Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República, há quase seis meses, o governo aprovou centenas de novos pesticidas, muitos deles proibidos na Europa.
Dos 169 novos pesticidas sancionados até meados do mês passado, 78 contêm ingredientes ativos, classificados como altamente perigosos pela Pesticide Action Network e 24 contêm ingredientes ativos proibidos na União Europeia, de acordo com um estudo publicado semana passada pela agência de notícias Unearthed, do Greenpeace.
Segundo a agência, 28 pesticidas, que não foram incluídos no relatório, foram aprovados nos últimos dias de 2018. “Tudo indica que eles aceleraram o processo de aprovação”, disse David Eastmond, toxicologista da Universidade da Califórnia. Eastmond completou que “alguns deles são altamente perigosos e isso gera uma grande preocupação”.
Durante o governo Temer, 1.270 pesticidas foram aprovados – o dobro do número nos quatro anos anteriores. Tanto Temer quanto o seu sucessor, Jair Bolsonaro, mantêm laços estreitos com o agronegócio. Marina Lacorte, coordenadora da campanha de agricultura e alimentos do Greenpeace Brasil, disse que “nunca tivemos uma liberação tão grande de pesticidas” no Brasil.
