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Macron: “Relações entre UE e Mercosul dependem de Bolsonaro”.

União Européia e Mercosul negociam o acordo climático há quase 20 anos. O presidente francês demonstrou distanciamento com relação ao Brasil e avanço nas relações com a Argentina.

Durante a reunião de cúpula do G20, em Buenos Aires, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira (28) que a possibilidade de seu governo apoiar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul depende da posição de Jair Bolsonaro sobre o Acordo Climático de Paris.

“Houve uma mudança política importante no Brasil recentemente. Portanto, o Mercosul tem que se posicionar com relação ao impacto dessa mudança”, disse Macron a jornalistas após o encontro com o presidente da Argentina, Mauricio Macri.

“Não podemos pedir aos agricultores e trabalhadores franceses que mudem seus hábitos de produção para liderar a transição ecológica e assinar acordos comerciais com países que não fazem o mesmo. Queremos acordos equilibrados”, disse Macron, sem citar as declarações contra o Acordo de Paris feitas por Bolsonaro.

As afirmações foram realizadas em uma entrevista coletiva conjunta com Mauricio Macri, com o qual se reuniu dois antes do início da Cúpula dos Líderes do G20, grupo formado pelas maiores economias mundiais.

A UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, pois a Venezuela está temporariamente suspensa) negociam o acordo com base em três pilares – o diálogo político, a cooperação e o livre-comércio – há quase 20 anos.

Sem as dúvidas que manifestou em relação ao futuro governo brasileiro, Macron afirmou que pretende avançar nas relações com a Argentina e elogiou Macri por seguir um “rumo claro”. Além disso, ressaltou que a França apoiou o pedido de empréstimo de US$ 57 bilhões feito pela Casa Rosada ao Fundo Monetário Internacional (FMI) após grave crise cambial.

Macron informou também que pretende criar um fórum econômico bilateral entre França e Argentina, para que empresas de médio porte dos dois países façam mais investimentos cruzados em setores como inovação e turismo.

Depois do encontro, os dois presidentes irão para a cidade de Tigre, ao norte de Buenos Aires, para um lanche oficial.

Além de Macron, que chegou ontem à capital argentina, já estão na cidade o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong.

Sobre a cúpula do G20, Macron indicou que espera que triunfe na reunião o espírito de “diálogo e cooperação”. O presidente francês destacou ainda que tem uma relação “fácil e fluente” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em temas como segurança e luta contra o terrorismo, mas admitiu que há “desacordos” nas discussões sobre comércio e o clima.

*Com informações da Agência Brasil

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