valentemente, definir seus princípios e expressar suas intenções para que ninguém se engane, nem amigos, nem inimigos.”

Nascido num 13 de agosto, em 1926, Fidel Alejandro Castro Ruz (1926-2016) é mais um dos Super-Revolucionários que passam a integrar o projeto dos sites Opera Mundi Nocaute, o blog do escritor e jornalista Fernando Morais.

Principal líder da Revolução Cubana, Fidel tornou-se uma referência mundial para a esquerda após a chegada ao poder, 1º de janeiro em 1959. Era a vitória improvável dos rebeldes que desembarcaram no país, então governado pelo sanguinário e subserviente aos Estados Unidos ditador Fulgêncio Batista. Eles conquistaram os corações e mentes dos cubanos a partir da guerrilha estabelecida na hoje lendária Sierra Maestra.

Tal feito seria suficiente para que Fidel entrasse na história da América Latina, mas é a longa permanência do regime socialista, seu sucesso absoluto nas áreas de educação e saúde, seu engajamento em diversas guerras de libertação nacional na África e na América Latina, sua luta contra os regimes adeptos do apartheid e apoio a projetos progressistas em todo o planeta que tornaram Fidel uma figura que transcende os limites continentais.

A presença de Fidel, que foi primeiro-ministro de Cuba de 1959 a 1976 e presidente de 1976 a 2008, complementa nosso baralho, já trouxe as cartas de Luís Carlos Prestes, Frida Kahlo, Alexandra Kollontai, Bela Kun, Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella e Rosa Luxemburgo.

A ideia é, tão logo alcancemos um número suficiente de cartas, lançarmos um jogo inspirado no conhecido Super-Trunfo, junto com um livro com informações essenciais sobre esses super-revolucionários.

Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuímos “notas” à atuação de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à contestação e à revolução.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 9

Ainda na universidade, Fidel Castro envolveu-se, em 1947, na luta pela democracia na República Dominicana, em oposição ao ditador Rafael Trujillo. Em 9 de abril de 1948, participava da Conferência Interamericana de Estudantes quando irrompeu o Bogotazo, após a morte do candidato liberal à presidência da Colômbia Jorge Eliezer Gaitán. Em 26 de julho de 1953, lidera, junto com o irmão Raúl Castro e Abel Santamaría, a fracassada tentativa de assalto ao quartel La Moncada, com o objetivo de derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista. 

DISCIPLINA 8

Fidel foi condenado a 15 anos de prisão, e acabou anistiado após 22 meses de cumprimento da sentença. Ainda que desde muito jovem influenciado pelo marxismo, mas também por diversos movimentos nacionalistas latino-americanos, Fidel não ingressou nas fileiras do comunismo em Cuba. Fundou um movimento próprio, o Movimento 26 de Junho, que, em 2 de dezembro de 1956 desembarca na ilha, reunindo os guerrilheiros que conquistariam o poder em Cuba em 1º de janeiro de 1959. 

TEORIA 8

Mais que os textos de Fidel, foi a prática da Revolução Cubana que influenciou partidos políticos ao redor do mundo. As lutas de Fidel, Raúl, Che Guevara e Camilo Cienfuegos permitiram a diversos movimentos de libertação nacional encontrar uma nova forma de luta, que acabou batizada de “foquismo”, ou seja, a tentativa de criação de um foco revolucionário no campo que acabasse influenciando os setores progressistas nas cidades. 

POLÍTICA 10

Fidel foi, antes de tudo, um gênio da política. A forma como conduziu a política interna e as relações internacionais de Cuba permitiram que a Revolução Cubana resistisse a décadas de ataques militares, políticos e econômicos dos Estados Unidos, com a ameaça, inclusive, de uma guerra nuclear de proporções mundiais, na crise dos mísseis de 1961.

COMBATIVIDADE 9

Fidel e seus companheiros chegaram ao poder em Cuba com pouquíssimo apoio internacional. O grupo de guerrilheiros, no entanto, conseguiu estabilizar o país e impor uma agenda de igualdade social em que se destacaram os resultados na saúde e na educação, os quais perduram por décadas. Houve o período de dependência da União Soviética, mas Cuba conseguiu manter o regime socialista e suas conquistas mesmo diante das enormes dificuldades econômicas, após o fim do bloco socialista.

INFLUÊNCIA 10

Além da influência militar entre os grupos de esquerda, Fidel e Cuba representaram a possibilidade de existência de regimes progressistas e de solidariedade internacional entre os países pobres. A trajetória e a influência de Cuba se fizeram notar na luta contra o apartheid na África, nas revoluções de Angola e Moçambique, no bolivarianismo venezuelano de Hugo Chávez e em muitas outras iniciativas políticas.


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