América⠀Latina

Maduro rompe relações com os EUA

Juan Guaidó se declarou presidente interino da Venezuela e é reconhecido por Brasil e EUA. Porém, governo de Maduro não reconhece o Parlamento. Após o reconhecimento, Maduro anunciou o fim das relações diplomáticas com os EUA.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da oposição, Juan Guaidó, se declarou nesta quarta-feira (23) presidente interino do país, e foi reconhecido pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, entre outros.

“O Brasil reconhece o Senhor Juan Guaidó como Presidente Encarregado da Venezuela”, disse o Itamaraty em nota, acrescentando que “apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem” ao país vizinho. Antes o Brasil, O presidentes

O presidente Nicolás Maduro, porém, não reconhece o parlamento.

Maduro afirmou, no final da tarde desta quarta-feira (23), que o país rompeu relações diplomáticas e políticas com os Estados Unidos e deu 72 horas para que as missões norte-americanas deixem o país.

Nesse momento apoiadores de Maduro cercam o Palácio Miraflores em apoio ao presidente venezuelano.

Acompanhe ao vivo:

O PCdoB publicou nota em repúdio ao apoio do Itamaraty aos golpistas da Venezuela

Leia a íntegra:

Nota da direção nacional do PCdoB
O Itamaraty proclamou em nota oficial o reconhecimento de um pretenso e autoproclamado “Presidente Encarregado da Venezuela”, Sr. Juan Guaidó. Alega isso se dar “de acordo com a Constituição daquele país, tal como avalizado pelo Tribunal Supremo de Justiça”.

Nicolás Maduro foi empossado presidente dia 10 de janeiro, fruto de eleições legitimamente convocadas, acompanhadas por dezenas de delegações internacionais, em 10 de maio de 2018. A posse, expressamente nos termos constitucionais segundo o art. 231, foi efetuada pelo Tribunal Supremo de Justiça. A Venezuela tem uma Constituição aprovada pela soberania popular e democrática, da qual emana o mandato legítimo de Nicolás Maduro.

A posição do governo brasileiro subordina-se à posição dos EUA, e soma-se à de outros países que agem pela desestabilização da Venezuela, bem como a OEA.

Tal posição representa uma mudança qualitativa e profundamente negativa no papel do Brasil no mundo. Mais que a falsa justificativa, o ato alimenta intentos de intervenção militar de Donald Trump, presidente dos EUA, na Venezuela, o qual se utiliza de um vizinho do porte do Brasil na América do Sul para dar justificativa a tais intentos. Representa, portanto, gravíssimo perigo de um conflito militar na América Latina, em região vizinha à Amazônia, em torno de interesses inconfessáveis relacionados à disputa geopolítica das fontes de petróleo.

O Brasil há 140 anos não tem conflitos militares com seus vizinhos. Ao contrário, sempre adotou os caminhos negociados e equilíbrio pragmático nas relações internacionais, em especial com os vizinhos latino-americanos e caribenhos, como fator estabilizador no Continente.

O PCdoB condena veementemente tal posição e se mantém solidário com os preceitos de respeito à autodeterminação, não-intervenção e solução pacífica dos conflitos como princípio pétreo do ordenamento nas relações exteriores de nosso país.

A Comissão Política Nacional do PCdoB
São Paulo, 23 de janeiro de 2019

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