Desde cedo, a Rede Globo vem ensinando ao povo como furar uma greve. A preocupação dos repórteres é informar aos telespectadores o que está funcionando e as alternativas para se chegar ao trabalho. A impressão que fica é a de que a emissora dos Marinho considera qualquer greve como ilegal, coisa de baderneiro.
Apesar do assunto sobre os vazamentos da Intercept estar pegando fogo, a Folha prefere dar em manchete principal, os passos – lentos – para se chegar, um dia, a reforma da Previdência. Para a Folha, Bolsonaro simplesmente trocou o general que comanda a Secretaria do governo. A palavra demitido está apenas no texto da matéria.
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O Globo usa a palavra “demitido” em sua manchete, apesar do Jornal Nacional preferir “deixa o governo”. Mas, ao mesmo tempo salienta que foi uma vitória da ala ideológica, e não mais um baque do governo Bolsonaro, com o terceiro ministro demitido em menos de seis meses, uma média de um a cada dois meses.
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O Estadão, foi ouvir o ministro da Justiça, Sérgio Moro, que teve 1% das tenebrosas transações reveladas pelo site The Intercept, e que já provocaram um verdadeiro tsunami. Moro bate na tecla de que foi vítima de um “ataque criminoso” e de que o alvo, na verdade, são as instituições. Moro garantiu ao Estadão que não vai deixar o governo, quer dizer não vai largar o osso.
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Os jornais foram unânimes em afirmar, nos títulos, que “Bolsonaro pede desculpas a Maria do Rosário”. Na verdade, se é um pedido de desculpas não é porque ele ficou bonzinho, é porque ele foi obrigado pela Justiça a fazer uma retratação.
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Como começou a sexta-feira na mídiaTrês anos e meio depois de estampar o então juiz Sérgio Moro em sua capa, como o salvador da pátria, a revista Veja chegou hoje cedo às bancas com o busto do agora ministro da Justiça, como se estivesse desmoronando. O trocadilho é da revista.
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