A polícia francesa informou que 205 pessoas foram detidas neste sábado (1). Segundo o jornal ‘Le Monde’ há 92 feridos.
Paris vive novamente momentos de tensão com mais protestos dos “coletes amarelos”. Pelo terceiro fim de semana consecutivo, o movimento que nasceu para reivindicar a redução do preço dos combustíveis se manifestou em Paris e outras cidades da França. Uma concentração no Arco do Triunfo, ao norte da avenida Champs Élysées, resultou em confrontos violentos com a polícia. Um edifício chegou a ser incendiado pelos manifestantes.
O primeiro-ministro da França, Édouard Philippe disse que os números de participação nas mobilizações dos “coletes amarelos” chegam a 5.500 em Paris e 36 mil em toda a França. Philippe condenou os manifestantes e o “ataque ao Arco do Triunfo”.
“Quero dizer que me surpreendeu muito este questionamento aos símbolos da França: o fato do Arco do Triunfo ter sido pichado, que em volta do túmulo do soldado desconhecido pudesse ocorrer uma manifestação. Não estou feliz com estas imagens, elas me surpreendem”, declarou Philippe.
“Desde muito cedo, indivíduos equipados e determinados a provocar as forças da ordem se reuniram na parte externa do perímetro estabelecido para a manifestação. Eles mostraram grande violência em ataques que a própria polícia considerou de uma brutalidade extraordinária”, completou o chefe de governo francês.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, declarou sua “profunda indignação” e sua “grande tristeza” em face da violência na capital. Depois dos violentos confrontos perto da avenida de Champs-Elysées, os enfrentamentos se espalharam na tarde de sábado (1) para vários outros bairros de Paris, causando grande confusão.
“Sinto uma profunda indignação e tristeza pela violência no coração de Paris, o que é inaceitável”, disse a prefeita no Twitter. “Nosso país está enfrentando uma grande crise, que só pode ser resolvida através do diálogo, e precisamos encontrar o caminho o mais rápido possível”, escreveu Hidalgo.
O movimento que tem como símbolo o “colete-amarelo”, que é uma peça obrigatória nos veículos franceses, começou em 17 de novembro. Ele conta com o apoio de dois em cada três franceses e iniciou-se com uma petição “por redução nos preços do combustível” que superou um milhão de assinaturas.
O movimento dos coletes-amarelos nasceu nas redes sociais, desvinculado de qualquer comando político ou sindical. O governo não consegue dialogar com os representantes. Na sexta-feira (30), o primeiro-ministro Édouard Philippe convidou uma delegação ao palácio de Matignon, sede governamental. Só dois representantes compareceram. E um deles foi embora antes da reunião começar porque exigia que a conversa fosse transmitida ao vivo nas redes sociais. Philippe recusou.
Veja aqui cenas do protesto deste sábado (1):
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