Autoridades turcas pedem a prisão do ex-vice-chefe de Inteligência e ex-conselheiro da corte real suspeitos de planejar o assassinato do jornalista saudita em Istambul.
O Ministério Público da Turquia pediu nesta quarta-feira (5) uma ordem de prisão contra dois altos funcionários da Arábia Saudita, Ahmed Asiri e Saud al Qahtani, por sua suposta vinculação com o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, informou a emissora pública turca TRT.
Uma equipe de 15 agentes sauditas, supostamente enviada por Saud al Qahtani, assassinou Khashoggi em 2 de outubro no consulado saudita em Istambul, depois que o jornalista compareceu à embaixada para recolher os documentos necessários para se casar com sua noiva turca.
O Ministério Público turco declarou ter provas de que Khashoggi foi asfixiado e que seu corpo foi esquartejado para fazê-lo desaparecer, mas ainda não encontrou pistas que permitissem localizar os restos mortais do jornalista.
A Turquia também pediu para extraditar 18 suspeitos, incluindo os 15 agentes enviados por Qahtani. O governo turco sustenta que o julgamento no país daria transparência e responsabilidade ao caso, acrescentando que as autoridades sauditas não estão cooperando inteiramente com a investigação.
Segundo a agência de notícias Associated Press, um funcionário do alto escalão da Turquia familiar com as investigações disse que os mandados de prisão refletem a visão turca de que a Arábia Saudita não vai punir os suspeitos.
“A comunidade internacional parece duvidar do compromisso da Arábia Saudita de processar esse crime hediondo”, disse o funcionário.
Na última terça-feira (4), os senadores dos Estados Unidos declararam acreditar que Mohammed bin Salman seja culpado da morte de Khashoggi. O anúncio foi feito após a CIA divulgar relatório indicando que príncipe saudita Mohamed bin Salmán ‘provavelmente ordenou’ o assassinato de Khashoggi.
O Wall Street Journal publicou trechos do relatório secreto da CIA segundo o qual Salmán escreveu pelo menos 11 mensagens a seu assessor mais próximo, Saud al-Qahtani, que supervisionou a equipe de 15 homens enviados à Turquia para assassinar Khashoggi.
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