Começou quente, com o BNDES sem presidente, porque no governo Bolsonaro, renuncia-se até no domingo.
Os três jornais foram unânimes nas manchetes principais, a queda de Joaquim Levy, que antecipou sua demissão, pulando fora do barco antes de receber o cartão vermelho. Mas os jornais pisam em ovos, evitam estampar a crise que continua dentro do poder. Preferem especular quem será o próximo presidente do BNDES, como se a crise fosse apenas uma pedrinha no caminho.


O Globo gostou e apoderou-se da frase do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que chamou o governo de “usina de crises”, e a usou como se fosse uma seção do jornal.

O apagão que deixou mais de 40 milhões de pessoas no escuro, na Argentina e no Uruguai, ganhou as primeiras páginas dos três principais jornais do país. O Globo deu mais destaque, com uma foto ampla. A Folha foi mais discreta e o Estadão preferiu dar uma mini-chamadinha, talvez pra ninguém se lembrar daquele célebre apagão na era FHC.
Resumo da ópera: A palavra do dia em todos os nossos jornais foi “fritura”. No sábado, Bolsonaro visivelmente irritado com JoaquimLevy, que insistia em nomear políticos ligados ao Partido dos Trabalhadores para o BNDES, não mediu palavras e soltou essa, bem ao seu estilo: “Estou por aqui com o Levy”. Bolsonaro fala para uma roda de jornalistas, o que normalmente as pessoas comentam a quatro paredes.
Levy fritado apareceu na charge de Chico Caruso, na primeira página de O Globo, saindo da frigideira.

Levy é o primeiro indicado pelo ministro da Fazenda, Paulo Guedes, a pegar o seu boné.
O jornal francês Le Monde, publicou um apanhado do que se passa no Brasil. Com o título “Brasil: A Justiça foi instrumentalizada para fins políticos”, o artigo, publicado na seção Tribuna, e assinado pelas juristas Carol Proener e Juliana Neuenschwander, mostra que as escutas reveladas pelo site The Intercept Brasil, colocou o ex-juiz e agora ministro da Justiça, num beco sem saída, numa justíssima saia justa.


